Camila POV
Depois de quase morrer lá fora com o olhar mortal da primeiro sargento a sargento Brooke nos mostrou onde iríamos ficar. Caminhamos até uma sala onde tinha umas mesas e alguns soldados fardados atrás das mesmas, eles e elas olharam nossas mochilas e retiraram o que a gente não iria precisar ali dentro. Ainda bem que eu não trouxe quase nada.
Logo ela nos levou até um alojamento enorme e quando entrei parecia um corredor bastante largo, de um lado tinha várias beliches e do outro lado também, as paredes eram de um cinza nem escuro demais e nem claro demais.
— Cada uma escolham uma cama - a sargento Brooke falava com as mãos atrás de seu corpo e nos olhava - aconselho que aproveitem cada minuto da noite de hoje, nos vemos daqui a pouco.
Franzi o cenho e logo em seguida dei de ombros e caminhei em direção a uma beliche, eu iria pegar a cama de baixo mas a loira alta que sentou ao meu lado no ônibus jogou sua mochila em cima e eu fiquei com meus braços estendidos e a bolsa pendurada.
— A cama de baixo é minha - ela disse rapidamente e se jogou na cama.
— Eu amo a cama de cima - falei sorridente e ela nem me deu bola e fechou os olhos.
Meu Deus eu odeio a cama de cima, eu não queria transparecer mas eu estava apavorada. Eu tenho certeza que irei cair horrores de cima desse beliche e falo isso por muitas experiências que já tive. Pendurei minha mochila ao lado da cama e passei quase dez minutos pra conseguir subir no beliche de cima.
Lembrei das palavras da sargento Brooke e logo me enrolei e fechei meus olhos na tentativa de dormir e descansar bastante para começar o dia de amanhã bem disposta. Mas quem disse que eu consegui? Passei a noite segurando nas bordas do colchão com medo de me virar para o lado e cair de cara no chão, até que depois de muito tempo eu consegui dormir e eu posso jurar que não pareceu nem cinco minutos de sono quando ouvi um barulho ensurdecedor entrar pelos meus ouvidos e em seguida dor.
— Garota??? - ouvi a voz da loira e olhei para cima com uma careta de dor - tá achando que o chão é acolchoado?
— Eu me assustei e cai - falei me levantando e passando a mão na minha barriga - ai...
— Vejo que acordou bastante disposta - a sargento Brooke falou nos olhando e ela estava segurando dois pratos de banda, então foi dali que veio o barulho - todo mundo pra fora, agora!
Bocejei e passei as costas das mãos em meus olhos e caminhei ao lado das meninas, franzi os olhos assim que a luz do lado de fora atingiu-me. Olhei pro lado e vi vários saldados correndo fardados e gritando alguma coisa que eu não consegui entender, ela nos levou até outro alojamento onde pegamos fardamentos e fizemos nossas higienes.
Já fardadas e alimentadas e prontas para começarmos a servir o exército fomos até um local bastante amplo e ficamos paradas lá esperando a primeiro sargento Jauregui aparecer. Por mim ela nem precisaria vir, já imaginou o treinamento daquela mulher?
— Bom dia soldados - ouvi a voz dela e fiquei minha visão em uma tenda que tinha a minha frente, não queria olhar pra ela e maldita hora que me colocaram pra ficar na parte da frente só por ser pequena - espero que vocês estejam prontas para servir, eu não gosto de corpo mole ou enrolação. Vocês estão prontas para servir, e exercer a lealdade, dever, respeito, abnegação, honra, integridade e coragem?
— Sim primeiro sargento Jauregui - todas respondemos em uníssono.
Eu dei um pequeno bocejo despreocupado e funguei, pisquei meus olhos diversas vezes pois estava lacrimejando pelo bocejo e então passei os dedos para enxugar. Eu estou morrendo de sono, não dormir direito noite passada e não vejo a hora de me deitar novamente, acho que posso tirar um cochilo da tarde né? Assim depois do almoço, um descanso gostosinho.
— Soldado Cabello - pulei no lugar quando ouvi ela gritar comigo e ela já estava ao meu lado me encarando com a cara de limão azedo do outro dia - você está surda?
— Não primeiro sargento Jauregui - falei quase gritando e batendo minhas mãos na coxa.
— Você ouviu o que eu falei? - ela perguntou cruzando os braços e erguendo o queixo em minha direção, eu apenas engoli em seco, eu não sabia do que ela estava falando - foi o que eu pensei, pague 20 flexões.
Ah isso vai ser moleza, 20 flexões o que é 20 flexões eu faço brincando. Apoiei minhas mãos no chão e fiquei com o corpo reto e comecei as flexões, na décima eu já tava vendo estrelas e com o corpo todo tremendo, o suor já escorria por meu pescoço e meus bracinhos tremiam mais que cabelo no vento.
— Vamos soldado - ela gritou ao meu lado e eu quase caí com a cara na areia do susto que eu tive - força nesses braços de macarrão cozido, bora quero 20 e você está atrasando toda nossa programação - eu já ia pra décima quinta flexão e já estava pra me jogar no chão e pedi misericórdia - se você não consegui todo mundo vai ter que pagar 50.
Olhei por lado e vi todas as meninas me fuzilando com o olhar e eu arregalei os olhos e só Deus sabe de onde eu tirei forças e rapidez para fazer as últimas cinco flexões tão rápido. Mas eu sei de onde foi, foi do medo mesmo, imagina aquele monte de mulher com raiva de mim dentro daquele alojamento, o que elas não poderiam fazer quando eu estivesse dormindo? Eu iria amanhecer só a última bolacha do pacote, só o bagaço.
— Muito bem, vocês estão vendo aquela estrada de terra bem ali - ela apontou para uma estrada de alguns metros - quero que vocês corram ali ao redor e eu quero 20 voltas - ela disse e colocou as duas mãos dentro do bolso de sua calça - e sem pausa, rápido!
Eu tava parecendo uma minhoca asmática, eu tinha acabado de pagar 20 flexões e agora teria que correr horrores, bem que meu pai me incentivava a caminha pela manhã, mas não eu preferia ficar sentada na frente da televisão comendo cereal. Minhas canetinhas vulgo pernas já estavam queimando de dor, meu peito também não estava atrás, parecia até que eu estava respirando lava pois minha respiração passava queimando entre meus pulmões de tão cansada que eu estava.
— Já chega - ela gritou e eu parei apoiando minhas duas mãos nos joelhos e me inclinando pra frente e soprando o ar, parecia até que eu tava soprando alguma coisa quente para logo comer - se vocês continuarem assim nunca vão ser incorporados, minha tartaruga corre melhor que vocês.
Todas ali pareciam bastante cansada, mas eu parecia que tinha sido atropelada e corrido a uma maratona de um milhão de metros. Eu sou um fracasso e isso também não está sendo nada como pensei que seria. Acho que as séries e filmes mentiram pra mim, mas também eu vim baseada em gêneros de comédia.
— Cinco minutos de descanso - Brooke falou e a Jauregui revirou os olhos - apenas isso e mais nada.
— Você pega muito maneiro com elas - a cosplay de gotinha do SUS falou claramente com raiva - elas tem que pegar pesado para se acostumarem.
— Como estão as coisas por aqui? - uma voz perguntou e eu olhei rapidamente já que não conheci e vi uma mulher negra com os cabelos amarrados e sem nenhum fio fora do lugar, o que esse povo passa no cabelo?
— Está tudo em ordem major Kordei - a gotinha branca falou batendo continência para mulher a sua frente, assim como todos que estavam ali presentes.
— Uau - ouvi a loira ao meu lado falar e ela estava com os olhos cravados não tal major.
— Ficarei aqui para ver o primeiro dia de vocês soldados - ela se retirou e ficou em pé ao lado de um Jeep enorme e cruzou os braços.
— Vamos mostrar a major o quanto vocês podem aguentar - a demonia branca falou.
Senhor eu sei que nunca fui de falar muito com o senhor mas por favor tenha piedade da minha pobre alma e me faça sair viva hoje daqui.
—
Não sei quantos capítulos pretendo fazer, possa ser que tenha muitos e possa ser que tenha poucos, não sabemos. Eu num sei nem qual fim darei a essa fic kkkkkkkkkkkkkk desespero interno.
Próximo capítulo que eu postar será o pov da Lauren.
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Confusão Militar
HumorCamila resolve se alistar no exército apenas para fazer gosto a seu pai a qual ela ama muito. Embora ela e seu pai saibam que ela não tem coordenação motora nenhuma nem para andar direito quem dirá para servir ao exército. Ela acha que será fácil fa...