Lótus: A voz do silêncio

O jogo da vida e da morte

- Você terá uma reunião de Conselho hoje, vai ser daqui algumas horas, a vossa alteza quer que você o acompanhe -
Beth suspirou enquanto olhava cada uma das roupas da rainha, era incrível como a rainha tinha tantas roupas mais não tinha a roupa que a vossa excelência queria.

"Santo graal! Como e possível que um homem tão controlador se casou com Mya?" Olhou para atrás e seus olhos encontraram uma figura, masculina sentada na cama, seus cabelos negros estavam secos e hidratados, estava com um roupão branco. Era incrível como um ser tão poderoso poderia ser também ser tão frágil.

- Você quer ajuda Beth? - Perguntou Mya enquanto se levantava e ia até o encontro da dama.

- Não precisa se incomodar, eu só preciso achar a roupa perfeita - suspirou enquanto afastava os cabelos pretos que estavam em sua testa. - sabe... mesmo trabalhando e morando aqui por mais de uma década e bastante frustrante achar uma roupa pra você minha Excelência. - olhou para o amigo que estava prestando atenção em cada palavra que saia da boca da amiga - E é incrível que até hoje eu não consiga achar uma roupa nesse closet hahaha - deu um pequeno riso.

Mya deu um passo a frente e foi em direção até uma gaveta que estava perto dos calçados, quando abriu retirou de lá um terno completo preto com uma gravata borboleta.

- Acha que é esse a vestimenta que a vossa excelência quer? - perguntou enquanto olhava para Beth.

- Acho que vai servi -.

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Mya entrou no grande salão onde sempre acontecia a reunião do Conselho, o cômodo poderia facilmente ser confundido com uma biblioteca pelo tamanho, suas paredes eram douradas com detalhes pretos que pareciam galhos, grandes pinturas dos reis passados eram a decoração do local que tinha junto uma grande mesa oval transparente no meio do cômodo.

- A vossa senhoria está muito bonito com esse terno, se me permite dizer -

Mya tomou um pequeno susto ao ouvir a voz do capitão que estava em um local afastado em um pequeno sofá perto de uma janela.

Zac ou para os menos próximos Richard era o nome do capitão, o mesmo era um beta incrivelmente grande, tinha longos cabelos dourados que agora estavam em rabo de cavalo, seus olhos esmeraldas estavam em um livro qualquer, sua pele bronzeada estava refletida pela luz solar que entrava pela janela, tinha cicatrizes pelo corpo inteiro mas a que mais chamava atenção era aquela cicatriz que estava em seu queixo, que sempre que perguntavam o motivo o mesmo falava.
"Um erro, que eu poderia ter evitado". Trabalhava para o rei a mais de um século, já tinha mostrado o seu valor no começo da grande guerra de bronze.

- Você também está muito bonito hoje, Sr. Richard - andou em direção ao seu assento na grande mesa oval.

- Por favor não me chame de senhor, faz me senti velho. E além do mais já nos conhecemos a muito tempo para você ainda usar o meu segundo nome -

- Não é como se você fosse tão jovem quando um dia já foi - Mya fez o comentário enquanto tomava uma xícara de chá verde que estava em cada assento.

- Nisso você pode ter até razão - se levantou do sofá, levando o livro consigo.

Mya olhou para o livro que estava nas mãos do capitão.
O mesmo parceria ter muitos anos de uso pela a sua capa desgastada, algumas páginas eram brancas e outras pretas, sem uma ordem para se seguir. A capa do mesmo era cinza com um uma pena na atrás do nome.

"O jogo da vida e da morte"

- parece ser um bom livro -

Zac olhou para o livro nas mãos e riu, enquanto sentava de frente para Mya.

- "A morte e tola por matar e a vida e burra por salvar"- leu uma frase qualquer das páginas - E um ótimo livro para perder a fé na humanidade e nos "Santos"- fez aspas com os dedos - fala sobre um louco que ganhou o poder de escolher quem vive e morre, e que no final se matou por não aguentar as vozes dos mortos em sua mente -

- O louco parece ter feito a escolha errada das cartas - Mya disse enquanto fitava Zac com uma expressão de paz.

- O louco pode ter feito a escolha correta no começo e a errada no final - deu um pequeno riso - todos somos loucos, uns são loucos por acreditar em Santos, outros por se aceitar viver nesse inferno de paraíso e muitos outros por serem suicidas o bastante pra irem para o submundo só com espadas e escudos... -

Zac deu um longo sorriso e disse no final.

- Qual louco você e? -