𝑴𝒆́𝒓𝒐𝒑𝒆 - 𝑻𝒉𝒆 𝑯𝒆𝒊𝒓𝒆𝒔𝒔 𝒐𝒇 𝒕𝒉𝒆 𝑫𝒂𝒓𝒌𝒏𝒆𝒔𝒔

Lula Gigante

Os últimos dias de verão em Hogwarts sucediam tão rápidos quanto um raio. O clima de quase outono era extremamente agradável, apesar de estar um pouco quente por ainda ser setembro, a brisa suave que passavam calmamente pelo meu rosto enquanto deitava no gramado próximo ao lago negro era extremamente satisfatória, principalmente para aqueles que adoravam qualquer pequeno contato com a natureza, como eu.

Era quase hora do almoço quando eu permanecia em frente daquelas águas calmas e escuras, jogando pedrinhas redondas que pulavam e quicavam na superfície do lago, em uma competição comigo mesma de quantas vezes eu poderia fazer aquilo.

-Assim vai acabar irritando a lula gigante. – Uma voz familiar ressoou atrás de mim, me fazendo levar um puta susto, acompanhado de um solavanco repentino para frente, o que consequentemente me fez derrubar todas as pedras que eu tinha catado e que estavam em meus braços, no chão.

-E está fazendo errado. – Continuou.

-Ah, Fred que susto! Anuncia a chegada da próxima. – Franzi a sobrancelha e levei uma das mãos até meu peito, ofegante.

-Desculpe. – Ele disse entre risos, suspendendo seus braços, em forma de rendição.

-O que está fazendo aqui? – Perguntei enquanto me inclinava para frente e retirava minhas meias brancas com adornamentos verdes, entrando parcialmente nas gélidas águas do lago negro, pegando as pedrinhas que tinha deixado cair.

-Esperando George e Lino. – O ruivo fez pouco caso, ao mesmo tempo que desfazia o laço malfeito de seu tênis para tirá-lo.

-Vão fazer outra brincadeira daquelas? – Falei enquanto jogava uma pedrinha, que pulou quatro vezes sobre as águas e afundou lentamente na quinta vez, deixando subir algumas bolhas de ar enquanto submergia até não poder ser mais vista.

-Quase isso. – Disse ele olhando para mim. – Soube que pirraça jogou Glitter em todas as gravatas de Percy? Aquilo foi brilhante, literalmente. – Contava Fred em êxtase.

-Soube – Respondi enquanto oferecia uma das minhas pedras para o ruivo. – Pirraça se gabou disso para mim.

Ele a jogou no lago, a mesma pulou apenas três vezes, seguidamente, naufragando, paulatinamente.

-Sou melhor que você – Sorri, enquanto me gabava para o ruivo.

-Não é não – O menino pegou mais duas pedras, uma delas saltou quatro vezes, a outra simplesmente afundou, de um jeito tristemente deprimente, me rendendo uma bela crise de risos, Fred, que não ficou tão feliz em ver aquilo, se encolheu e olhou para o "gloob" que a pedra fez com certo desapontamento.

-Acho que amaldiçoaram minha mão. – Propôs uma desculpa esfarrapada.

-Claro... com certeza. – Sorri me virando para o lago e esperando as águas estabilizarem. Joguei outra pedra, do tamanho e peso perfeitos para aquilo, e foi perfeitamente glorioso. A pedrinha saltou na velocidade de uma bala, sete vezes antes de cair e afundar com elegância.

-É boa nisso. – Ele sibilou, me observando. – Como aprendeu?

-Ah, tem um lago perto da minha casa, e sempre estou lá com meu pai, ele que me ensinou. – Expliquei, arregaçando as mangas da minha veste branca, e olhando para o ruivo.

-Oh sério? Onde você mora? – Fred perguntou, tentando imitar o que eu fiz com uma pequena rocha semelhante.

-Londres. – Respondi.

-Você vem de uma família Bruxa?

E parando para pensar, eu não tinha ideia daquilo.

-Oh, eu não... bem, meus pais são nor... uhm, eles não são bruxos.