Capitulo 22

353 39 75
                                    



Sou apenas um pedaço de
confusão e desespero.


Eu acordei com o barulho das notificações do meu celular. Eu esfreguei meus olhos e desbloqueei ele visualizando uma mensagem anônima.

"É melhor que se apressar, a viagem do Suna pra ir embora daqui não é cara. Mas ao contrário do trabalho da sua mãe..."

Eu pensava todos os dias na conversa que eu tive com a mãe do Suna. Eu não queria que ele sofresse e nem minha mãe. Já não sabia mais o que fazer.

Eu estava cada vez mais distante de Suna, dando diversas desculpas por não saber mais como agir. Eu me sentia péssima por dentro. Ver o rosto de Suna mudar a cada desculpa que eu dava era uma tortura, e o que mais me desmotivava era o fato deu não poder contar para ninguém.

Eu ouvi alguém bater na porta, achei estranho pois o porteiro não me comunicou. Eu abri a porta e Suna estava com um skate na mão e chocolate meio amargo, um dos meus favoritos. Ele me deu um beijo e me entregou o doce logo em seguida.

- Vou te roubar hoje de novo, e não tem desculpa pra não ir.

Essa frase me deu uma nostalgia dos primeiros dias aqui na cidade. Da festa dos irmãos, e da primeira vez que eu tinha ficado com Suna.

Ele me puxou pra fora quase não dando tempo deu fechar a porta. Eu queria dizer não, mas fazia um tempo que eu não passava momentos assim com ele devido às meras desculpas.

Dessa vez ele não me levou para uma praça, e sim pra um lugar próprio de andar de skate. Possuía diversas pistas com corrimões e pessoas conversando entre elas. Ele me mostrava diversas manobras. Eu ficava preocupada dele cair mas ele sabia o que estava fazendo. Foi quando ele se aproximou sorrindo e me obrigou a descer uma rampa pequena, provavelmente pra iniciante.

Ele me segurava enquanto eu inclinava meu corpo pra frente dando impulso pro skate. Quando eu desci, meu corpo tinha ido pra trás, porém, Suna me segurou vendo o skate voar pra cima.

- Obrigada... não acho que seja uma boa ideia, melhor só você andar. - disse me sentando novamente.

Suna pegou o skate no chão e veio até mim ficando em minha frente. Ele largou o skate e levantou meu rosto. Ele analisava cada parte da minha face.

- O que você tem, [S/N]?

Odiava quando Suna me chamava pelo nome, ele parecia estar brigando comigo. Apesar dele estar calmo, já sabia que algo estava incomodando ele já algum tempo.

- Faz um tempo que você tá estranha. Eu fiz algo? Você tem que me falar as coisas, não foi assim que combinamos?

Eu evitava olhar pra Suna. Eu desmoronaria. Eu lembrava da mensagem anônima no meu celular. Eu já queria chorar novamente.

Eu afastei a mão dele do meu rosto.

- Eu quero terminar, Suna. - Disso sem manter o contato visual.

Suna soltou meu rosto. Apesar de não vê-lo, eu sabia muito bem que ele não acreditava em minhas palavras.

- Deixa de brincadeira.

- Não é brincadeira. - disse seca.

- Para, cabeça de vento. - Ele disse se aproximando para um abraço.

Eu afastei ele novamente. Ele mantinha um olhar confuso e surpreso. Nunca havia recusado sequer um abraço dele.
A ficha dele já começava a cair na real, ele sabia que eu não estava brincando.

- Por que? - ele disse baixo.

Eu não falei nada. Eu apenas sentia meu coração bater cada vez mais rápido enquanto a tristeza preenchia meu corpo.

Wishes Onde histórias criam vida. Descubra agora