Capítulo seis

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Davina Peverell

Após o nosso beijo, não falei mais com Voldemort. Eu queria continuar, mas era mais racional parar. Não é certo tornar essa relação superior ao profissionalismo.

Quando nos encontramos, finjo que nada aconteceu, até porque é mais fácil do que mencionar a ele sobre o que aconteceu na floresta.

Aquilo que senti enquanto dançavamos juntos, não pode se manifestar novamente.

Quando minha reação de choque passou, retornei a festa. Lembro-me de que a primeira pessoa que encarei, fora o lorde, que encarou-me de volta. Antes de desviar o olhar, percebi que ele soltou um pequeno sorriso.

Todos conversavam a mesa. Narcisa tentava puxar assunto as vezes, mas sempre voltávamos a ficar em silêncio.

Conforme o tempo foi passando, os convidados ja estavam se retirando, por sua vez encontrei um momento oportuno para perguntar a Narcisa se ja podíamos ir.

— Narcisa, entendo que Bellatrix é sua irmã, mas já está tarde, sim? - Questionei observando-a verificar o relógio.

— Certo, sinto-me cansada. Acredito que você também esteja se sentindo assim após roubar a atenção da noiva dançando com nosso lorde. - Ela gargalhou de forma má, observando minha bochechas corarem.

Nós não poderíamos deixar a festa sem dar um adeus aos noivos, o que consequentemente me obrigou a agradecer o casal pela festa.

— Estava tudo magnífico, veja como está linda, irmã. - Sorriu abraçando a mulher. — Eu desejo a você muita prosperidade. - Sorriu beijando o topo da cabeça dela.

— Foi um prazer, Bellatrix. - Sorri abraçando-a. — Parabéns pelo casamento. - Sorriu me afastando dela.

— O prazer é meu. - Seu sorriso sumiu e sua voz pareceu forçada. — Senhorita Peverell, antes de ir, eu gostaria de pergunta-lá uma coisa. - Sorriu observando-me assentir. — Eu gostaria de conhecer toda a sua família, então um dia podemos marcar um chá, não é? - Era nítido seu sorriso irônico.

Embora sua pergunta não demonstrasse, Bellatrix sabia que minha família estava completamente morta. Queimados. Tudo o que restou deles, fora apenas pó.

— Isto não será possível, Bellatrix. - Murmurou Voldemort, parando ao meu lado. — Você não teria tal honra. - Nos encaramos todos em silêncio. — Parabéns pelo casamento. - Ele se despediu caminhando até a porta.

Certos momentos depois, quando eu e Narcisa seguimos até a saída, o encontramos outra vez. O lorde sugeriu que chegássemos mais cedo, então pediu que déssemos as mãos para aparatar.

Eu observei o escritório de Voldemort quando chegamos. Afastamos nossas mãos, então Narcisa e eu caminhamos até a porta juntas.

— Senhorita Peverell, você não. - Disse ele, tendo nossa atenção. — Narcisa, você deve ir agora. -

Fitei Narcisa abrir e fechar a porta, sair por ela com um semblante preocupado. O que seria de mim agora?

Em silêncio, caminhei até uma poltrona vazia, observando-o seguir-me, sentando-se rente a mim.

— Você já deve saber o motivo de estamos aqui. - Murmurou de forma baixa, cruzando suas mãos. — Vou pedir que não o considere. - Ficamos em silêncio outra vez.

— Não o considerei. - Respondi na lata. — Espero que o senhor também não o considere. - Ele me fitou com um semblante sério. — Afinal, não houve nada, não é? - Questionei quase que a mim.

— Isso é importante. Devemos manter nossa relação profissional e separar as coisas. - Um silêncio desconfortável se instalou entre nós novamente.

— Certo, eu concordo. - Era visível em meu rosto o meu desconforto com tudo aquilo. — Bem, já esclarecemos tudo o que tinha para esclarecer? - Questionei ficando de pé.

Ele assentiu, então nós fitamos sem assunto pela terceira vez. Na verdade, nem ele sabia o que realmente dizer. Estava tudo um pouco confuso.

— Se era só isso... - Senti a visão dele se intensificar sobre mim. — Eu devo ir e não incomoda-lo outra vez. - O homem apenas assentiu.

Sem dialogo, caminhei sob a visão dele. Por um instante, desejei que ali, sozinhos, ele me puxasse para outro beijo. Aquela tensão que havia entre nós não havia se dado fim na floresta.

Como se lesse meus pensamentos, senti as mãos dele pousarem sobre meu corpo, puxando-me para o beijo mais sensual e atraente que eu já tive. Como alguém poderia repudiar os encantos deste beijo?

Nossos lábios colidiram com força, nossas linguas brincavam, o lorde segurou minha cintura com força enquanto eu segurava seu rosto com minhas mãos de forma delicada, puxando-o para mim. Voldemort me empurrava aos poucos para a poltrona novamente, eu quase nem percebi até estarmos deitados.

Quando percebi, suas mãos começaram a adentrar meu vestido com certas intenções, alcançando a minha cintura. O toque de suas mãos geladas em minha pele quente, me fez arrepiar.

Embora sentisse meu corpo arrepiar, ele não parou, na verdade, prossegui, tocando minha peça íntima superior com o intuito de arrancá-la de meu corpo.

Segurei suas mãos antes que elas pudessem seguir a diante. Meu vestido estava sobre minhas coxas, demonstrando para delas.

O lorde parou nosso beijo e me fitou de cima a baixo. Seus olhos ficaram vermelhos e os botões de sua camisa estavam abertos, revelando seu peitoral musculoso e bronzeado.

Ele permanece sobre mim, seus lábios encontraram os meus novamente, minha mão passava pela sua nuca.

Agora seria minha vez de descobrir seu ponto fraco. Ao sentir meu toque, seu corpo arrepiou.

Eu não cruzaria estes limites. A conversa que tivemos há poucos minutos não adiantou de nada.

Eu jamais me relacionei com alguém antes. Por isso parei o momento. Porque senti medo, senti-me vulnerável.

Parei o beijo afastando o rosto dele do meu. O homem me observou com uma respiração ofegante, sedento por algo a mais.

— O que há de errado? - Ele questiona e eu sorriu. — Entendi. - Murmurou afastando-se com seus lábios vermelhos.

— Nossa conversa... - Ele sorriu outra vez, tirando os olhos de meu corpo. — Adiantaria mencionar sobre a repetição disto? - Indaguei com uma gargalhada.

— Por enquanto eu não sei... - Suas mãos se concentraram em arrumar os botões desabotoados de sua camisa. — Embora não seja correto, acredito que devemos esperar para ver o fim disto, não? - Voltou seus olhos para mim.

— Eu não vou ter relações com você. - Disse que forma direta, observando o semblante surpreso dele.

— Meu físico não a agrada? - Questionou com um sorriso irônico. — Deixe eu ver... Você jamais se relacionou com um homem antes? - Questionou com sarcasmo.

— Meu senhor, com todo o respeito... - Coloquei-me de pé, caminhando até a porta. — Isto não é da sua conta. - Ele sorriu ao me ver passar pela porta.

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O que me dizem sobre isso?

O Espelho -Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora