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Não estou tentando ser diferente
Não estou tentando ser descolado
Só estou tentando me entregar a isso
Diga-me, você também está?

─── dusk till dawn, zayn ft. sia

Afrodite Thoja

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Afrodite Thoja

Outono deu as caras e a minha vida não podia estar melhor

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Outono deu as caras e a minha vida não podia estar melhor. Faltam pouco mais de três meses para o fim das gravações, e o meu relacionamento está cada vez melhor.

Estamos no começo de novembro. Hera lidou exatamente bem com o fato de eu ser a sua madrasta, afinal, era tudo o que ela queria – segundo Vinnie. Zach reagiu da mesma forma, jogando na minha cara que agora ele pode chamar o Vinnie de tio Vinnie, e eu não contestei.

Semana passada eu e Vinnie  completamos o primeiro mês de namoro, e desde lá uma coisa vem martelando na minha cabeça: a gravidez.

Vincent nem sonha que eu engravidei dele no passado, já que as únicas pessoas que sabem são a Riley e meus pais, e eu pedi que nenhum deles dissesse nada. Obviamente, eu achei que iria para Manhattan e esqueceria totalmente o meu passado turbulento e a minha paixão por ele. Podemos ver que não deu nada certo.

Eu me coloquei no lugar dele algumas vezes, e eu gostaria de saber, se fosse ele. Mas eu tenho que encontrar o momento certo.

— Tá tudo bem? Você tá com uma cara estranha... — ele me puxa para o colo dele.

Coloquei as pernas na lateral de suas coxas e passei os braços pelo seu pescoço.

— Sério, Dite, você tá muito estranha. — ele coloca as mãos na minha cintura.

— Eu... A gente precisa conversar, Vinnie. — ele molha os lábios e me olha nos olhos. — É muito sério.

— Estou ouvindo.

Apoiei a testa no seu peitoral por alguns segundos e voltei a olhar em seus olhos, pronta para falar.

— Lembra daquela vez que... — o barulho da porta me interrompe.

— Papai!!

Corremos até o banheiro. Hera estava no chão, com a testa sangrando.

O desespero no olhar dele era nítido, então sobrou para mim pegar ela no colo e correr atrás dele até o carro.

Ela estava acordada, graças a deus, mas não parava de reclamar de dor. Dava pra ver que o machucado não era lá aquelas coisas, mas acho que o Vinnie não é muito acostumado a ver a filha sangrando.

— Relaxa, ok? — apertei sua mão e ele suspirou.

Quinze minutos depois nós estávamos na grande sala de espera, esperando que chamassem pelo nome dela.

— Hera Hacker. — a enfermeira chamou e nós dois levantamos.

Hera passou pela triagem e logo estávamos a caminho da sala do pediatra.

O Dr. é muito mais novo do que eu imaginava. Ah, se eu estivesse solteira...

— Então, o que temos aqui? — o dr. se levanta e coloca Hera sentada em uma maca no canto da sala.

— Ela caiu no banheiro. — expliquei.

Silenciosamente, Hera encontrou a minha mão e a apertou, provavelmente em uma tentativa de se acalmar.

— Se o corte fosse um centímetro mais fundo, teríamos que dar pontos. É uma garotinha com sorte. — apertou o nariz dela com um sorrisinho.

— Então tá tudo bem? — Vinnie pergunta, andando até a filha.

— Está. Digo, ela ainda tem um corte, mas é só limpar com o soro e fazer um curativo. Farei isso agora. — Vinnie  acena com a cabeça e recua um passo, para que ele pudesse fazer o curativo em Hera.

E como se o universo estivesse contra mim, a dor aguda no meu abdômen retornou. Não pude evitar em fazer uma careta, e Vinnie notou.

— O que foi? — abanei a cabeça e massageei minha cintura.

— É só cólica, tá tudo bem. — ele me olha estranho, mas não questiona.

Cinco minutos depois, o intervalo entre as pontadas eram de dez segundos, e eu estava quase chorando. Definitivamente não é cólica.

— Fica aqui com ela, eu vou buscar outra senha e a gente vê o que você tem, porque eu sei que não é cólica. — ele diz tudo rapidamente e me dá um selinho antes de voltar ao guichê das senhas.

As memórias do meu aborto há quase seis anos voltaram com tudo, e eu me lembrei de quando Vinnie apareceu no meu quarto aquela vez e, pelo que me recordo, não nos protegemos. Isso não pode estar acontecendo, não de novo.

Quando Vinnie voltou, tentei convencê-lo que podia entrar sozinha, mas ele negou até o último segundo.

— Afrodite Thoja. — suspirei e me levantei da cadeira.

Vinnie me seguia com Aphrodite no colo até estarmos na sala de ultrassom, onde o médico descobriria se isso é realmente só uma cólica, se eu estou grávida, se eu tive mais um aborto, ou qualquer coisa.

— Boa tarde. — o dr. diz e estende a mão. — Você é a Afrodite, eu presumo? — assenti.

Digo á ele sobre as dores e ele manda eu me deitar na maca e levantar a camiseta. Enquanto eu fazia isso, Vinnie olhava tudo de forma estranha, provavelmente pensando em uma suposta gravidez.

— Pelo que posso ver, você tem uma placenta em constante crescimento, e não é de agora. — prendi o ar e olhei para Vinnie, que me olhava confuso. — O que me leva a crer que você sofreu algum tipo de.. aborto espontâneo no passado.

Forcei meus olhos a ficarem fechados, com medo da reação que Vinnie teria.

— Em uma gravidez completa, a placenta é expelida ou retirada, e a sua continuou intacta ai dentro, crescendo poucos milímetros por ano. A menos que tenha planos de engravidar ainda este ano, eu te aconselho a retirar. Ter a placenta aí dentro pode te trazer alguns problemas.

Quando criei coragem para olhar para Vincent, ele olhava para o chão enquanto fazia carinho nas costas da filha. É, vai ser um assunto a ser tratado em casa.

— Obrigada, doutor.

Vinnie saiu da sala primeiro que eu, andando em passos largos até estarmos dentro do carro.

— Vinnie, eu...

— Agora não, Afrodite. Por favor, não fala nada.

É, definitivamente vai ser um assunto a ser tratado em casa.

Start Over ² | Vinnie Hacker ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora