Capitulo 3

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"Tá esperando o que pra abraçar,
sorrir e viver?"

8:30 da manhã e Kenma me balançava de um lado para o outro implorando pra que eu fosse na festa dos irmãos. Diz ele que ficaria perto de mim, caso eu me sentisse nervosa, mas eu duvido muito. Kenma era mestre em sumir. Eu não tava muito animada, mas de acordo com o Suna eu não tinha muito escolha a não ser ir. Eu sempre relembrava aquele momento, o rosto de Suna apenas alguns centímetros perto do meu, seus olhos verdes, sua respiração e a música no fundo.

   - [S/N], quero que conheça a Kiyoko, ela é um ano mais velha que a gente, apesar da cara seria ela é um amor.

   -  Ei, tudo bem? Kenma fala muito de você. Eu praticamente posso fazer sua bibliografia. -Ela disse soltando um risada baixa.

  - Hipérbole! - retrucou Kenma - Eu só falo o quão maravilhosa a [S/N] é.

Eu amava o jeito do Kenma. Apesar de ser introvertido as vezes ele se soltava, uma raridade mas eu me sentia especial por ser uma das poucas que viam ele assim.

  - E então, você vai na festa? - Kiyoko perguntou sentando ao meu lado e abrindo seu caderno.

  - Eu ainda não sei, mas talvez eu vá. Meio que fui obrigada a ir.

  - Obrigada? Foi o Kenma?

  - Lógico que não, Kiyoko. Foi o Suna, inclusive ela tá saindo com ele. Droga! - Ele disse dando um soco de leve na mesa após perder uma partida em seu vídeo game.

  - Como você exagera, Kenma. Eu não tô saindo com o Suna, mas a parte que ele me obrigou a ir é verdade.

- Você deveria investir, Suna é muito gato. E olha que sou difícil pra achar alguém atraente.

- Eu e ele nem somos tão próximos assim. E ele não parece ser do tipo que gosta de garotas como eu. - Arrasto a cadeira pra trás me levantando com meus livros. - Preciso ir pro meu armário, acabei trocando as matérias. Já volto. - Dou um piscada pros dois, apesar do Kenma não ter notado.

Já no corredor havia apenas algumas pessoas. Cheguei em meu armário e o abri. Ele não era muito criativo, tinha apenas uma foto da minha mãe e eu, cadernos e livros. Peguei meu livro de história e fechei meu armário, assim que virei, vi Suna. Meu corpo ficou imóvel. Ele usava uma jaqueta e calça preta, o cabelo estava um pouco molhado. Por Deus, esse garoto não era real.

  - Esqueceu o que, cabeça de vento? - Ele disse encarando o livro na minha mão. - História? Minha matéria favorita.

  - Não sou cabeça de vento. Aliás você só me encontra em situações que eu esbarro em você ou deixo cair algo, e agora quando eu esqueço livros também. - Digo ainda com meu olhar fixado nele.

  - É mesmo, [S/N]. - Ele disse colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha, eu fiquei sem reação e comecei a sentir tremulações na barriga.

O toque de Suna mesmo que por um segundo era capaz de deixar todo o meu corpo energizado.

  - Se eu falar que gosto de te encontrar nessas situações você acreditaria? - ele sorriu. - Ah, não esquece que hoje te busco às 19, lembrando que não tem desculpas pra não ir. Até mais [S/N]. - Ele disse acariciando o topo da minha cabeça indo para o final do corredor.

Depois de um tempo sua silhueta sumia da minha vista, e aos poucos meu coração e estômago, que estavam praticamente dançando dentro de mim, voltaram ao normal. Brinquei com algumas mechas do meu cabelo com um sorriso de lado. Voltei para a sala de história. Não conseguia me concentrar, minha cabeça estava 100% focada em Suna e no que tinha acabado de acontecer. De vez em quando Kiyoko e Kenma chamavam minha atenção. Mas convenhamos, ver Suna Rintarou debilita qualquer um.

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