5. Encontros

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Luciana


Fiquei pensando no meu primeiro beijo.

Foi gostoso.

O beijo dele era bom.

Será que Otávio também beija assim? Será que a língua dele é assim quente e gostosa?

Será que faz aquelas coisas no pescoço?

Que vergonha, que situação embaraçosa.

Pensando bem, estou com vergonha de olhar na cara do Chris de novo. Ele deve estar me julgando por beijar mal.

E eu estou me julgando por ficar mordendo os lábios e pensando nas coisas que ele fez.

Fiquei reflexiva.

Acho que quero de novo.

Bem, eu não devo nada a Christofer. Não preciso me importar com o que ele pensa. Ele está com meu celular, então tem que me dar pelo menos mais mil beijos.

Meu chip agora estava em um celular antigo sem muitos recursos, mas, felizmente, permitia o uso do WhatsApp. Até estranhei quando vi uma mensagem de um número desconhecido ali.

Falando no Diabo: era Chris. Eu reconheceria aquela foto de violão em qualquer lugar.

"Chegou bem?" Ele perguntou.

"Sim ué." Respondi.

Acho que eu deixei o assunto morrer, até porque eu estava secando o cabelo e com pouco tempo para mexer no celular.

"Então você vai querer seguir adiante com o plano?" Ele perguntou.

"Sim, quero que me ensine a seduzir o Otávio." Respondi antes de me arrepender.

"Isso inclui muitas aulas de beijos." Ele disse.

"Se eu não tiver que pagar a mais." Enviei.

"Então, nossa próxima aula é amanhã" Ele disse.

"Ok." Respondi. Sou bem objetiva, não gosto de conversa fiada.

Por que será que dizem que deixo o assunto morrer? Não consigo entender.

Aquele celular não tinha quase recurso nenhum. Então só me sobrava mandar mensagem para minha amiga e encher o saco dela.

Acabei de falar que não gosto de conversa fiada, mas vivo me contradizendo.

"Vai à aula amanhã?" Perguntei.

Alessandra não respondeu. Ridícula, está me dando gelinho. E eu querendo contar a ela todas as novidades. Tive que remoer sozinha meu primeiro beijo.

Naquele dia eu comprei alguns vinhos e só parei quando vi o fundo da garrafa através do gargalo. Foi difícil aceitar que meu primeiro beijo tinha sido pago, mas eu acho que era melhor interpretar de outra forma. Talvez eu só devesse considerar meu primeiro beijo quando acontecer por amor.

Fui deitar, completamente bêbada.

Eu gostava da paz de morar sozinha, era melhor do que ter minha mãe me enchendo o saco por comer uma merda de uma pipoca de caramelo ou me mostrando fotos de caras ricos com quem ela queria que eu me casasse, sem motivos aparentes.

De manhã, acordei e vi uma mensagem de Estefânia. A mãe de Alessandra só falou comigo uma vez, perguntando se sua filha estava dormindo aqui em casa. No caso, Alessandra tinha ido dormir com outra pessoa, mas, como boa amiga, acobertei.

Professor do Sexo - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora