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Havia algo que Megumi nunca esquecia, que era a data do seu cio.

Ele calculou que seria em três dias, então pediria por inibidores para suprimi-lo. Ele não queria perder o controle e fazer algo do qual se arrependeria por ter um Alpha como Sukuna por perto, mesmo que Megumi tivesse recebido treinamento para não se deixar levar por seu cheiro, ser um Ômega não era fácil, então ele nunca poderia contar com isso.

Era doloroso, ele sabia, desde que se apresentou como Ômega, teve que lidar quando os inibidores não funcionavam e isso era o que mais temia desta vez. Ele ainda não queria ser marcado, embora nunca tenha dado importância a esse tipo de coisa que todos os ômegas de seu Clã falavam, realmente queria se vincular com uma pessoa que amasse.

Sabia que seus feromônios eram muito fortes, isso poderia fazer com que Sukuna perdesse o controle assim como ele, mas não queria que nada acontecesse entre eles, pelo menos não agora, porque mais cedo ou mais tarde teria que dar herdeiros ao demônio.

Ele parou de pensar nisso, então saiu do quarto pronto para fazer alguma coisa para ajudar, não gostava de ficar parado e parecer um enfeite, não tinha sido criado assim, gostava de se manter ocupado. Embora o Alpha se opusesse fortemente, dizendo que ele não deveria fazer isso porque era o Rei Consorte, Megumi realmente não se importava e estava determinado a ajudar.

[...]

Mesmo naquele lugar, o sol brilhava forte, Megumi gostava de ficar debruçada na janela e olhar para fora, Sukuna só deixava ele sair se estivesse acompanhado, senão não podia.

Estava um bom dia para aproveitar, talvez pudesse descansar debaixo de uma grande árvore que tinha visto alguns dias atrás, ou na grama perto do lago onde Sukuna disse que o levaria.

Ele sentia falta de sua casa, mas agora aquela seria sua nova casa e embora fosse racional para não se acostumar com isso, começou a lidar aos poucos, começou a se acostumar a acordar na cama de Sukuna, comendo junto com ele e os olhares intensos que ele lhe dava.

Pensava que talvez não fosse tão ruim estar ali, ele deveria odiar Sukuna, se ressentir dele por tê-lo tirado de casa, mas ainda assim, a cada dia que passava, mais ele gostava de estar naquele lugar, aos poucos, ele parava de pensar em querer fugir dali.

Sukuna havia mostrado que ele não era tão ruim e que só estava interessado nele. Então, por que era tão difícil tentar?

Vagando pelos corredores tentando encontrar um criado a quem pudesse dar alguma ajuda, não encontrou ninguém, os corredores estavam vazios e silenciosos. Porém, ele ouviu alguns passos apressados ​​perto dele, quando se virou, viu uma mulher correndo em sua direção, colidindo consigo, quase fazendo-os cair.

— Cuidado, você está bem? Estava correndo muito rápido.

— Peço desculpas, essa criada estava com tanta pressa que não percebeu que o Consorte estava por perto — a serva se agachou e se desculpou.

— Certo, levante-se. Onde você estava indo? Posso ajudar?

— Não se preocupe, sério.

— Para onde você estava indo?

— Eu ia deixar uma muda de roupa para Sukuna-sama, ele está tomando banho agora.

— Oh, não se preocupe, vou levar para ele. Você pode ir fazer outra coisa — Megumi ofereceu, pegando a muda de roupa.

— Muito obrigada, Consorte. Esta serva está se retirando — ela se curvou e saiu.

Observando enquanto ela corria novamente, Megumi esperava ela que não tropeçasse em alguém outra vez. Seguiu para o banheiro, bateu algumas vezes, mas não obteve resposta, então ele entrou e deixou as roupas perto da tela.

— Sukuna, eu trouxe suas-

Megumi ficou em silêncio quando o Alpha apareceu na frente dele completamente nu, e inconscientemente, direcionou seu olhar para aquela área específica, sendo surpreendido de imediato.

— O que faz aqui? — Perguntou, se secando, sem a menor vergonha de saber que o menor estava olhando para ele.

— Dois...? —  Megumi diz surpreso, ainda olhando para o grande par de pênis de Sukuna.

O Alpha, sem saber o que estava errado, baixou o olhar e não encontrou nada de estranho em seus pênis. Ele franziu a testa por não entender o que estava acontecendo.

— Eu nunca vi ninguém ter dois antes.

— Ah? Não é normal? — Sukuna questionou, pegando a muda de roupa para vestir.

— Nem pensar — Megumi ainda mais corado, olhou para outra direção. O Alpha percebeu e de repente quis provocá-lo um pouco.

— Vai ficar com vergonha depois de me ver nu? — Sukuna riu, Megumi o encarou.

— Bom, estamos mais próximos. Você também me viu enquanto eu tomava banho.

— Sua mão? Eu não conseguia nem ver além dos seus ombros nus, é tão injusto. Realmente quero ver o seu lindo corpo.

— Desavergonhado! — Megumi exclamou, seu rosto totalmente vermelho.

[...]

— Por que hoje não tem servo? Mesmo aquele que você me designou não estava lá hoje — perguntou a Sukuna.

Os dois haviam terminado de comer um momento atrás, mergulharam em uma conversa simples sobre comida até que ele fez a pergunta.

— Eu dei a eles dois dias de folga —  Sukuna recostou-se no tapete com os braços sob a cabeça.

— Oh, é mesmo? É sempre assim?

— Sim, uma vez por mês eu dou a eles dois dias de folga para ver suas famílias — Megumi ficou um pouco surpreso.

— Os demônios têm família? — Perguntou curioso.

— A maioria, eu suponho.

— E você? — Quis saber.

— Só um meio-irmão, mas agora tenho Você — o Ômega ficou um pouco envergonhado com a resposta do Alpha. — Logo, se você quiser, nossa família vai crescer — acrescentou feliz, levantando-se para olhar diretamente para ele.

O Consorte estava em conflito com seus próprios sentimentos, às vezes Sukuna zombava dele e o irritava, mas de repente ele agia assim e Megumi não sabia como reagir. Talvez fosse bom tentar ficar bem com ele, talvez fosse uma nova oportunidade para si mesmo, ele ainda se sentia um pouco estranho sendo o marido do Rei Demônio, no entanto, não era tão ruim quanto acreditava.

— Sukuna, seu grande idiota! — A atmosfera foi interrompida pelo grito de alguém e a porta sendo aberta do nada. 

Megumi não pôde deixar de ficar assustado com o barulho repentino, Sukuna percebendo isso, viu com raiva notável uma certa pessoa que apareceu do nada.

— Oh, me desculpe. Estou interrompendo alguma coisa? — Perguntou o menino recém-chegado.

— Pirralho, o que você quer? — Sukuna parecia irritado.

— Você não vai me apresentar primeiro?

— Não quero — respondeu, mas antes que percebesse, Yuuji já estava cumprimentando Megumi com uma reverência.

— Eu sou Itadori Yuuji, meio-irmão de Sukuna. É um prazer finalmente conhecê-lo, Fushiguro Megumi!

「 Selfish 」Onde histórias criam vida. Descubra agora