Davina Peverel
Depois de um dia cansativo como este e principalmente após a minha visita ao escritório do lorde, eu precisava urgentemente de um banho.
Escorrei-me sobre a banheira que aquecia meu corpo. Observei minhas mãos, meus braços, lembrando-me de tudo o que passei até agora.
Encontro meu reflexo no espelho da pia, encarando algumas manchas vermelhas presentes sobre o meu pescoço e busto, imediatamente me assustando com elas. Logo solto uma pequena gargalhada, mas o que foi aquilo?
Em seguida, após relaxar meu corpo com um banho quente e delicioso, afundo meu corpo sobre o colchão de minha cama.
Agora eu estou livre para fazer qualquer coisa, dentre elas, interessar-me de forma amorosa por alguém. Adormeço com pensamentos do tipo.
Então algum tipo de luz surge sobre o meu rosto, obrigando-me a abrir meus olhos.
Minha respiração parou de forma imediata quando notei que estava afundando em um lago escuro, repleto de animais estranhos e de algas, algas podres.
Conforme eu tentava nadar para a superfície, parecia que meu corpo afundava, o que me causou terror e pânico.
Meus braços e pernas utilizavam toda a força que eu jamais tive e teria algum dia. Contudo, eu permanecia parada, como se não saísse do lugar.
Meu desespero se intensificou quando o ar presente em meus pulmões já não era tão presente quanto deveria ser.
Como uma última tentativa, eu gritei pedindo socorro, como se alguém pudesse me ouvir de lá de baixo.
— Davina... - Escutei meu nome por diversas vezes, repetidamente.
Conforme eu sentia a morte alcançar-me, aquela voz se tornava cada vez mais audível.
— Davina! - Exclamou a voz, acordando-me de meu pesadelo. — O que houve?! - Indagou Narcisa, segurando meu rosto.
Antes que eu pudesse respondê-los, observo a bagunça de meu quanto. Eu havia praticamente o transformado em uma zona de guerra. Até mesmo quadros antes presentes na parede, já não faziam mais parte dela, estando quebrados sobre o chão.
— Eu fiz isso? - Indaguei de forma confusa, observando o lorde assentir. — Como? - Questionei outra vez, observando ambas as três almas ali presente se encararem.
Meu corpo estava suado, quente e todo pegajoso. Sentia uma dor de cabeça terrível, mas tudo piorava com a tremedeira e os calafrios.
— Você apenas teve um pesadelo. - Voldemort se aproximou. — Destruiu tudo ao seu redor. - Ele murmurou observando o abajur quebrado sobre a escrivaninha.
— Estava gritando. - Disse Lucius, trazendo a atenção para ele. — Além é claro, de fazer muito barulho destruindo o quarto. - Ele sorriu de forma sarcástica.
Narcisa estava medindo a minha temperatura conforme Voldemort e Lucius conversavam no fundo do quarto.
Mas algo estava muito estranho. Eu já havia sonhado com aquilo. Da mesma maneira, da onde partiu até onde terminou.
Há muito tempo, três anos antes de me prenderem no espelho, sonhei o mesmo sonho pelo menos três vezes na semana, toda semana.
Quando notei, Narcisa conversava comigo de forma solitária, enchendo a banheira com água fria. Os homens já haviam ido embora.
— Você vai melhorar com isso, pode apostar. - Ela me auxiliou a adentrar a banheira gelada.
Narcisa me permite um momento solitário para que eu possa me banhar em paz e com privacidade.
Quando voltei ao meu quarto já limpa outra vez, tudo estava em seu devido lugar. Embora estivesse surpresa, não era um feitiço tão complexo que Narcisa não pudesse executar.
Já no outro dia, envergonhada de mais para poder levantar e iniciar diálogos sociais com meus " amigos ", escuto batidas a minha porta.
— Está aqui para comentar sobre o meu pesadelo? - Questionei observado Voldemort sorrir.
Ele apenas adentrou meu quarto sem responder ou cumprimentar-me, então sentou-se sobre uma poltrona ali presente.
— Como você conseguiu passar tanto tempo dentro de um espelho, de forma solitária por décadas sem enlouquecer totalmente? - Ele indagou conforme eu me sentava sobre minha cama.Aquela pergunta tinha sentido, afinal eu passei muito tempo isolada da sociedade e sem esperança de resgate. Afinal, que poedeira imaginar que haveria alguém preso dentro do espelho?
— Sinceramente, eu não sei. - Murmurei-me ao sentar sobre o colchão macio. — É complicado... - Expliquei. — Não parecia real... Não havia um se quer momento de felicidade lá dentro. Eu não tinha esperança alguma de que alguém me tirasse de lá. - Ele soltou uma breve risada nasal.
— Por isso que consigo entender o motivo de ter despertado e assustado a casa inteira, ontem... - Ele fitou ao seu redor. — Você, Davina, tem traumas muito grandes. - Coloca-se de pé. — E eu consigo entendê-la. - Caminha até mim.
— Estive presa por muito tempo e agora apenas quero sentir a liberdade. - Ele acaricia meu rosto.
— Mas eu não preciso e nem devo lembrá-la de seus tarefas aqui, conosco, não? - Ele questionou afastando-se . — Por hoje está bom. Provou mais do que deveria ontem a noite. - Ele caminhou até a porta.
— Então... - Apenas não consegui terminar minha frase, observando-o voltar seu corpo para mim.
— Tenho assuntos pendentes para resolver agora. - Ele murmura tocando a maçaneta da porta. — Recupere-se para que possamos trabalhá-la amanhã, sim? - Indaga passando pela porta enquanto eu assinto.
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O Espelho -Tom Riddle
Fiksi PenggemarApós a descoberta de seus poderes catastróficos e cabulosos, Davina Peverell é aprisionada em um espelho por cento e sessenta anos, até que Lorde Voldemort se fascina por sua história e cria determinação em encontra-la e devolve-la ao mundo novament...