Capítulo 21

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Não falo com Kai desde do dia da briga no meio da escola. Sempre que tento ir até ele, ele foge de mim ou finge que eu não existo, e a conversa que ele falou que iríamos ter nunca aconteceu.

Kai não está nada errado por estar fazendo isso. Eu mereço cada ato e palavra que ele está fazendo contra mim, e acho que por agora, o melhor que posso fazer é dar um tempo à ele, e eu acho que é isso que está acontecendo, estamos dando um tempo.

Meus pais me avisaram da última hora que hoje iríamos jantar na casa dos Manoban. Vai ser a segunda vez que um jantar com a família do Lisa, com o pai dela, no caso.

Meu pai já está me gritando para irmos logo, então calço meu salto alto com pressa e desço as escadas. Minha mãe logo vem até mim e me elogia pelo visual de hoje. Estou vestindo um vestido preto curto de tecido fino com um pequeno decote nos seios, que da um toque de sensualidade, mas sem ser vulgar.

Não sei como será esta noite. Faz dois dias que Lisa me fez gozar, e desde então não falei ou vi ela na escola, o que é ótimo no meu ponto de vista, assim coisas ruins não podem acontecer. Mas o que eu vou fazer quando ficar cara a cara com ela durante um jantar inteiro?

Enquanto atravessamos a rua, consigo sentir o frio batendo em minha pele, o que faz eu me arrepiar, mas não ao ponto de eu começar a passar frio, já que são apenas alguns passos até a casa dos vizinhos.

"Mas que família mais bonita, entrem, sejam bem vindos," diz o Sr. Manoban ao nos atender pessoalmente em sua casa.

 
"Marcos, que prazer revê-lo, não podia esperar para provarmos mais alguns daqueles vinhos," meu pai o cumprimenta.

Nós entramos na casa e nos sentamos na sala dele.

A casa da família Manoban não é tão diferente da nossa, pois duas provavelmente foram feitas pelo mesmo arquiteto. Entretanto, as decorações se diferenciam bastante.  Aqui a decoração é mais masculina que na minha casa, mas os vasos de rosas vermelhas e as cortinas claras deixam claro que uma mulher já havia morado aqui.

Lisa logo aparece, praticamente do mesmo jeito que a vi na minha casa quando uma família dela jantou lá. Ela está com o cabelo penteado e a franja arrumada perfeita, com uma blusa de botões branca que a deixa ainda mais bonita, e uma calça jeans, que deixa claro quem ela realmente é, mas ainda assim ela continua diferente.

Ela cumprimenta meus pais primeiro e depois chaga até mim. Eu me levanto do sofá e fico de frente para ela.

"Pranpriya," digo estendendo a mão.

Quero parecer o mais distante dela possível. Depois do que aconteceu no trocador, eu não quero nem chegar perto dela, já chega, isso já foi longe demais.

"Por favor Jennie, nós somos amigas, me de um verdadeiro abraço," ela diz já levando suas grandes mãos as minhas costas.

"Isso mesmo pranpriya," meu pai concorda. "Onde é que estão aquelas duas crianças que não se desgrudavam hora nenhuma?"

"Nós não somos mais crianças pai", digo. 

Lisa dá de ombros e me abraça. Nossos corpos se chocam tão forte que dou um passo para trás para não cair, e ela aproveita a situação.

"Opa! Não vai cair." Suas mãos descem para minhas costas para me segurar e acabam chegando na curva da minha bunda, onde ela da uma leve pressionada.

"Está tudo bem", eu a empurro. "Eu não ia cair."

Lisa me olha convencida e se senta no sofá a minha frente. Durante toda a conversa, ela me olha como se fosse me atacar ali mesmo. Sua cabeça vai de um lado para o outro me analisando como se eu fosse um trabalho seu inacabado.  Eu cruzo as pernas incomodada com a situação, vejo ela me olhando assim, então tento o ignorar durante o tempo todo, mas fica impossível quando ela deixa seus desejos tão óbvios assim. 

Eu abaixo minha mão e a deixo em uma altura que nossos pais não podem ver, então mostro meu dedo do meio para ela, que ri e não da muita importância.

"A comida está pronta", um dos empregados avisa. 

"A melhor hora da noite", Marcos diz de maneira exagerada como piada.

Todos rimos e vamos até a mesa. Uma mesa foi feita apenas pra cinco pessoas, que é a quantidade de pessoas que estamos. Nossos pais se sentam primeiro, e infelizmente Lisa e eu acabamos nos sentando nas cadeiras restantes, uma ao lado da outra.

 "E então pranpriya, como está indo sua adaptação de volta a nossa cidade?"  Meu pai o pergunta enquanto mastiga um pedaço de carne.

"Na verdade está sendo muito fácil Sr. Kim, ainda mais quando tenho Jennie ajudando a me dar bem como pessoal da escola," ela responde.

Respiro fundo quando começo a sentir suas mãos na parte inferior a minha coxa me massageando.

"Que bom que a Jennie está te ajudando, não sabia disso." 

"Ah, está sim, ela está me recebendo sempre de coração aberto lá na escola," ela diz tocando os dedos longos sobre minha calcinha.

No momento que meu pai se vira para Marcos para falar sobre nós, Lisa se curva até mim e sussurra em meu ouvido. "E as vezes até mesmo as pernas."

Olho para ela querendo a matar agora mesmo. Levo minhas mãos até a dela, tentando o tirar do meio das minhas pernas, mas quando seguro seu braço, seus dedos encontram meus clitóris, e minhas costas se arqueiam fazendo todos olhar para nós, mas mesmo assim, Lisa continua me massageando. 

"Jennie, você está bem?" Minha mãe pergunta.

"Estou sim, só havia me engasgado. Com licença, eu vou ao banheiro."

Me levanto da cadeira e arrumo meu vestido olhando feio para Lisa.

"Pranpriya, leve ela até banheiro", diz Marcos.

"Não é necessário Sr. Manoban, tenho certeza de que me lembro do caminho."

"Pelo jeito que você disse tenho certeza que não se lembra," ele ri. "É bom que Pranpriya já aproveita para te mostrar as fotos de vocês juntas, agora vão e deixe os adultos trabalharem, nós temos negócios a tratar."

E novamente Marcos ri, mas eu não. Estou com medo do que pode acontecer se eu ficar sozinha com ela de novo. E que assuntos são a tratar? Estão negociando novamente? Agora vamos nos ver nos fins de semana também? Não acredito que isto está acontecendo.

"Negócios?" Pergunto antes de sair.

"Exatamente, não é maravilhoso?" Meu pai responde.

"É sim, que ótimas notícias," digo e subo as escadas.

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