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~ jack dorney

(...)

- Comprei a passagem pra Edimburgo. O vôo sai na madrugada de amanhã. Primeira classe. - Ouvi Wood, meu agente/assistente pessoal dizer pelo celular, enquanto Bobby tirava minhas malas do carro. O vôo de Atlanta para casa foi rápido, mas mesmo assim eu me via exausto. E amanhã, já teria que viajar de novo. Pelo menos, por um bom motivo.

"Leve as malas para dentro pra mim Bobby" pedi ao motorista que assentiu, e então me guiei para entrar em casa, subindo as escadas rumo a porta.

- As envie para mim, ainda hoje. E obrigado, Wood. - Agradeci.

- De nada Jack. E não volte sem ela. - Disse então, me fazendo rir. Eu tentaria.

- Vou tentar. - Murmurei finalizando a chamada, e antes mesmo de abrir a porta pude ouvir Bowie correndo pelas escadas, gritando "O papai está em casa".

Abri a porta, e Bowie pulou sobre mim. O abracei forte, foi um pouco mais de um mês sem vê-lo, mas sempre parecia muito mais.

"Que bom que você está em casa papai, tenho que te contar um monte de coisas." Bowie disse se afastando, enquanto Amy e Axel vinham até mim.

Senti Cruel, nosso dálmata pulando em mim também.

Eu gostava de chegar de uma gravação, a sensação de ser recebido por eles era gratificante. E logo, pude abraça-los também. Todos falando um monte de coisas, sobre o que aconteceu nas últimas semanas.

E claro alguns "Vai atrás da Jude?"

Na semana passada enquanto eu almoçava no set de gravação, onde eu estava insatisfeito, estressado, com tudo o que vinha fazendo, desde a atuação dos atores, a produção e a pouca liberdade criativa que recebi do estúdio para Wicked Royale, eu estava em uma video chamada com um sábio.

E esse sábio tinha um problema: com quem fazer o trabalho de Geografia. Com a melhor amiga ou um aluno popular que todos queriam ser amigos mas que nunca deu atenção para ele. E então, Bowie, o sábio, disse algo sobre "Ela é minha amiga e sempre me ajuda. Por que eu vou querer agradar quem nunca ligou pra mim?"

E isso fez todo sentido.

Eu não estava naquele set pela obra de Redford Kentucky.

Não estava por mim.

Pois eu estava infeliz, e é uma pena que eu demorei tanto tempo para aceitar o óbvio. Por orgulho talvez.

Eu estava ali para agradar meu pai. Meu pai que está se f*dendo pra mim.
Que... Não olhava sequer para os próprios netos.

Eu passei por cima do meu relacionamento por isso. Eu magoei a mulher que eu amo na ideia fixa de receber afeto, de dar orgulho, a alguém que não merecia o esforço.

Eu me levantei dali. Com uma decisão tomada.

Um contrato foi rompido. E desembolsei algumas cifras por recisão. Mais tarde eu tenho que contar as crianças que tive que colocar a cobertura em Los Angeles a venda. Mas ainda era uma boa causa.

E eu iria pra Escócia. E se Jude não estivesse mais lá, iria para onde ela estivesse.

Assim que animosidade passou as crianças dispersaram para fazer suas coisas, mas Axel estava grudado em mim. Fui a cozinha beber água, com o garoto nas minhas costas.

Me virei para ele.

- Não me diga que colocou um piercing no...

- NÃO! - Disse rápido. Respirei aliviado. Eu tive que ajudar nos curativos do mamilo.

Comum de DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora