Desastre ambulante

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Lauren POV

Andei em direção ao meu carro e abri o porta malas, retirei o urso tamanho médio na cor branca, ele vestia uma camisa de estamos militar, a Dinah me chamou tanto de urso albino depois que Camila foi embora que quando vi esse eu não me segurei e comprei, peguei uma caixinha também e fechei a mala do carro.

— MEU DEUS - ouvi o grito dela assim que a mesma viu o urso, se alguém que me conhece ver Camila, vai dizer que eu estou louca, ela não faz o padrão de garotas que já namorei, mas eu não consegui não me encantar por esse jeitinho diferente dela - Lauren que fofinho ele, olha - ela falou assim que me aproximei e entreguei em suas mãos.

— Eu vi na loja e achei que você iria gostar de ter ele - dei de ombros e ela agarrou o ursinho com força - e tem isso aqui também - abri a caixa com uma pulseira com alguns pingentes pendurados.

— Lauren - ela olhou a pulseira de perto e franziu o cenho - isso aqui é um pingente de papel higiênico? - ela me olhou e eu concordei.

— É pra lembrar aquele dia sabe - eu sorri e ela semicerrou os olhos - eles não tinha pingente de folha de urtiga - dei de ombros e ela me encarou seria - mas tem uma árvore olha - apontei o pingente e ela olhou novamente para a pulseira - a lembrança do por do sol na árvore, tem um sol também, tem um peixe, que foi quando te dei escondido...

Ela retirou a pulseira da caixa e foi olhando cada pingente, se fosse qualquer outra pessoa eu acho que não teria aceitado, mas ela estava sorrindo e eu sorri de volta, ela me deu a pulseira e pediu para que eu colocasse em seu pulso, assim eu fiz.

— Vem, vamos entrar - ela entrou agarrada ao urso e olhando a pulseira - você está com fome? Eu posso fazer algo pra você comer...

— Eu estou com fome, mas não sei se é uma boa ideia você e fogo - ela me olhou com raiva por cima do ombro - o quê?

— Não vem de gracinha - ela apontou o dedo na minha direção e deixou o urso em cima do sofá - vem, vou te provar que eu sei muito bem o que fazer na cozinha.

Ela saiu andando e eu acompanhei ela até a cozinha, chegando lá a única coisa que ela me provou foi que eu estava certa. Camila queimou um pano de prato, queimou a torrada que estava fazendo pra mim e pra completar, ela colocou açúcar demais no suco.

— Eu sou um desastre - ela falou assim que jogou o pano de prato queimado no lixo da cozinha - e você ainda está com fome...

— Você se esforçou pelo menos - eu dei de ombros e ela estava com um beicinho nos lábios que me fez rir - não tem fruta?

— Vá lá pra sala que eu vou fazer algo pra você e te levo - eu argui as duas sobrancelhas - eu não vou tacar fogo na casa, eu nem vou mexer no fogão, eu juro - ela levou os dedos indicadores até os lábios e beijou várias vezes como promessa.

— Camila... - ela me olhou seria e eu me dei por vencida e fui até a sala, já se passavam mais de trinta minutos e eu já estava com medo dela ter feito alguma besteira na cozinha.

— Prontinho - ouvi a voz dela e olhei pra trás, ela trazia uma bandeja com cuidado, parecia até que ela vinha contando os passos com medo de derrubar - está uma delícia.

— Deixa eu ver - na bandeja tinha uma tigela com cereal e leite e do lado tinha outra tigela com banana, maçã, uva e granola - obrigada por isso...

— Eu cortei com a faca sem ponta - eu segurei o riso, o que parece que ela não notou - come, pra ficar fortinha - ela catucou o músculo do meu braço.

Eu neguei com a cabeça e primeiramente eu comi o cereal com leita e em seguida eu comi as frutas com granola, ela pegou a bandeja e levou até a cozinha, eu me ofereci pra lavar mas ela não aceitou, voltou até a sala e agarrou o urso.

— Eu vou deixar ele lá no meu quarto e já volto, não sai daí - eu apenas confirmei com a cabeça e ela saiu subindo a escada, minutos depois ela desceu - você sabia que eu tenho uma foto sua lá no meu quarto? Não, você não sabia né, não tinha como...

— De onde você tirou essa foto? - perguntei surpresa.

— Acho que foi Dinah que colocou dentro da minha bolsa - ela falou parada a minha frente no sofá - quando eu fui lavar minhas roupas com a Denise eu encontrei...

— Denise? - perguntei curiosa.

— Sim - ela afirmou - ela é a namorada do meu pai, a minha boadrasta - falou óbvia e eu fiquei tentando entender o nome até que depois assimilei o motivo do "apelido".

— Entendi - olhei meu relógio no pulso e vi que as horas passaram rápido - olha, eu preciso ir agora até o quartel - me levantei do sofá e ela que estava toda feliz, agora parecia um pouco triste - mas eu quero voltar aqui depois pra falar com seu pai, pode ser?

— Falar com meu pai? - ela fez uma careta em dúvida e eu confirmei com a cabeça - pensei que vinha falar comigo.

— Isso também - falei rindo - mas primeiro eu quero falar com ele, daí então eu falo com você, entendeu? - ela deu de ombros - você poderia me levar até a porta?

— Posso sim queijo coalho - eu ergui as duas sobrancelhas e ela levou a mão até a boca rapidamente - me desculpa, mas eu chamava você de muita coisa que tem tonalidade branca.

— Muito bom saber disso soldado Cabello - ela travou ao lado da porta - relaxa Camila, eu só estou brincando com você...

— Lauren eu ia fazendo o número dois de medo agora - eu comecei a rir - e nem moita aqui tem...

Assim que ela abriu a porta e eu atravessei eu me virei em sua direção, respirei fundo e encarei seu rosto, Camila é uma mulher muito bonita, na verdade ela é uma mulher linda, seus cabelos soltos e ondulados, seus olhos castanhos, seu nariz arrebitado e seu queixo e maxilar bem desenhado, ela é incrivelmente perfeita.

Me aproximei dela e segurei seu queixo com o polegar e o indicador, como eu estava um pouco mais alta que ela eu ergui seu rosto e me inclinei um pouco, fazendo com que nossos lábios se tocassem pela primeira vez, senti quando o corpo dela tremeu, desci minha mão e a segurei pela cintura, trazendo seu corpo até o meu e sentindo que poderíamos nos fundir ali mesmo.

Camila se segurou em meus ombros e eu aprofundei o nosso beijo, o toque de seus lábios eram macios e doce, ela tem lábios maravilhosos, senti quando sua língua acariciou meus lábios e passei a minha língua na dela, senti o corpo de Camila pesar e a segurei com força, mordendo seu lábio e encerrando nosso beijo com um selinho demorado.

— Meu Deus eu tô sem ar - ela comentou de olhos arregalados - minhas pernas estão moles, eu vou morrer Lauren...

— Não vai - selei mais uma vez nossos lábios e beijei sua testa - te vejo depois desastre ambulante...

Soltei ela com calma e caminhei até meu carro, assim que entrei eu olhei pela janela e vi quando Camila estava se segurando na porta e abanando seu rosto com a mão, ela não tem jeito, onde eu fui me enfiar?

•••

Confusão Militar Onde histórias criam vida. Descubra agora