Luciana
Gritei. Esfreguei minha cabeça com as mãos, bagunçando as mechas lisas, numa tentativa inútil de embaralhar os pensamentos.
— Eu não queria que meu primeiro beijo fosse nele! Tinha que ser com Otávio! — Eu sequei minhas lágrimas direto no travesseiro. Toda a felicidade que eu tinha sentido até então foi vã.
— Luciana García Benelli, não foi beijo, sua louca! — Alê queria torcer meu pescocinho nessa hora. — O Chris estava tentando salvar sua vida!
— Meu primeiro beijo foi num desconhecido! — Cobri o meu rosto com o travesseiro, de modo a me esconder do mundo. Ria de mim, universo, pode rir. Sou uma piada cósmica.
Minha mãe meteu a cabeça no vão da porta entreaberta, depois de ouvir meus gritos, e disse:
— Você está proibida de beber, ouviu Luciana?! — Ela apontou o dedo para mim, raivosa. Eu não conseguia prestar atenção ao que ela dizia quando usava aquela máscara de carvão. — Está proibida de ir a qualquer outra dessas festinhas! Não admito! Veja o acidente em que você se envolveu! Poderia ter deformado seu rosto completamente!
Ah, sei. O que iria incomodá-la era eu ser mais feia. Pensei, mas não falei,
Bem, o esporro dela é irrelevante. Eu moro sozinha e vou a quantas festas eu quiser. Com certeza, eu não queria ter sido levada ao apartamento da Dona Amélia, mas não sei como foi a discussão que me trouxe a este destino. Só sei que Alessandra e Otávio decidiram por mim que ali era o melhor lugar para eu estar.
Obviamente, fui embora do território da minha mãe no dia seguinte. Pedi a Alessandra que dormisse comigo no meu apartamento naqueles dias porque eu estava com muita dor nas costas e tinha algumas coisas que eu não conseguia fazer. E eu não queria ficar com minha mãe.
Meu apartamento era bem grande. Tinha dois quartos, uma sala grande e uma cozinha planejada com muitos utensílios cor de rosa. Era moderno, ainda que antigo, pois minha mãe me obrigou a reformar antes de vir morar sozinha.
Alessandra se sentia rainha naquele lugar, era uma cozinheira e tanto. Fez um talharim com frutos do mar que me fez realmente questionar se não deveríamos dividir apartamento.
Enquanto o aroma da comida subia, eu fiquei pensativa.
Estranhamente, a sexualidade dela nunca havia sido aceita por alguém com tanta naturalidade como foi comigo. Na verdade, eu era muito grata por ter uma amiga como ela e não imaginava como alguém poderia destratar Alessandra. Ela tinha personalidade forte, mas defendia os amigos com unhas e dentes. Ela tinha a esperteza que me faltava.
— Está melhor? — Indagou a ruiva, depois de eu tentar ajeitar o travesseiro pela enésima vez.
— Sobre? Ter perdido minha virgindade bucal com um coadjuvante?
— Não seja assim, ele salvou sua vida. — Alessandra falou com paciência e bondade. — Afinal, depois o Otávio cuidou de você, então não importa quem fez respiração boca-a-boca.
— Eu sei, estou sendo egoísta. Devia ter agradecido a ele, mas... eu não sabia que tinha sido ele. — Revelei, com um pouco de peso na consciência pela minha brutalidade. — Além do mais, eu estava completamente grogue por ter me acidentado.
— Eu sei. — Alessandra disse. — Haverá outras oportunidades. Agora temos que pensar em como você vai se reencontrar com o professor.
Eu sorri. Estava feliz por minha amiga ter parado de criticar minha obsessão com Otávio e ter começado a me ajudar.
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Professor do Sexo - DEGUSTAÇÃO
Romance"Eu vou te ajudar a conquistar meu irmão." A OBRA AGORA ENCONTRA-SE COMPLETA APENAS NA BUENOVELA COM NOME "MEU NAMORADO PERFEITO"! ACESSE: https://www.buenovela.com/book_info/31000027767/Rom-ntica/Meu-Namorado-Perfeito Após ser humilhada confessan...