Wishes

Capitulo 10

Suna's point of view~

Me soltei de [S/N] vendo ela descer as escadas chorando. Ver aquilo me partiu. Eu não imaginava que o dia terminaria assim.

Olhei pela janela e [S/N] tentava secar suas lágrimas. Eu pensava em descer e abraçar ela, todavia, eu não queria piorar as coisas. Aliás, ela me recusaria olhando agora para a situação. Após alguns minutos, um carro a buscou. O sentimento de culpa apoderou minha mente. De repente eu me via sentado no chão do meu quarto, olhando pro nada. Eu gostava dela, gostava muito. Mas eu continuava não me dando a chance de ser feliz. Eu não reconhecia minha insegurança e nem meus medos. Acreditava que as pessoas iriam compreender de alguma forma ou outra.

Suspirei e busquei um cigarro na gaveta ao lado da minha cama. Apoiava meus braços em minhas pernas ainda pensando nela. Felizmente o cigarro fez com que minha angústia diminuísse e eu pudesse relaxar um pouco. Contudo, as palavras da [S/N] continuavam martelando na minha cabeça. Eu poderia ter feito diferente.

Eu queria encontrá-la. Começar tudo de novo. Explicar sobre tudo. Meus problemas do passado ainda interferiam na droga da minha vida. Eu tinha certeza que não queria perdê-la.

Me interessei em [S/N] a partir do momento em que vi ela. De início, eu pensava que nunca mais iria vê-la, e que foi apenas um encontro rápido. Eu lembro do seu semblante estressado por conta da chuva. Quando encontrei [S/N] pela primeira vez, nem passava na minha cabeça ter qualquer tipo de vínculo com ela.

Meu problema é acreditar não ser digno de nenhum amor. Eu sempre decepcionava qualquer um que se aproximava demais.

Eu terminei meu cigarro e apesar do meu corpo estar leve, eu demorei algumas horas até adormecer.

O sol batendo no meu rosto fez com que eu acordasse. Eu olhei o relógio e eu estava muito atrasado, me arrumei o mais rápido que pude. Peguei as chaves do carro e fui para o colégio.

Eu fazia um sinal de negação para mim mesmo. Ainda me culpando por ontem. Queria ver [S/N] e me desculpar por tudo.

Devido à pressa, eu não havia percebido minha gravata toda amassada. Tentava me arrumar enquanto os corredores já se encontravam vazios.

Eu não era da sala da [S/N], o que dificultava um pouco nossa comunicação. Eu só conversava com ela nos horários vagos e quando ela me assistia nos treinos.

Era fofo ver ela quase todos os dias, mesmo após as aula cansativas, me acompanhar até lá. Toda vez que a via sentada apoiando seus braços em suas pernas eu sentia que minhas inseguranças sumiam. Mas eu causei mais uma perturbação.

Eu continuava sem ver [S/N] mesmo nos intervalos. Eu comecei a achar que talvez ela não tivesse vindo. Porém eu duvidava muito. Ela odiaria faltar um dia se quer.

Eu estava sentado na arquibancada com o pessoal do vôlei.

- Você tá bem, Suna? - Kita perguntou.

- Estou. - disse dando um gole na minha água.

- Você devia se abrir mais, sabia?

- Eu to suave. - disse dando de ombros.

Kita continuou me pressionando para que eu falasse.

Eu apenas joguei minha cabeça pra trás, cansado. Olhava ao redor ainda procurando por ela.

As aulas custaram a terminar e minhas expectativas de encontrar a [S/N] diminuíam. Eu estava me preparando pra ir embora, apenas pegando meus cadernos no armário quando Atsumu gritou meu nome. Fechei meu armário e encarei Atsumu.

- O que foi?

- A [S/N] ficou com meu irmão.

Eu inclinei a cabeça ainda sem entender.

- Do que você tá falando?

- Um dia desses a [S/N] foi lá pra casa e ficou com Osamu, mas ele afastou ela.

Eu não acreditava em nada que Atsumu falava. Eu apenas arqueei as sobrancelhas e pedi para que ele parasse com as piadinhas.

- Se tá em dúvida, tem tudo gravado na câmera lá de casa. - Atsumu esboçou um sorriso.

Eu não queria acreditar em Atsumu. Isso nem fazia sentido. Mas mencionar uma câmera já me deixava inquieto.

- Eu te mostro se quiser.

- Eu não quero ver, Atsumu.

- Você e a [S/N] formavam um casal tão bonito, o que aconteceu para que ela chegasse lá em casa e beijasse meu irmão?

- Não te interessa. - disse já irritado.

Atsumu levantou os braços como sinal de trégua.

- Calminha, Suna. Vim aqui justamente pra te ajudar.

Estava prestes a falar com Atsumu quando escutei passos atrás de mim. Eu imaginava o zelador dando bronca por estarmos até tarde no corredor, mas quando eu me virei [S/N] estava lá, com a cabeça baixa evitando contato visual comigo e Atsumu.
Ela queria conversar comigo, mas eu não estava no momento bom agora.

Atsumu tinha ido embora assim que [S/N] chegou.
Minha única vontade era perguntar se ela realmente tinha ficado com Osamu. Mesmo com supostas gravações, eu torcia pra que não.

Eu questionei [S/N] e vi seu rosto confuso. Ela ficou alguns segundos em silêncio, mas já era o suficiente pra eu entender. Imaginar ela beijando meu amigo mais próximo me deixava puto.

Eu não queria dialogar mais. Por que ela é tão complicada? Eu fui embora sem olhar pra [S/N]. Eu já não me importava.

Passei o resto da semana no meu canto. Eu não queria pensar nela. Eu precisava me distrair de alguma forma.

Kuroo nós convidou para a festa que aconteceria na casa dele. Praticamente todo o colégio iria. Era oportunidade perfeita pra que eu me chapasse e esquecesse de vez a [S/N].

Eu precisava daquele momento.