Capítulo oito

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Davina Peverell

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Davina Peverell

O sonho se repete outra vez. Duas vezes em duas noites. A proteção ao meu redor funcionou, sem quadros quebrados ou guarda-roupas escancarado. Tudo permanecia bem, exceto a minha pessoa.

Minha camisola está totalmente encharcada de suor ao ponto de mostrar meu corpo com sua transparência. Sentia-me completamente desnorteada. Era como se estivesse drogada.

Digo olá outra vez a banheira, e após o banho, meu próximo destino será a cozinha.

Saio dela com um pequeno bolinho é um livro. Caminhou até o jardim conforme o sol inesperado ilumina meu corpo pálido. Eu estava completamente melancólica.

— Um lago... - Observo a paisagem de forma calma.

Embora tenha caminhado por aqui diversas vezes, nunca havia reconhecido aquela região. Talvez agora eu esteja prestando mais atenção no detalhes.

Observo meu reflexo pela água escura do lago. Olheiras, aparência doente e cansada. Agora eu não estava mais presa a um espelho, estava presa a solidão, mesmo que estivesse rodeada de pessoas. Como eu havia voltado a esta situação?

Mais fundo e mais fundo. Presumo que quanto mais escuro, mais fundo o lago. Algo me atraía para este. Senti-me hipnotizada pela sua escuridão.

Por sua vez, retirei minhas roupas, mantendo apenas as roupas de baixo, então adentrei a água.

Meus fios escuros balançam pelo lago conforte eu me dirijo até a parte mais profunda com o intuito de mergulhar. Quando mais próxima disto, a água gela ainda mais.

Abro meus olhos durante o mergulho, ainda em baixo da agua. Apenas algumas regiões mantinham o foco da luz, o restante era completamente escuro.

De repente, pequenas criaturas passam por mim em alta velocidade. Logo ela começam a colidir com meu corpo de forma proposital. Pequenos sereianos, tridentes.

Eles me puxam para baixo conforme eu tento me livrar de suas guelras arranhando meu rosto, corpo.

Mas antes que eu possa afundar mais, sinto algo muito forte me puxar para cima, ao mesmo tempo observo as criaturas nadarem contra mim, gritando de terror.

— Eu não posso ser sua babá, Davina. - Murmura ele, colocando meu corpo sobre o chão. — Accio toalha. - Diz ele, em forma autoritária.

Por alguns segundos eu posso analisá-lo. Desde como o mesmo balançava os cachos molhados até o formato de seu abdômen. Ele parecia tão irresistível.

— Aqui... - Ele me entrada a toalha, fitando meu corpo quase nu por alguns segundos.

— Desculpe... - Nos encaramos em silêncio. — Eu não sabia que este lago continha tridentes. - Ele suspirou.

Embora eu tivesse acabado de sair de um momento sufocante, eu certamente aceitaria adentrar outro, em diferentes condições.

— Tudo bem? - Questionou ele, acariciando meu queixo.

O jeito como ele se referiu arrancou-me uma risada, que prontamente foi acompanhada por ele. Aquele momento parecia fofo de mais para parecer verdade.

— Sim... - Suspirei sob a toalha. — Tudo certo. - Ele fitou o lago ainda com um sorriso nos lábios.

— Você realmente gosta de causar problemas, não é Davina? - Ele se volta outra vez para mim.

— É espontâneo. - Murmuro sem graça. — Não é como se fosse de propósito. - Ele me analisa em silêncio, o que me deixou nervosa. — Não é como se eu estivesse tentando qualquer coisa. - Ele sorri de forma fraca, desviando o olhar.

Havia algum tipo de clima. Ele tentava evitar qualquer tipo de contato entre nós, mas ao mesmo tempo o fazia.

Quando nós encaramos outra vez. Ambos sorrimos um para o outro. Tudo surgiu de maneira espontânea.

— Eu quero beija-lá. - Disse ele, de forma calma.

Nada respondi. O desejo não era só dele, era meu também. Mas o que eu poderia dizer?

— Você acha que pode ter tudo o que quer? - Questiono sem tom algum, apenas com simplicidade.

— Isso está óbvio para mim. - Ele diz com um pequeno sorriso labial atraente.

— Então tome posse de suas palavras, senhor. - Houve outro momento silencioso entre nós.

De forma esperada, mas certamente atrasada pelo silêncio, Tom sela nossos lábios, ele faz isso com certa autoridade, aconchegando sua mão ao meu corpo.

Sinto-a agarrar minha cintura e subir por ela, apalpando-a de forma gentil, enquanto nossos lábios dividem um momento.

Nós afastamos por breves minutos, voltando e parando mais alguma vezes até simplesmente darmos um fim.

— Isto é muito comprometedor para mim. - Diz afastando seu corpo do meu.

— O que há de errado entre nós? - Questiono ainda confusa por suas últimas decisões.

— Sou alguém importante, com deveres importantes, que não deveriam ser atrasados por outro alguém com um motivo " especial " . - Sorri com o emprego da última palavra.

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⏰ Última atualização: Apr 23, 2023 ⏰

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