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~ jude montoya

A última gravação externa daquele dia aconteceria com a figuração, então as oito da noite eu estava de volta ao hotel, pronta para descer pra jantar com parte da equipe, algo rápido, pois eu tinha que dormir bem.

Era bom chegar em uma produção onde haviam pessoas solicitas e amigáveis, o trabalho era muito e passavamos boas horas ali. Era um alento.

E amanhã, começariamos o seguimento de enrendo, uma cena ápice, que se inicia com a morte do rei, e a iminente ascenção que deveria ser de Artenis ao trono. O elenco principal passou o roteiro com Kelsey hoje, eu tinha feito todos os ajustes, mas amanhã provavelmente teríamos um reunião. E eu teria que lidar com Sam Carvert, e claro, os olhares no set.

Resolvi deixar essa história esfriar, era uma mentira absurda e não havia nada que eu pudesse fazer quanto a isso. E espero que Sam faça o mesmo. Rumores são coisas que vem e vão, e no tardar uma coletiva de impressa onde meu status de relacionamento fosse dito, acabaria com todo o falatório.

Pelo menos é esse tipo de coisa que eu estava dizendo para mim mesma para não surtar.

Mas minha mente me traía, indo pra Jack, se perguntando o que ele estava pensando agora.

Eu ainda tinha que lutar contra isso...

Durante o jantar, ninguém sequer me perguntou sobre, até porque estava na cara que Carvert e eu não tinhamos nada. Mas se achavam algo, era bom que deixassem de achar.  Eu não queria me envolver com ninguém nesse momento, principalmente ele, tão oposto de mim. Gosto de homens gentis, de bom humor, educados.

E eu também não fazia o tipo daquele cara, sendo lá qual o for o tipo dele.

E eu nem devia ficar pensando nisso...

Quando voltei para o quarto, me enfiei dentro de um pijama de frio, eu ainda tinha que ler e responder alguns emails, e avaliar algumas propostas de trabalho que recebi, então, peguei meu MacBook e me guiei até uma mesinha perto da janela, onde me sentei, o hotel tinha aquele visual rústico e histórico das construções escocesas, e eu definitivamente gostava disso.

E gostava da vista que tinha de onde estava.

Enquanto lia uma proposta de um filme independente de um diretor que conheci no festival Sundance, há quase um ano, onde inclusive, a produção onde trabalhei, levou seu prêmio, ouvi baterem na porta.

Me levantei em prontidão, ao ouvir de novo, pensei ser Kelsey, que da produção é quem tenho mais contato, mas ela teria me chamado, então parei no meio do caminho, pois não abriria a porta pra um estranho em um fim de noite.

— Quem está aí? — Perguntei.

— Eu. — Disse um voz, que eu acho que conheço.

— O que você quer? E por que está batendo na minha porta? E como sabe que esse é meu quarto? — Questionei, abrindo a porta e me deparando com Sam Carvert.

— Falar sobre o meu nome em todos os sites possíveis, como seu amante. — Quase rosnou. — Consegui com a Kelsey. — Disse, e eu nem queria imaginar o que ela estava pensando.

Ouvi então, um barulho no corredor, e o puxei pra dentro, tudo o que eu não precisava era da fofoca de ter Sam na porta do meu quarto de hotel.

Ele não discutiu sobre isso, apenas fechou a porta.

— Você não é meu amante. — Deixei claro.

— Felizmente, disso eu tenho total certeza. — Disse olhando pra mim, e meu pijama que tinha os óculos e o raio na resta de Harry Potter. Ele era muito confortável! — Mas não quero meu nome nessa confusão. — Completou, dando dois passos a frente.

Comum de DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora