Se tem uma coisa que eu aprendi nesses últimos anos, é que existem dois tipos de pessoas: As pessoas que sempre esperam mais das outras, e acabam se decepcionando. E as que tentam ser mais, para não decepcionar, mas acabam se perdendo no caminho.Por muito tempo eu fui as duas. Sempre esperava o melhor, e confesso que achava mesmo que estava rodeada das melhores companhias, pois raramente alguém me decepcionava, eu me sentia amada, acolhida, e acima de tudo, sortuda. Pelo simples fato de ter tantas pessoas incríveis ao meu redor. Só não sabia que todo aquele afeto exagerado, era pena.
Mas, como eu disse, também era a que tentava ser mais, pois por "gratidão", eu precisava mostrar que nenhum esforço era em vão. Tinha minha vida toda planejada, sabia exatamente como alcançar todos os meus objetivos, era como se uma rota fosse traçada, e eu só precisava deixar os dias se passarem, pois tinha todo o suporte necessário para chegar aonde queria.
Uma pessoa, apenas uma, tentava me tirar dos trilhos. Eu não entendia. Achava que ele me odiav. — E de fato odiava! — Achava que ele tinha como missão de vida, transformar meus dias em um pesadelo, mas hoje eu percebo que ele só era o único que me tratava com verdade, como eu realmente deveria ser tratada. Talvez ele tenha sido a única coisa real que eu tive em toda minha vida.
Digo... o calor, o amor e toda aquela fraternidade familiar, sim, eu sentia tudo isso — E ainda sinto. —, mas as mentiras têm pernas curtas, e mesmo assim minha vida até que correu bastante, antes de tudo explodir.
O curioso, é que estando aqui, beirando um precipício com um vento forte de contra meu rosto e cabelo, enquanto tudo o que minha vista alcança são os montes cobertos por neve e um vale imenso cortado ao meio por um rio de correnteza violenta a milhares de metros, a lembrança dele me vem em mente.
Pensar nele todas as vezes que estou prestes a colocar minha vida em risco tem uma razão. Autopiedade? Não, não faz o meu tipo. Essa é apenas a maneira como resolvo meus problemas. — Ou melhor dizendo: como eu fujo deles! — É assim que me sinto viva, e por isso me lembro dele, pois quando olho para trás, todas as vezes que procuro verdade no que eu vivi, é quando Dean me lembrava de que aquela casa não me pertencia. Que aquelas pessoas, eram sua família, não minha. Uma sensação muito próxima com a de pular de um precipício, mas não se preocupem, estou devidamente equipada agora!
— Você está pronta para pular? — Pulei de susto com a voz do Ben no meu ouvido, e bem, essa não era melhor hora para me assustar.
— NÃO... — Na verdade eu ia dizer que desisti, não porque estava com medo, mas porque o nome da minha melhor amiga aparecia junto com sua foto de perfil no meu celular, me fazendo lembrar que a essa hora, deveria estar me encontrando com ela no Studio Jack Alerrandro, o tal estilista que desdenhou de um horário apertadíssimo para a noiva do famoso piloto de formula 1, Ramon Bianchi. — E não pulando de bungee jumping em Whistler.
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E Se Ele Não Cair? - Disponível Na Amazon
RomanceE se o que era para ter sido um clichê, não tivesse tido um fim? E se o mocinho, não fosse tão mocinho assim? Molly queria voltar para casa, mas já não sabia o que era um lar. Sentia que ainda tinha sonhos, mas não sabia por onde começar. Ela não l...