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Depois de ir para a fazenda de Sukuna, o demônio designou quartos para Touji e Tsumiki, bem como pediu comida e cuidados para eles. Enquanto isso, Megumi e ele estavam no quarto onde o Ômega estava hospedado.

Touji não queria que o filho ficasse sozinha com Sukuna, porque ele ainda sentia que algo estava errado, mas no final foi convencido por ele.

A sala estava completamente silenciosa, Sukuna não falava nada, ele apenas fumava enquanto observava Megumi, que estava começando a se desesperar. 

Odiava não ser capaz de ler sua mente para entender o que ele estava pensando. Sukuna ordenou claramente que eles não fossem interrompidos, mesmo que fosse o fim do mundo. 

— Quer me dizer algo? — Megumi questionou, mas não obteve resposta. — Então, você me deixa explicar?

Sukuna colocou o cachimbo de lado, na mesa de tatame, nunca parando de olhar para ele.

— O que há para explicar? Você foi claro desde o início quando me disse que nunca sentiria nada por mim — falou por fim. — E eu disse a você também, que não iria te deixar ir. Mas você realmente me enganou fazendo-me acreditar que no final, gostava de estar aqui comigo — Sukuna deu uma risada amarga. Megumi franziu a testa e cerrou os punhos, parecendo irritado com o Alpha.

— Eu gostei de estar aqui, e sei o que disse no início. Mas você sabe que eu tinha uma ideia errada sobre você e deve entender que foi difícil para mim. Eu te disse muitas vezes — estava começando a ficar ainda mais chateado. — Depois que você me levou até aquele lugar e me contou tudo, em nenhum momento pensei em abandoná-lo, mas ontem fiquei tão preocupado com minha família quando soube pelos servos que o Clã havia sido atacado, que nem parei para pensar nas consequências que isso iria causar.

Não queria acreditar nele, no fundo ele sabia que tudo que Megumi dizia era verdade, mas ainda assim não queria acreditar. 

— Então por que você não deixou pelo menos um bilhete? Você poderia ter feito isso se sua intenção não fosse fugir de mim.

Ele estava certo, mas naquele momento Megumi não pensou naquilo, a ideia dele era ir atrás da irmã e voltar rápido, mas o tempo estava ruim para caminhar pela floresta à noite.

— Minha intenção era só ir atrás da minha irmã, você sabe que ela está doente e se parar o tratamento,vai morrer — ele faria qualquer coisa por ela. Sukuna piscou, estava tudo claro agora.

Ele se levantou de onde estava e atravessou a sala até ficar de frente para a porta, virando de costas para Megumi. Se estivesse no lugar do moreno e seu irmão Yuuji fosse morrer, ele também faria o que fosse necessário para protegê-lo. 

— Eu entendi. Então você não queria me abandonar? — O Alpha murmurou, mas Megumi o ouviu claramente. 

O menor imitou sua ação e caminhou até ele, então tocou suas costas largas e sussurrou: — Não, e eu não quero. Eu vou ficar com você.

Sukuna sempre teve medo de ser abandonado, a única pessoa que ele tinha anteriormente era Yuuji, mas este já havia começado a fazer sua vida à parte. A única pessoa que lhe restava agora era Megumi, a quem ele amava. Se o perdesse, sua vida não teria sentido, e não haveria razão para continuar existindo.

Por fim, ele entendeu bem o que o irmão disse a si, não poderia mantê-lo ali e forçá-lo a amá-lo, isso não lhe daria satisfação. Megumi não era um troféu, mas ele queria tê-lo ao seu lado, e sabia que ansiar por Megumi o tornava muito mais egoísta.  

Sukuna sentia um grande desconforto, ele havia machucado seu esposo quando o encontrou na floresta, e para ele, isso era imperdoável.

O Alpha tomou uma decisão, tirou uma adaga de suas roupas e se virou para Megumi. Sukuna estendeu a adaga para o Ômega, mas este não entendeu o porquê.

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