10. Ele Viu Tudo

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Luciana

Aquele campus à noite ficava completamente abandonado. Era assustador. Não tinha uma viatura da polícia passando por ali.

Meus dedos se entremearam à grama alguns minutos depois. As minhas lágrimas caíram sobre a relva, eu estava muito nervosa. Passei o maior perigo da minha vida ali.

Sentei sobre meus tornozelos, ouvindo as palpitações do meu coração. Segurei meu rosto e voltei a chorar por não sei quanto tempo. O som dos meus soluços foi interrompido por uma voz:

— Luci. — Ouvi. Graças a Deus, era uma voz familiar. Christofer se ajoelhou ao meu lado, sua camiseta tinha uma mancha de sangue. Ele me abraçou, despreocupado com seus ferimentos. — Luci, você está bem?

— Chris... — Choraminguei. Afastei-o de mim para analisar aquele corte, apavorada.

— Não é nada. — Ele me garantiu, segurando meu rosto. — Foi superficial.

Acho que ele não estava mentindo para mim, já que não tinha tanto sangue. Mas, aquela mancha rubra em sua camiseta branca me apavorou. Era o precioso sangue de Christofer ali, e isso me fez sentir culpa, não sei por quê.

— Desculpa! — Chorei abertamente, sem nem tentar secar as lágrimas. — Foi minha culpa, eu não consegui avisar que ele tinha uma arma, eu...

— Luci... — Ele segurou meu rosto com as mãos, olhando diretamente em meus olhos. — Está tudo bem, certo? Não precisa se preocupar comigo, eu sou treinado para lidar com esse tipo de situação. É você quem me preocupa. Ele te machucou?

Christofer analisou meus membros para procurar algum machucado, já que eu estava congelada. Apenas neguei com a cabeça. Minha blusa tinha arrebentado na hora que o criminoso me puxou, mas não foi o suficiente para me deixar despida.

— Estou bem. — Murmurei, sentindo o abraço forte dele. — Obrigada.

Chorei de novo. Como uma forma de acalmar, deslizei os dedos pelas costas dele, Finalmente consegui ouvir as cigarras, pois o abraço dele me acalmou, e senti as batidas do seu coração em meu rosto. Palpitava bem forte.

Christofer também tinha medos, apesar de parecer tão destemido. Ele me olhou de novo, preocupado, secou minhas lágrimas com seus polegares e me pegou pela mão para sairmos daquele lugar. Tenho certeza de que era melhor me lastimar longe dali.

Quando chegamos ao carro dele, eu respirei fundo. Senti que ele queria deixar aquele assunto para trás.

— Por que você sumiu? — Ele perguntou, colocando o cinto de segurança e ajustando o retrovisor. — Fiquei te procurando por horas.

— Fui ao banheiro.

— Estava com dor de barriga? Meu Deus, quem passa tanto tempo no banheiro? — Ele indagou, e eu ri, com lágrimas nos olhos.

— Não, né? Idiota. — Eu ri de novo. — Acabei encontrando umas pessoas estúpidas lá e tive uns problemas.

— Você não precisa lidar com essas pessoas idiotas sozinha. — Ele suspirou, dando partida no carro. — Eu estou aqui para isso.

Mordi o lábio, nervosa.

A parte mais importante ele estava esquecendo de dizer. Eu não poderia esperar para saber o que aconteceu com aquele louco, eu precisava da resposta.

— O que fez com aquele cara? Quero dizer, você me mandou sair. — Joguei logo o assunto na roda.

Christofer suspirou enquanto olhava à frente. A pista estava quase vazia e a noite se adensava. Ele pensou um pouco e, finalmente, disse:

Professor do Sexo - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora