Camila POV
Nesse momento eu só queria estar na minha casa e com o ventilador ligado na direção da minha bunda, se bem que se eu estivesse na minha casa isso jamais teria me acontecido não é mesmo? Fiz uma pequena careta ainda sentindo incômodo no meu butiquinho.
— Onde ela está Hansen? - ouvi a voz de Jauregui do lado de fora da barraca e senti um alívio só de imaginar passar algo gelado ali e aliviar a dor.
— Ela está deitada na barraca - Dinah respondeu e seu tom de voz era preocupado.
— Pode ir descansar, amanhã temos um dia difícil para todos - então escurei Dinah se despedi dela e ouvi o barulho do zíper da minha barraca e olhei na direção da entrada da mesma - tá melhor?
— Você quer que eu minta ou que seja bem sincera? - falei enquanto apoiava meu cotovelo no colchonete e minha cabeça na mão.
— Bom, a minha pergunta é seria embora a situação seja bem engraçada - eu ergui as duas sobrancelhas e ela quis esboçar um sorriso mas não o fez - quero que seja sincera.
— Não está tão ruim como no momento em que passei a folha - ela ainda estava ajoelhada com o corpo para fora e só com as mãos segurando as laterais da barraca - ainda está incomodando bastante...
— Tenho essa pomada que sempre carrego comigo - estendeu o tubo em minha direção e eu me sentei segurando o cobertor para não mostrar nada e estendi a mão segurando o pequeno tubo - eu vou te da uns minutos para que você possa usar e então depois eu volto pra saber como está, tudo bem?
— Sim senhora - levei a mão que estava com o tubo de pomada até minha testa para bater continência e bati a tampa na testa - ai que droga.
Ouvi um risinho baixo e em seguida ela fechou a barraca, eu baixei bastante a luz do lampião elétrico ali dentro para não mostrar nada né, estava com medo de ficar aparecendo minha sombra pelo lado de fora como um holograma e ela visse a cena mais perturbadora de sua vida.
Abri o pequeno tubo e coloquei uma quantidade de pomada em meu dedo indicador e tirei o cobertor de minha cintura e fiquei olhando pro meu dedo, "como que eu vou passar isso meu Deus" fiz uma careta e me ajoelhei no colchonete e passei a pomada ali no meu buraquito, assim que a pomada entrou em contato eu senti um alívio enorme e soltei até um pequeno suspiro, passei mais um pouco e então tapei o tubo e me enrolei mais uma vez.
— Prontinho - falei um pouco mais alta para que ela ouvisse e então ouvi o zíper ser aberto mais uma vez e ela me olhou curiosa e eu estendi o tubo na sua direção - muito obrigada.
— Pode ficar, você ainda vai precisar - eu concordei e deixei o tubo perto do lampião que tinha ali - trouxe esse baldo com um pouco de água e esse sabonete líquido pra você lavar as mãos.
— Você pensa em tudo - eu me sentei com um pouco de dificuldade e peguei o balde de suas mãos e deixei na lateral do colchonete, ela despejou um pouco de sabonete líquido em minha mão e eu molhei um pouco e esfreguei bastante e em seguida lavei na água para tirar todo o sabonete - o cheiro é muito bom...
— É de maçã com canela - ela disse deixando o vidro do seu lado - se sente melhor?
— Muito melhor - falei me mexendo um pouco sentindo incômodo por estar ali sentada o que não passou despercebido por ela - você quer entrar ou prefere ficar ai fora?
— Eu acho melhor deixar você dormir e descansar - fiz uma careta e cruzei meus braços fazendo ela sorrir sem mostrar os dentes e negar com a cabeça - amanhã iremos escalar algumas coisas e definitivamente você não estará bem para o fazer...
— Eu estando ou não estando de butico ardendo eu não estaria com condições de fazer tal coisa - ela ergueu as sobrancelhas - não me leve a mal, mas eu tô começando a achar que isso não seja pra mim...
— Só agora? - ela ergueu uma das sobrancelhas e tava com um ar sorridente - eu acho melhor ir para minha barraca e evitar que alguém acorde e me veja aqui e comece as fofocas no quartel...
— Que tipo de fofoca? - me ajeitei de lado e tentei fazer um coque no alto de minha cabeça e ela negou com a cabeça.
— Melhor deixar solto, ainda está molhado e vai ficar com um cheiro não muito bom quando acordar amanhã - eu ainda tentava fazer o coque mas parei quando ela disse isso - e sobre as fofocas, eu aqui na sua barraca uma hora dessas da noite...
— Iriam falar que a gente tava de safadeza né Jauregui? - ela concordou com a cabeça e mostrou os dentes sorrindo baixo.
— Isso mesmo e não pegaria bem - eu concordei com a cabeça e ela pegou o vidro de sabonete líquido do chão - espero que esteja melhor mesmo e consiga dormir...
— Mais uma vez muito obrigada Jauregui de verdade - ela negou como se disse que não precisava agradecer - eu sei que só faço merda e atrapalho você, só meu pai me aguenta mesmo...
— Não diga besteiras - ela disse e ficou totalmente para fora da barraca - tenha uma boa noite Cabello.
Ela não me esperou responder e fechou o zíper da entrada da barraca, eu me ajeitei no colchonete mais uma vez e senti um incômodo em minha bunda mais uma vez. Ouvi um barulho do lado de fora da barraca e ouvi alguém cumprimentar Jauregui e em seguida ela falar que não podia mais beber a água do rio e eu quis me esconder achando que ela iria dizer o motivo mas ela não disse, ela apenas ofereceu da água dela para a pessoa que eu não reconheci a voz e disse que amanhã procuraria outro meio de arranjar água para bebermos.
Eu me virei de lado já que ficar de barriga pra cima não estava sendo confortável, um ventinho leve entrou pela barraca e eu agradeci por aquilo. A pomada realmente estava ajudando, ela era geladinha e não deixava que eu sentisse a queimadura das folhas, eu só queria uma bacia com água e bastante gelo pra me sentar em cima, embora eu fosse ficar com minha cabellinha e minha butanha dormentes mas iria valer a pena, isso eu tenho certeza.
Logo o sono começou a bater e eu fechei meus olhos pra aproveitar, caso o efeito da pomada passasse eu estaria dormindo e não sentiria dor alguma. Não sei dizer em que momento eu dormir eu só sei que eu dormir e espero que nessa noite eu possa ter ótimos sonhos e eu só lembro que um deles começou com lindos olhos verdes olhando em minha direção com um ar risonho...
—
Será se eu começo agora com um pouco de romance atrapalhado e gostosinho entre elas?
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Confusão Militar
HumorCamila resolve se alistar no exército apenas para fazer gosto a seu pai a qual ela ama muito. Embora ela e seu pai saibam que ela não tem coordenação motora nenhuma nem para andar direito quem dirá para servir ao exército. Ela acha que será fácil fa...