Capítulo 15 - Eu estou deixando você livre, Harvey.

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Quatro meses se passaram, Harriet agora estava com cinco meses, e a cada dia que passava, parecia ainda mais com Harvey mas mostrava ter a personalidade forte de Donna. Specter e Paulsen continuavam “fingindo fingir” o relacionamento, já tinham se perdido há tempos nos personagens.
Ainda de licença maternidade, Donna auxiliava Louis de casa, mas nos últimos dias, Litt esperava Harvey chegar no escritório para ir trabalhar com Donna no apartamento.

- E todo esse trabalho a mais é culpa de Zoe - disse Louis um pouco irritado.

- Zoe? - perguntou Donna.

- É… uma advogada bonitona que o Hardman contratou para nos fiscalizar por um mês. Harvey não falou dela? Ela vive na sala dele - comentou Louis sem nenhuma maldade.

- Deve ter comentado, eu que não lembro - mentiu Donna ficando enciumada e desconfiada.

- Ainda bem que você está me ajudando Donna, senão, já teria enlouquecido!! Não vejo a hora de você voltar!!!

- Nem eu! Só mais um mês e eu volto- disse Donna empolgada.

Mais tarde naquele dia quando Harvey chegou do escritório, Donna perguntou sobre o dia dele, sobre excesso de trabalho ou algo em especial, na tentativa de ouvir ele falando sobre essa tal Zoe. Porém, Harvey não a mencionou em nenhum momento e isso deixou Paulsen ainda mais pensativa.

- Donna, eu estou muito cansado hoje, podemos falar de outra coisa que não seja o escritório - suplicou Harvey saindo do banho.

O pedido de Harvey gerou mais desconfiança em Donna; ela o conhece, sabe que Specter não tolera casos extraconjugais, logo jamais faria algo do tipo, “mas nós não estamos em um relacionamento real” pensou Donna. A cabeça da ruiva estava cheia aquela noite e ela mal conseguiu pegar no sono.

No dia seguinte, depois que Harvey saiu para o escritório, Louis chegou para terminar umas papeladas com Donna que sutilmente colheu dele todas as informações sobre essa nova advogada. Na hora do intervalo de almoço de Harvey, Donna sabia que Louis ia estar ocupado, logo não atrapalharia o plano dela, então decidiu que ia fazer uma surpresa para Harvey levando Harriet para vê-lo, mas não o avisou.
Donna vestiu um vestido preto justo de mangas que iam até o cotovelo, seu decote marcava bem o colo dela, calçou um loubotin; ajustou Harriet no Wrap Slim nude, pegou sua bolsa Hermes, pediu um táxi e foi ao escritório.
Ao chegar no andar de Harvey, ela não foi pelo corredor principal, deu meia volta e foi pelo corredor oposto à sala dele. As pessoas sorriam e a cumprimentavam. Já próximo à sala de Harvey ela avistou a presença de uma mulher com ele, mulher essa que batia com todas as descrições que Louis deu de Zoe. 
Para sorte de Paulsen, Harriet dormia tranquilamente o que lhe facilitou ficar parada observando de longe.
Harvey estava em pé com uns papéis na mão, uma fisionomia séria e estressada, Zoe estava sentada no sofá mas se levantou quando Specter falou. A advogada caminhou em direção a ele, e parou muito perto do rosto dele. Harvey não esboçou reação, e Zoe lhe deu um beijo. 
Aquilo tudo era demais para Donna, ela apenas deu meia volta e saiu. Esperou chegar no elevador e deixou as lágrimas caírem. Ela se sentia traída, traída de todas as formas. "Ele podia ter conversado, ele podia…" falou para si mesmo enquanto enxugava o rosto e entrava num táxi indo para casa. 

Harvey estava discutindo um erro processual com Zoe, quando ela se aproximou e o beijou. Imediatamente ele a afastou e ficou encarando a advogada com o cenho fechado.

- Zoe, o que diabos foi isso? - quase gritou.

- Eu achei que nós estávamos tendo algo aqui - respondeu Zoe tranquilamente.

- Não, não estamos - rosnou Harvey - Você sabe que eu estou em um relacionamento com Donna. Você sabe.

- Ah, Harvey! Pensei que você queria se divertir.

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