Missão Cupido - SwanQueen (FINALIZADA)

Capítulo 20.

Regina Mills.

Cinco meses depois.

Ainda de olhos fechados ouço o despertador tocar e sinto Emma se mexer de forma preguiçosa na cama, logo se encolhendo entre os cobertores, e aconchegando seu corpo ao meu. Estico o braço, desligando o aparelho e trazendo o silêncio de volta ao ambiente, enquanto fecho os olhos novamente, sentindo a respiração calma de Emma próxima ao meu pescoço. Um suspiro pesado sai de meus lábios no momento em que os abro novamente e passo a encarar a figura loira que parece não ter tido seu sono abalado pelo som do despertador, e é impossível não sorrir ao contemplar sua feição leve, os fios dourados caindo pelo rosto, todos os pequenos detalhes que eu amo e me fazem crer que não tem nada mais que eu queira na vida, que não seja acordar ao lado dessa mulher.

Ainda olhando para Emma, me perco em meus devaneios, enquanto sinto uma pontada em meu estômago, e um desconforto ao me lembrar que ontem nós duas fomos dormir brigadas, após uma pequena discussão que eu iniciei. Eu não gosto quando isso acontece e sei que ela também não, mas é que ultimamente, principalmente nessa última semana, Emma vem tendo algumas atitudes muito estranhas e isso vem acabando com o meu sossego. De repente eu vi minha noiva começar a chegar em horários bem diferentes do habitual, às vezes tão tarde que eu nem conseguia a esperar com Henry para o jantar, várias vezes já dei de cara com a loira em alguma ligação, e quando me vê ela simplesmente desliga e disfarça, anda nervosa, parecendo ansiosa, como se me escolhesse algo e sempre que tento perguntar, ela desconversa. Eu juro que já não sei o que pensar.

Fiquei tão submersa em meus pensamentos, que nem percebi que a mais nova já havia acordado e me encarava de maneira curiosa.

— Bom dia, minha princesa... — sua voz sai abafada, quando volta a se deitar escondendo seu rosto na curva do meu pescoço.

— Bom dia.

— Dormiu bem? — pergunta, enquanto faz leves carinhos no meu braço.

— Sim. — suspiro, fazendo menção de me levantar.

Nem sei ao certo o porquê, mas acho que só de pensar no fato de Emma está me escondendo algo, muda completamente meu humor.

— Ei, tá brava comigo ainda? — de maneira delicada, impede que eu me levante, fazendo com que eu a encare. — Por que você está assim?

— Por que você acha, Emma? Ontem você chegou em casa já era quase meia noite, nem Henry conseguiu te esperar acordado e, aparentemente, segundo você mesma, não tem nada de errado acontecendo, mas também não me conta o que é... — suspiro, me desviando dos seus braços. — e não é nem a primeira, e nem segunda vez que você sai do trabalho e some antes de chegar em casa, no último mês já fez isso umas dez vezes!

— Regina, eu... — me levanto, não dando a chance que ela termine.

— E não é só isso, acha que eu não vejo você atendendo ligações escondidas pelo canto da casa? Falando baixo, como se eu não pudesse ouvir e sempre que eu apareço, você desliga e finge que não aconteceu nada. Que droga está acontecendo com você, Swan?

— Não está acontecendo nada, meu amor. — se levanta, dando a volta na cama. — Em alguns dias só estou chegando tarde por questões do trabalho, eu já te disse isso. — segura levemente meu rosto, fazendo com que eu a encare. — Por favor, não fica brava assim comigo, eu não gosto quando a gente briga...

— E você acha que eu gosto, Emma? — cruzo os braços, dando um passo pra trás. — Eu não gosto de ser chata e ficar te cobrando as coisas, mas poxa... a gente sempre confiou uma na outra, e agora você começa com essas atitudes estranhas, parece que tá sempre escondendo algo. — suspiro, vendo a loira dar mais um passo em minha direção, na tentativa de me abraçar, mas me afasto mais uma vez.