5 - Uma visita ao médico

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Eu estava incrivelmente inquieto. Conhecia o médico que marquei a consulta desde quando era criança e ele era um homem de meia idade gente boa que me tratava como se fosse seu sobrinho, mas todo meu medo escondido de ter alguma doença ou problema com meu cérebro submergiu novamente.

Hamada afagou meu ombro, sentando na minha frente.

— Vamos ignorar toda a formalidade desde que você está todo tenso. E aí, o que tá rolando?

Havia pensado em razões para ter meu cérebro checado, próximas o suficiente da minha situação real para não parecer que eu estava mentindo.

— Aparecem manchas na minha visão e, às vezes, vejo dobrado. Meu último teste de visão estava perfeitamente em ordem.

A face do médico endureceu rapidamente. Ele se inclinou em sua cadeira.

— Você bateu sua cabeça recentemente? Caiu em algum lugar?

Assenti depois de algum tempo contemplando. Na verdade, eu tinha. Não havia nem pensado nisso, mas escorreguei ao descer as escadas de meia no dia anterior da UI aparecer para mim. Meu couro cabeludo abriu um pouco e fiquei com um inchaço enorme, mas se curou rapidamente e só doía se eu tocasse, então acabei esquecendo disso.

— Você está preocupado que seu cérebro tenha sido afetado de alguma forma, não está? Tudo bem. Vamos fazer alguns testes. — Ele gentilmente afagou meu ombro ao passar por mim, chamando alguém ao passar pela porta. Suspirei em alívio. Pelo menos, iria fazer um check up.

... Simplesmente, não pensei no fato de que conhecíamos nosso médico num nível mais íntimo. Mesmo que eu fosse tecnicamente um adulto e pudesse fazer todos os exames por conta própria, eles eram os do tipo mais sério. No momento que adentrei a sala de espera para aguardar os resultados, fui rodeado de pessoas. A voz assustada da minha mãe soava alto em meus ouvidos:

— Por que não nos contou?!

Todos estavam sobrepondo suas falas e me puxando. Apenas Haru estava parada ao lado, tentando acalmar minha família enquanto eu estava totalmente fora de mim, ordenando meus pensamentos e murmurando respostas.

Apenas Hamada pode persuadir minha família a ir para uma sala privada, onde meu pai e meu irmão optaram por pressioná-lo, enquanto Rika e minha mãe estavam me agarrando, espremendo meu corpo.

— Tive o pressentimento de que você não os havia informado — repreendeu Hamada ao meu lado. — Não existe a possibilidade de eu não ligar para eles caso você apareça aqui com algo além de um resfriado.

Pois é, eu teria pensado nisso também se não estivesse tão chateado.

Ele então começou a bater palmas ruidosamente, fazendo minha família ficar em silêncio e prestar atenção nele. Com uma atitude profissionalmente calma, ele fez um rápido resumo da situação:

— Concluímos todos os testes necessários. Já que a situação pode ser urgente, o resultado sairá em algumas horas. Se vocês quiserem, podem ir para casa e eu ligarei quando os resultados estiverem prontos.

Meu pai foi o que decidiu que continuaríamos na rua, mas em algum lugar próximo do hospital. Todos nós fomos comer juntos, uma ocasião rara. Poderia ter sido divertido se o clima não estivesse tão ruim.

— Haru, ele te contou — Daichi falou quebrando o silêncio, encarando Haru. Sabia que ele não estava realmente bravo. Ele raramente ficava realmente bravo com alguém. Ele apenas parecia doente de preocupação, como o resto da minha família.

Haru suspirou.

— Ele não queria preocupar todos vocês até que tivesse com os reais resultados. Mãe, pai, vocês ainda tem que trabalhar, Risa está se preparando para sua competição e Daichi precisa estudar todos os dias devido a sua bolsa. Todos vocês sabem que não pensariam em outra coisa a semana inteira caso ele tivesse lhes contado.

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