Capítulo 22

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Subo como escadas praticamente correndo antes de me esconder no banheiro. Estou com medo pelo que pode acontecer comigo e com Lisa sozinhas em um quarto, quem dirá se começarmos a nos vermos todo final de semana.

Já a vejo quase todos os dias na escola, e é agonizante sentir algo na minha intimidade toda vez que eu a vejo e não poder fazer nada. Não poder beija-la e libertar esse sentimento enorme enquanto o sinto dentro de mim. E esse sentimento piorou ainda mais desde o dia do trocador. Antes, se eu a visse, sentia um frio na barriga descendo até a minha calcinha, agora não posso vê-la que minha calcinha já está molhada. E agora eu tenho que sair da mentira e arranjar um jeito de não perder completamente minha cabeça, ou minha sanidade na frente dele.

Respira Jennie, tudo vai dar certo, na verdade, nada vai acontecer, vocês são velhas amigas, nada mais que isso.

Saio do banheiro e dou de cara com Lisa me encarando, escorada em um móvel de madeira. 

"O que foi?" Pergunto.

Ela me ignora e vai em direção a uma porta, então eu a sigo e percebo que o quarto que entramos é o dela. O que não foi difícil de decifrar, já que o quarto é basicamente todo preto e prateado, com combinações.

"Bem você esse quarto," digo, mas sou novamente ignorada.

"Fique a vontade", Lisa diz como se alguém estivesse a obrigando.

Me sento em sua cama silenciosamente e começo a olhar ao redor. As cortinas escuras tampam completamente a visão do lado de fora, é como se seu quarto fosse uma caverna escura e fria, como nenhum tipo de luz ou sentimento entrassem ali. Mas por algum motivo, estar naquele quarto, sentindo o cheiro dela espalhado pelo ar, me libertava, despertava a parte de mim que estava dormente até então.

"O que você quer fazer? Olhar fotos?"  Pergunto.

Lisa para ao lado da janela e acender seu cigarro. Ela solta a fumaça quase que com medo de deixar-la ir, e por alguma razão me pergunto se ela já se sentiu assim em relação a alguém.

"Tudo bem então," digo ao ver que ela realmente não está a fim de papo.

"Não tenho nenhuma foto aqui, o que você acha que eu sou? Uma velha?" Ela diz, sem se importar muito.

Respiro fundo. Já estou começando a ficar nervosa com o comportamento dela, sua bipolaridade me irrita.

"Você é ranzinza como uma", digo de braços cruzados, indo em direção a ela.

"Ranzinza?" Ela ri. "Por esse palavriado que você usa já deveria estar em um caixão."

"Isso se chama ser educada Lisa, pra não chamar você de cretina egoísta."  Me aproximo ainda mais dela.

Tenho um sério problema de paciência, não precisa muito para eu ficar irritada e começar a discutir com qualquer pessoa que seja, e Lisa é muito boa em me levar para esse estado de ódio.

"Agora eu sou uma cretina egoísta?"  Ela apaga o cigarro e o joga de lado.

Lisa me puxa pelo braço e me faz ficar entre ela e a parede. Acontece tão rápido que eu nem tenho tempo de revidar.

Ela passa as mãos pela minha cintura e desce até meus quadris, olha para o meu corpo e logo sobe os olhos, diretamente para a minha boca, e aí que meu coração acelera ainda mais, e minha respiração decide me deixar na mão. 

"Você não estava falando nada quando eu te fiz gozar."

Seus olhos olham para os meus tão perto que acho que vão me engolir, mas não reclamaria se isso acontecesse.

Não, é claro que reclamaria, eu namoro.

Sinto um fogo entre as minhas pernas aumentadas cada vez mais, mas tenho que parar isso antes que aumente.

"Me solta," digo tão baixo que sai como um sussurro, e minha voz não parece nada firme.

Lisa me encara sem falar nada. Nossas bocas estão tão próximas que a sintoma sua respiração como se fosse a minha, e ambas estão apressadas e ofegantes.

Ela dá um sorriso no canto dos lábios e se afasta de mim. Se vira de costas e vai até o canto do quarto, onde puxa uma cadeia e se senta nela. Ela me observa enquanto eu tento manter uma postura indiferente, fingindo que não tenho vontade nenhuma de pegar aquele belo rostinho dela e colocar no meio das minhas pernas. 

Mas deixo tudo isso de lado, já estou decidida, nada vai acontecer aqui, mesmo que meu corpo esteja pedindo por isso.

"Chaeyoung me disse que não aconteceu nada", digo tentando amenizar a tensão. 

"Então ela descobriu?"

"Ela está com medo que você negue se te perguntarem", digo ignorando seu comentário rude.

"Ela não quer estragar a preciosa reputação dela?" Ela ri.

"Porque seria tão importante se eu dissesse que nada aconteceu?"

"Você sabe o porquê."

"Não sei não", ela se faz de desinformada.

Não quero dizer a ela que o status da Chaeyoung aumentou bastante desde que descobriram que ela 'transou' com a menina mais desejada da escola, e se descobrisse que ela estava mentindo, as coisas não iria ficar bonitas.

Rolo os olhos, me sento na cama e cruzo as pernas. Lisa continua sorrindo para mim com seu sorriso cínico a mostra, mas eu fico seria. Pelo menos eu tento.

Ela lambe os lábios olha enquanto para as minhas pernas, mas viro o rosto para uma janela e finjo que não percebo.

"Você se divertiu?" Ela pergunta. Olho para ela de canto de olho, mas não dou muita atenção. "Se divertiu hoje no jantar?"

Sua pergunta me faz olhar para ela instantaneamente. Me levanto bruscamente da cama e você até a cadeira que ela está sentado, e paro na frente dele. 

"Se me diverti?" Pergunto irritada. 

"Eles podem ter visto tudo Lisa, você não tem ideia do que poderia acontecer se eles nos pegassem."

"Porque você está tão nervosa Jennie? Não precisa esconder que você gostou daquilo." Ela diz passando a mão na lateral da minha coxa. "Sei que gosta quando eu te toco, não se faça de difícil."

Não foi preciso muita coisa para eu começar a perder meu lado racional.

"Não estou me fazendo de difícil", digo com o coração batendo a mil.

"Não está?" Ela sobe sua mão até a parte inferior da minha coxa, e ainda sentada na cadeira, massageia entre as minhas pernas. 

"Lisa", digo seu nome com as pernas já fracas.

"Se solte para mim Jennie, não seja tímida."

Lisa retira minha calcinha, e eu não faço nada para impedir, ao contrário, quando ela puxa minha mão, eu me sento em seu colo com maior facilidade.

"Me diga, o que você quer?" Ela me pergunta, massageando minha cintura e minhas pernas que dão uma volta em seu corpo.

Achar uma resposta para essa pergunta não é tão fácil quanto parece, mas ao mesmo tempo, é uma pergunta óbvia.  Eu só quero ela, nada mais.

DIGA MEU NOME | JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora