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Rodrigo


- Aquela vadia só pode estar brincando comigo. - Falo por alto enquanto dirijo meu carro.

Um turbilhão de pensamentos passam por minha cabeça. Onde ela descobriu? Quem estava me seguindo? Aquela maluca nunca vai ter provas contra mim. Ela tá achando que é quem?

Minha raiva sobe pela cabeça e acelero com tudo, desviando dos outros carros. Eu não queria saber de nada. Se aquela desgraçada vazasse essas informações sem provas eu continuaria no topo. O único lugar onde me sentiria bem naquele momento era em meu bar.

A uns anos comprei esse bar. Eu podia fechar a hora que quisesse, mas hoje decidi deixar aberto, quero pegar o máximo de vadias possível. Reduzindo a velocidade por chegar mais perto do estabelecimento, minha raiva era imensa, mas não descontaria no meu carro, essa merda vale mais do que a própria vida dela. Eu nem entro na fila, só dou um aceno para o segurança e ele me permite passar. O bar estava cheio, já reparei em diversas mulheres que estavam dançando. Por enquanto estava suave, queria beber antes de começar, quero esquecer esse dia. Se ela acha que eu vou ficar na merda, ela tá bem errada.

- Me dê um whisky. - Me sento na frente do bar com os braços apoiados.

- Brigou com a mulher de novo? - Kat era minha barman favorita, porque sempre sabia o que acontecia comigo só de olhar. Ela fez essa pergunta e logo se virou para pegar minha bebida.

- Quando não brigo? - falo sarcasticamente pegando um amendoim.

- Verdade. - Ela ri me entregando o copo e logo em seguida secando a bancada ao lado. - O que foi dessa vez?

- Ela quer o divórcio. - Dou um gole generoso. A bebida desce queimando, mas minha garganta já era velha amiga dela, já nem sinto mais - Ela tá muito enganada se acha que vai conseguir isso. - Eu dou uma risada e mato minha bebida. - Deixa duas garrafas aqui.

Bato meu copo na mesa ao falar.

- Vai com calma, chefão. - Ela brinca, mas nota minha cara de raiva, deixa as garrafas na mesa e se afasta.

Eu vou tomando minha bebida devagar, a cada copo é como se fosse mais lento ainda. As mulheres vinham para cima de mim, mas não estava mais com paciência. Minha cota para mulheres já tinha batido por hoje. Minha vontade era de socar alguém, mas se eu fizesse isso seria um escândalo.

- Tá livre? - Uma moça aponta para a cadeira ao meu lado e eu apenas concordo, tomando mais um gole. - Tá difícil hoje, hein?

Ela sorri apontando para as garrafas. Não queria ser grosso com ela. Quem sabe não desenrolaria para os próximos dias? Apenas sorrio e volto a me concentrar na garrafa.

- Desculpa lhe atrapalhar, deve estar passando por um dia difícil. - Ela dá um meio sorriso e tenta se levantar, mas eu a interrompo.

- Estou sim. - Coloco mais whisky no copo. - Continue sentada, pra lá só tem tarado.

Ela se senta com um meio sorriso estampado e pede um Martini.

- Obrigada pela gentileza. - Ela agradece. Eu levanto meu copo em reverência e continuo a encarar as garrafas. Não era de fazer drama, mas nenhuma mulher resiste a um homem deprimido no bar. Logo, sua pergunta já era previsível. - Problemas em casa?

Ela dá um gole em seu Martini, brincando com o porta copos.

- Minha esposa está pedindo o divórcio - Minha feição se entristece. Continuo a encarar o copo, uma parte de mim se entristecia. Não chegava aos pés da sensação de liberdade novamente, mas estávamos juntos a sete anos. Mesmo me estressando com ela, seus serviços na empresa fariam falta.

Império PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora