6 - Legal, lembrei meu nome

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Era a primeira vez em muito tempo que nos reuníamos todos juntos na sala de estar para passar um tempo junto. Na verdade, eu estava até aliviado por Haru ter tomado a decisão de contar aquilo sobre mim. Um pouco irritado, sim, mas muito aliviado. Era como ser empurrado da ponte quando perdia a coragem ao fazer bungee jumping. Ainda roubei todos os seus doces e salgadinhos preferidos como punição.

Enfim, esse dia me colocou de frente a um problema completamente diferente:

Eu estava perfeitamente bem.

O menu ainda estava no canto da minha visão.

Mas que porra é essa.

Eu não era um protagonista. Não fingia ser um cara mediano que escondia suas inúmeras habilidades, que era bonito e coisa e tal.

Eu meio que era bom em atuar e jogar. Tinha momentos de bravura. Mas, na maior parte do tempo, eu era o aluno estranho mediano. Só que gay. Poderia meio que manter uma conversa mesmo quando estivesse diante de alguém que eu gostasse e tinha uma família muito amorosa. Porém, se colocássemos tudo junto, eu não tinha as características de um protagonista.

Eu não era nem o tipo excessivamente legal e estúpido para fazer uma história engraçada de harém. Compartilhava da parte desengonçada e estranha, mas não era muito estúpido e nem caíria acidentalmente em situações pervertidas. Por qual motivo uma grande divindade me daria esse simulador? Ou será que ganhei na loteria com toda a humanidade?

Poderia ser isso. Talvez tenha sido um sorteio aleatório. Então teria sido puro acaso.

Então eu podia fazer uso do simulador enquanto fosse capaz de vê-lo? Ainda havia uma área cinza que eu não podia abrir, então talvez mais funções aparecessem conforme eu progredisse. Não me atrevia a devanear demais e pensar que poderia "Capturar um Alvo", mantive meu plano de simplesmente querer administrar meus relacionamentos com a ajuda do simulador.

Deitado na minha cama, abri o campo de informações adicionais na aba de Taizou, ordenando os fatos.

Ele preferia honestidade, o que fazia sentido já que ele era uma pessoa muito honesta. Ele também não queria ser tratado de forma especial. Isso significava que eu não deveria sair do meu caminho para tentar encontrá-lo, mas se eu coincidentemente o encontrasse poderia cumprimentá-lo ou algo do tipo.

Afinal, o simulador mencionou que agora ele lembrava de mim.

Coloquei o plano em ação. Evitei que meus olhos vagassem em busca dele e foquei em melhorar minhas notas com a ajuda de meu irmão. Alguns dias se passaram assim, até que fiquei preso na biblioteca.

As provas estavam chegando, então todos estavam começando a ficar nervosos. Os livros que todos necessitavam estavam, é claro, já alugados. Eu realmente precisava daquele estúpido livro de filosofia. Não podíamos conferir quem os tinha alugado, era confidencial, então eu estava lascado.

Uma aba amarela chamou minha atenção:

[Algo na direita parece atrair seu olhar.]

Sério? Tudo bem.

Atraído por... algo. Virei para a direita, vendo mechas de cabelo preto entre as prateleiras.

Cuidadosamente caminhei naquela direção, parando para olhar as estantes em busca de livros que precisava, até chegar à mesa.

A capa do livro estava virada para o lado e em gigantes letras pretas estava o nome do livro que eu necessitava. A pessoa que estava lendo parecia estar nas últimas páginas. As batidas do meu coração aceleraram conforme eu seguia os dedos longos, subia pela manga do uniforme e encarava o rosto de Taizou.

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