Capítulo 10

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Tudo foi como o esperado pelo resto da semana, só vi Lisa nas aulas que era realmente necessário. Sempre que Chaeyoung está com ela, ela não fala comigo, porque sabe que não a suporto, e Kai está passando mais tempo comigo do que antes, o que é maravilhoso.

Sei que pedir para uma amiga não chegar perto de mim quando está com o ficante é meio cruel e egoísta, mas ela quase nunca está com ele, porque ele aparentemente não sai só com ela, e Chaeyoung não se importa com isso, ela só quer se divertir, então não vejo nada errado com o meu pedido.

Meu pai e minha mãe já terminaram de se arrumar e estão esperando os convidados na sala, mas eu ainda estou terminando minha maquiagem.

Escolho um dos vestidos que comprei na última vez que fui ao shopping. Ele é feito de seda em uma cor parecida com cobre, e achei perfeito para a ocasião.

Sempre fui acostumada a me arrumar bem para todo lugar. Minha mãe vêm me ensinando isso desde que eu comecei a usar roupas, até porque para o trabalho do meu pai, é importante que toda a família esteja bem vestida, para que os investidores tenham mais confiança ou algo do tipo, mas este assunto ainda é muito complexo para mim.

"Jen, eles já chegaram, desça logo," minha mãe me chama antes deles entrarem em casa.

"Já estou descendo," respondo.

Logo ouço o som de novas vozes na sala, então visto meu salto rapidamente e dou uma última checada na minha maquiagem e no cabelo.

Então logo me lembro que Kai não chegou ainda, e não sei se virá, então eu mando uma mensagem para ele, mas a mensagem nem chega, e deduzo que ele deve ter tido um imprevisto, porque ele sempre me avisa quando não vem.

"É uma vergonha que não nós vemos com mais frequência, nós somos vizinhos," ouço meu pai falando enquanto desço as escadas.

"De fato Thomas, foi graças a minha filha que estamos nos vendo novamente," o Sr. Marcos responde.

Olho ao redor da sala e não vejo mais ninguém a não ser o Sr. Marcos, o que me deixa surpresa, já que achei que ele iria chegar com uma esposa e uma filha.

Eles param de conversar quando me veem chegando.Vou até minha mãe e paro do lado dela, então estendo minha mão para cumprimentar o nosso vizinho Marcos. "Olá Sr..." Fico em dúvida se devo ou não chamá-lo pelo primeiro nome, então espero alguém me informar seu sobrenome para que seja mais respeitoso.

"Sr. Manoban," meu pai diz.

"Por favor, me chame apenas de Marcos minha querida," ele aperta minha mão, mas eu congelo. Manoban?

"Sim, não se lembra?" Meu pai me pergunta, e da um sinal para que eu responda que me lembro.

"É claro que me lembro, como não lembraria? Foram ótimos momentos, não sei porque paramos de nos falar."

Como eu não lembrei? Como não lembrei que o sobrenome do meu vizinho era Manoban? Ele é o pai de Lisa? Não pode ser, meu pai falou que o nome da filha dele era Pranpriya e que estava em um intercâmbio. Existem inúmeros sobrenomes iguais ao redor do mundo, não é?

"Eu também não sei, mas espero que retomemos nossa amizade," Sr. Manoban diz olhando para o meu pai e minha mãe.

"Com certeza Marcos," minha mãe responde. "E falando nisso, onde está Pranpriya ?"

"Ela já deve estar chegando, chegou um pouco tarde em casa, então a esta hora já deve ter acabado de se arrumar."

"Enquanto ela não chega, porque não nos sentamos um pouco antes de jantarmos?" Meu pai aponta para a sala, já indo em direção a ela.

Nós todos vamos até a sala e nos sentamos. Eles começam a conversar de diversos assuntos, mas não presto atenção em nenhum, só penso se Marcos é de alguma forma parente de Lisa. Sei que as chances de isso acontecer são mínimas, mas não impossíveis, e como vou ignora-la se ela morar na minha frente?

Minhas mãos estão suando, e tem tantos pensamentos na minha mente agora que não consigo ouvir uma palavra do que dizem.

Alguns minutos depois a campainha toca e a nossa funcionária vai atender. Eu então vejo uma menina bem vestida entrar na sala. Ela tinha o cabelo igual a Lisa, mas estava arrumada, tinha o corpo igual de Lisa, mas não vestia uma jaqueta de couro, tinha os olhos iguais aos de Lisa, castanho, e aquilo tudo tinha uma razão, era por que era ela.

Lisa acabou de entrar na minha casa, para jantar com a minha família. Meu único maior medo se tornou realidade, a pessoa que eu estou tentando evitar a dias mora do outro lado da rua.

" Pranpriya!" Meu pai se levanta para cumprimentá-la.

"Sr. Kim," Lisa cumprimenta meu pai com um abraço e alguns tapinhas nas costas. "Havia tantos anos que não nos falávamos."

"De fato minha jovem, mudou tanto durante este período."

"Nisso eu tenho que concordar com o senhor, é como dizem, o tempo faz bem," Lisa ri, mas não de uma maneira irônica como se tivesse tirando sarro de alguém, desta vez é um verdadeiro sorriso, é aturável.

Meu coração começa a bater forte quando a vejo, e não sei se é porque estou ansiosa, com raiva, ou feliz. Ela está completamente diferente do que é  na escola, aqui ela é Pranpriya .

Ela cumprimenta minha mãe e logo vem até mim. Meu pai percebe que estou mais nervosa que o normal, e me pergunta o motivo.

"Não é nada, é que..." digo com o coração a mil. "Não esperava que fosse ela, na verdade nós estudamos na mesma escola."

"Mas eu te falei sobre ela, achei que sabia," meu pai diz com carisma.

"É que na escola ela é conhecida por outro nome," explico.

"E claro que sim," Marcos diz colocando as mãos nas costas da filha. "Pranpriya sempre usou o seu primeiro nome com as amigas dela, nós da família somos os únicos que a chamam pelo seu segundo nome."

Lisa olha para mim convencida, ela já sabia disso e do mesmo jeito não me contou, ela estava falando a verdade no corredor, mas agiu como se fosse uma brincadeira.

DIGA MEU NOME | JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora