— Ia me acertar com isso? — perguntou Dean com descrença.
— Você não... o bandido. — Minha voz saiu arrastada e arranhada pela dor dilacerante na minha costela esquerda.
— Machucou muito? — Me ajudou a ficar ereta. Eu nem conseguia puxar o ar para o meu pulmão, pois até respirar doía. Sem conseguir falar, eu apenas acenei que sim. — Você me assustou caramba! — ralhou exasperado por ter me machucado, mas eu sabia que ele não tinha culpa.— Eu achei que você era um bandido, estava protegendo a sua residência. — coloquei as duas mãos pressionando a costela. O calor delas aliviou levemente.
— Primeiro, uma panela não ia proteger de nada. Segundo, por que infernos você está no meu apartamento? — Ele foi até a geladeira com um pano de prato e apertou uma mini alavanca de inox na porta que liberou gelo.
Veio até mim enrolando o gelo no pano e me entregou para colocar no local. Fiz isso e revirei os olhos sentindo uma dormência imediata ao me livrar da dor. Mas, não demorou muito para um pânico interno me consumir.
Dean estava ali.
Conclui então, que aquele não era apenas mais um dia azarado na minha vida. Também seria o mais humilhante.
— Essa é uma longa história. — Tentei usar de uma tradicional resposta corta questionário.
— Estou esperando... — não funcionou. — O que você está fazendo aqui? Como entrou? E por que está só de toalha? Por acaso tem mais alguém aqui? — tentei ordenar as respostas mentalmente.
— Não, não tem ninguém, só eu. A Antonela me trouxe pra cá a umas duas horas atrás.
— E por que ela fez isso? — cruzou os braços impaciente, chamando minha atenção para o pouco que conseguia ver do seu corpo na baixa luz e ângulo, que por sinal ainda era próximo demais. A camisa mesmo que social marcava enormes músculos, na verdade, podia até dizer que ela os evidenciava, já que seus ombros estavam muito mais largos do que me lembrava.
— Porque eu fui despejada.
— Minha mãe te despejou?
— Não... sua mãe não. Eu não moro mais com Donatella desde que me formei na faculdade. Fui despejada pela sexta vez no meu sexto apartamento, só que dessa vez foi mais sério porque ele penhorou todas as minhas coisas para custear os três meses de aluguel que eu estava devendo.
— Três meses... deveu três meses de aluguel? Está com problemas financeiros?
— Não eu também trabalho, a cada três semanas. — Quanto mais eu tentava me explicar, mais eu detalhava minha desgraça. E isso só estava acontecendo pois eu estava focada demais na sua mudança física para me importar com o que devia filtrar.
— Como assim você é autônoma?
— Não, é que eu não fico mais que uma semana trabalhando em um lugar, recebo meus direitos e passo três procurando outro.
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E Se Ele Não Cair? - Disponível Na Amazon
RomanceE se o que era para ter sido um clichê, não tivesse tido um fim? E se o mocinho, não fosse tão mocinho assim? Molly queria voltar para casa, mas já não sabia o que era um lar. Sentia que ainda tinha sonhos, mas não sabia por onde começar. Ela não l...