Comum de Dois

20

~ jude montoya

(...)

— Eu fui um babaca. Eu sei, Jude. Me perdoe. Eu só... Eu estava com ciúmes. Eu estava longe e você aqui... Mas é claro que confio em você. Não duvide de mim. Mas eu fiquei inseguro. Eu tenho esse direito. Não vai me deixar, não é? Não faça isso com a gente!  — Sam implorou, seus olhos estavam tristes e ele lacrimejava, segurando firmemente as minhas mãos. Sem me soltar. Ambos sentados frente a frente sobre a cama.

Ofeguei por notar seu desespero. A forma como ele me queria. Nunca... Nunca vi Jack chorar assim quando brigavamos. Ou implorar. Se agarrar em mim. Ele sempre pedia desculpas quando estava errado, eu também pedia, se fosse algo a ser conversado, a gente fazia o possível para entrar em consenso e resolver, e era isso, as vezes eu ficava um tempinho de cara feia, sem conversar, mas ele me fazia rir, ou ficava tentando me agradar e passava. Logo voltava tudo ao normal.

Acho que a mais séria foi a que... Acabou com tudo.

Eu não sabia reagir ao ritmo que Sam e eu estamos levando. Essa montanha russa.

As coisas não eram assim. Ele não podia reagir como reagiu ontem a noite comigo. Desligando a chamada na minha cara. Eu... Eu não sabia o que fazer. Eu vim até o hotel onde ele estava hospedado, hoje, para conversarmos, para por tudo em pratos limpos. Eu não sabia o que fazer. Eu... Não sabia mesmo.

— Prometo que não farei mais aquilo, minha, Jude. — Puxou minhas mãos para si e as beijou. Beijou sucessivamente o nó de meus dedos.  — Precisamos um do outro. Casais
brigam. É infantil jogar tudo fora por uma discussão.

— Não foi uma simples discussão...

— Não quer que nosso relacionamento fracasse, não é?  — Perguntou olhando em meus olhos.

Neguei com a cabeça. Eu... Eu não queria outro relacionamento fracassado. Eu não queria mesmo. Eu não queria me sentir tão sozinha como me sinto. Eu gostava muito do Sam. Gostava quando as coisas estavam bem entre nós. Mas... E eu não queria machuca-lo.

— Jude, me dá mais essa chance? — Perguntou em um sussurro, se arrastando para perto de mim, seu rosto se enfiou na curva de meu pescoço, onde ele começou a distribuir beijos na pele sensível. Engoli em seco, ao sentir suas mãos subir por minhas coxas. E se enfiar debaixo de minha saía.

— Diga sim. — Proferiu mordiscando minha orelha. Gemi em prontidão.

— Sim. — Murmurei. Era a última chance. E então o senti me deitar no colchão, logo sua boca estava sobre a minha e seu corpo sobre o meu. E fazer as pazes assim, era muito bom. Pois ele nunca pareceu tão empenhado em me satisfazer. Em me dar carinho, como no dia de hoje.

(...)

— O que era? — Perguntei a Sam, que voltava ao quarto com apenas uma toalha embrulhada no corpo, eu vesti um roupão e desembaraçava meus cabelos molhados.

— Na verdade, pedi para Ricky trazer alguns vestidos, sapatos. Maquiadora, hairstylist e o que você vai precisar para ir ao teatro comigo hoje. — Disse sorrindo. Ricky era seu assistente/agente/faz tudo.

Ergui as sobrancelhas.

— Mas... Mas não precisa, Sam. Eu irei em casa. Mal estive com minha mãe hoje. E também não tem necessidade disso. — Falei rapidamente, mas a verdade era que eu já havia comprado um vestido.

— Mande uma mensagem para ela e diga que vai ficar, meu bem. Eu quero lhe dar esses presentes, Jude. Não se recusa presentes! — E então ele fez a carinha mais adorável possível em um homem como ele. E estando apenas com aquela toalha pendurada na cintura, afetava meu raciocínio lógico. Os ombros largos, o abdome definido, a barriga reta, a pele leitosa, os ombros tinham umas pintinhas salpicadas. E eu podia sentir seu cheiro gostoso daqui.