⊱┊ᵛⁱⁿⁿⁱᵉ ʰᵃᶜᵏᵉʳ ᶠᵃⁿᶠⁱᶜᵗⁱᵒⁿ
"Uma mão lava a outra. Você põe dinheiro na minha mão e eu ponho minha boca no seu pau."
Onde Olivia pede dinheiro em troca de um boquete.
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📌Está obra não foi escrita por mim, isso somente é uma adaptação (autorizada)...
Meu corpo congela quando vejo Charlotte se aproximando.
- Olivia, a professora mandou um trabalho em dupla, e você é minha dupla. -Charlotte fala e eu sorrio amarelo.
- Ok, e sobre o que é o trabalho? -pergunto tentando parecer o mais normal possível.
- Orações, transitiva e intransitiva e etc, coisas que aprendemos no 9° ano, sabe?! -ela explica gesticulando com as mãos.
- Certo, é pra entregar quando?
- Dia 07 do mês que vem. -ela fala e eu concordo. -me passa seu número para falarmos depois, tipo marcar o dia que vamos fazer o trabalho... essas coisas.
Coloco meu número no celular dela, antes de sair ela me dá um beijo na bochecha e murmura um "tchau, Olivia".
É estranho pensar que ela é lésbica, eu não tenho preconceito nem nada disso, longe de mim, mas os pais dela são evangélicos, o pai dela é o segundo pastor da igreja e a mãe dela é diaconista, e pelo que eu sei, eles ensinam que é pecado ser homossexual.
- Ai meu Deus, o que ela veio falar com você? - Add aparece do nada. -ela sabe sobre você e o Vinnie?
- Não, sua doida, ela veio falar sobre o trabalho de português. -explico e Add suspira aliviada. -agora vamos que a próxima aula já vai começar.
...
- O que está acontecendo com você? -Jessi me pergunta enquanto eu limpo o balcão.
Acho que já comentei com vocês que eu trabalho em uma lanchonete, e eu estou trabalhando agora, Jessi é a atendente dodo caixa da lanchonete e minha colega mais próxima.
- Nada, por quê? -falo sem desviar os olhos do balcão.
- Você parece preocupada, não sei. - ela fala e continua secando os copos.
- Não é nada demais, é só um trabalho da escola. -minto com a primeira coisa que me vem a cabeça.
- Quer ajuda? Sabe, eu já terminei os estudos então posso te ajudar.
- O trabalho é em dupla, obrigada por oferecer ajuda, prometo que se tivermos dificuldade eu irei te procurar. -falo e ela sorri fraco concordando.
- Olivia, o David quer falar com você. -Liz fala e eu prendo a respiração.
David é meu chefe, por que do medo? Simples, ele está fazendo um corte de funcionários, e eu não posso ser uma das cortadas.
Sorrio fraco para Liz e caminho em direção a sala do chefe.
Bato na porta e ouço um "entre".
- A Liz disse que o senhor me chamou. -falo e ele concorda fazendo um sinal com as mãos para mim fechar a porta.
- Pode se sentar, Olivia. -ai, minha nossa senhora das bicicletinhas.
- Prefiro ficar de pé, porém, obrigada. -falo e ele concorda.
- Acho que você já sabe que vou ter que fazer um corte de no mínimo cinco funcionários. -ele fala e eu concordo com a cabeça. -e com o tempo que trabalha aqui sabe também que eu odeio ter que demitir alguém, porém é necessário.
Continuo o olhando com a postura firme, tentando não parecer que estou terrivelmente com medo do rumo dessa conversa.
- Desculpe Olivia, mas você está demitida! -fala com uma expressão... triste?! Engulo em seco e prendo a respiração.
E as contas da casa? E as contas que meu pai deixou? O que é que eu vou fazer agora?
- Aqui está o seu salário do mês, hoje é seu último dia na lanchonete. -ele fala com tristeza na voz.
- Certo, obrigada pela oportunidade, David. -falo serena e ele concorda com a cabeça, pego o envelope com meu último salário e saio da sala.
- O que aconteceu? -Jessi me pergunta.
- Fui demitida.
- Olivia... sinto muito, sei o quanto você precisava desse emprego. -Liz fala colocando a mão no meu ombro.
- Não tem problema. -falo e ele concorda com um sorriso triste.
Merda. Mil vezes merda.
...
Entro no meu quarto e me deito na cama, sinto as lágrimas se formarem em meus olhos e não me esforço nenhum pouco para segura-las.
Começo a chorar abraçada ao meu travesseiro, sentindo a cada gota que escorria pelo meu rosto, o peso da falta que esse trabalho vai me fazer.
Minha mãe está doente e precisa de ajuda pra parar de se drogar, e isso vai custar dinheiro, a conta que tenho que pagar vai custar dinheiro, muito dinheiro, sem contar com as contas da casa, a comida... Porra!
Por que tudo tem que ser tão difícil?
Me levanto ainda chorando e entro no banheiro, olho para os remédios espalhados no armário que tinha ali.
Eu poderia apenas dormir.
Pego um vidrinho de remédio e abro o mesmo vendo as várias cápsulas de remédio ali dentro.
Não! Não posso fazer isso comigo... nem com minha mãe.
Fecho o remédio e o coloco de volta no armário. Começo a me despir para tomar um banho, um daqueles que lava a alma.
Sinto a água bater em minhas costas, logo vou me acalmando aos poucos.
Nunca foi fácil, e eu nem queria que fosse, porque nada que é fácil demais presta.
As coisas apenas ficaram um pouco mais difíceis do que já eram antes, mas nada que eu não consiga vencer, né?
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