019

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Ultimamente eu posso nos sentir à deriva
Ambos agimos de forma diferente
Costumávamos ser tão consistentes
Não há mais nada para dizer, dizer

─── 2 cigarettes, jack & jack

─── 2 cigarettes, jack & jack

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Afrodite Thoja

Vinnie foi embora ás oito e alguma coisa, afinal, sua filha ainda estava no andar de baixo

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Vinnie foi embora ás oito e alguma coisa, afinal, sua filha ainda estava no andar de baixo.

Dormi das nove e meia até ás oito da manhã, quando ouvi uma gritaria, provavelmente na cozinha.

— Que merda tá acontecendo? — entrei na cozinha e vi Chas rindo enquanto Charli secava a sua perna. — Char, tá tudo bem?

— Sim. — ela suspira — Se a água estivesse um pouquinho mais quente, eu teria sérios problemas.

— E você só ficou ai olhando, seu babaca? — tapeei Chas no braço, que ainda ria.

— Eu fui ajudar, mas ela começou a me bater! — franzi a testa. — É que eu tive um pouquinho de culpa...

— Como? — olhei para Charli, que tinha suas bochechas extremamente vermelhas. — Que nojo, vocês não sabiam que a cama serve exatamente para isso?

— Se não soubéssemos, você teria dado um jeito de nos ensinar ontem a noite. — ergui o dedo do meio para ele. — Você sabe se ele curte aquelas paradas de BDSM? Seria bom para todos se você começasse a usar uma mordaça, sei lá.

— Vai se foder, Hudson. — ele ri mais.

— Mas agora é sério, Dite, tinha duas crianças na sala! — cerrei os olhos para ele.

— Vocês não se importaram com o Zach naquele dia! Porra eu demorei uma hora pra pegar no sono por causa daquela cama barulhenta! —Char ri, provavelmente se lembrando,

— Em minha defesa — Charli se pronunciou — Eu achei que o Zach tinha saído com os seus pais, beleza?!

— Ah, então fazer aquele showzinho só pra mim é de boa? — ela ri, mexendo os ombros. — Vocês são nojentos!

— Sabemos. — ambos mandaram um beijinho na minha direção.

Subi as escadas de novo, indo até o banheiro. Depois de ter iniciado o dia corretamente, vesti uma legging preta e um top da mesma cor, prendendo o cabelo em um rabo de cavalo em seguida.

— Você vai mesmo correr em um sábado? — apenas assenti, passando pelo casal na sala até estar fora de casa.

Em algum dia da semana eu preciso fingir que sou minimamente saudável, não?

Passei cerca de uma hora correndo para longe de casa, relembrando as minhas histórias em cada rua que passava, até uma certa pessoa me chamar atenção.

— Tayler? — ele se virou.

Ele, assim como todos do meu antigo grupinho, estava diferente. Seu cabelo estava raspado e ele tinha acrescentado mais umas duas tatuagens em seus braços. Ele estava ainda mais atraente do que da última vez que nos vimos.

— Dite? — ele se aproximou, com um sorriso. — Cacete, quanto tempo!

Ele não se importou que eu estava como uma porca suada, e me abraçou calorosamente.

— Achei que não fosse mais voltar para Los Angeles. — disse ao se afastar.

— E eu não ia, mas foi necessário. — ele assente, sem tirar o sorriso do rosto. — E então, como foram esses cinco anos?

— Os melhores da minha vida! — ergui a sobrancelha. — Eu finalmente tomei jeito, Dite. Sabe, o que me estragou foi aquele maldito grupinho do ensino médio. Eu sou outra pessoa agora, o verdadeiro Tayler Kettering!

— Fico feliz com isso. — cruzei os braços.

— Pois é, parece que o ensino médio realmente fode com as pessoas! — dei um meio sorriso, assentindo. — Se alguém dissesse para mim, há cinco anos, que eu estaria onde estou hoje, casado e com um filho, provavelmente eu riria na cara dessa pessoa! — descruzei os braços, perplexa.

— Espera... Você tá casado e tem um filho? Em cinco anos? — ele ri fraco, assentindo.

— Eu te disse, Dite. — fungou — Mas nada disso veio antes de boas consequências das merdas que eu fiz naquele tempo. Eu encontrei a Charly e, em um deslize, o Arthur chegou. Não me arrependo de absolutamente nada, Dite, ou eu não seria quem sou hoje!

Eu ainda estava um pouco chocada, mas feliz por ele ter se tornado esse homem que eu vejo agora.

— Ok, estou chocada demais para falar alguma coisa. — ele ri, passando a mão pela nuca. — Bom, parece que enfim todos nós nos resolvemos, não é?

— Pois é. Espero te ver nas telas do cinema, Dite — bagunçou meu cabelo, que já estava solto do lacinho, e voltou a mexer nos hidrantes da casa.

[...]

Arrumei a palmilha do vans amarelo e branco sem cadarço e encaixei o pé nele, finalmente satisfeita com o resultado.

Eu tinha uma camiseta branca por baixo de um vestidinho amarelo com listras pretas, bem soft girl mesmo.

— Vocês têm certeza que não querem ir? — perguntei ao ver o casalzinho deitado no chão, apoiados nas almofadas.

— Afrodite, se eu comer mais um pedaço de pizza, eu explodo! — Charli  murmurou, sem tirar a tenção do filme.

Meus pais foram no cinema junto com Zach, deixando apenas nós em casa.

— Beleza. — coloquei o celular no bolso minúsculo do vestido. — Creio que não precisem de avisos, mas se as coisas.. esquentarem, vão para o quarto. Eles podem chegar a qualquer momento. — nenhum dos dois me respondeu, mas Chas levantou o dedo do meio antes que eu saísse.

Quando ouvi a buzina do lado de fora, dei mais uma arrumada nos cachos fora de ordem e abri a porta da sala, vendo a Mercedes c180 branca de Vinnie encostada no meio-fio.

Jett estava no banco do passageiro e a Hera no banco de trás, em sua cadeirinha.

— Oi Dite. — foi rápida em dizer, antes mesmo de eu fechar a porta.

— Oi lindinha. Oi meninos. — os dois me responderam e Vinnie tomou o caminho.

— Dite, estávamos pensando melhor.. — Jett começou — Hoje é sábado, a pizzaria deve estar lotada e nem sabemos se vai ter lugar para sentar.

— E o que você sugere?

— Shopping, talvez? — cerrei os olhos, um pouco contrariada. — Tem uma lanchonete barra restaurante, eu fui lá com a Stassie algumas vezes, é muito bom mesmo!

— Por mim tudo bem. — mexi os ombros e olhei para os olhos de Vinnie  pelo espelho; ele estava impassível e neutro.

Que merda aconteceu?

Start Over ² | Vinnie Hacker ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora