TRAVEL.

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Já estamos próximos das férias dadas pela faculdade, as provas consumiam muito do meu tempo e mesmo sendo trabalhosas, eu gostava delas. Elas me ensinavam mais do que aparentavam ensinar, eram lições para vida. A vida que eu ansiava ter.

Nestes meses que haviam se passado muitas coisas aconteceram. Heuningkai assumiu estar namorando Yeonjun - coisa que me deixou deveras feliz, afinal, isso mostrava que o Choi não era um idiota por deixar Kai ir. Eu ficava feliz por ver Heuning bem, mesmo que algumas partes de mim ainda estivessem se cicatrizando.

Beomgyu sempre dava um jeito de surgir em meu caminho. Seja vindo até minha casa - afinal somos vizinhos -, usando desculpas que uma hora eram convincentes e em outras, nem tanto. Ele não sabia da ideia de uma possível viagem, eu não seria idiota a ponto de lhe dizer o que planejava. Nesse pequeno espaço de tempo que se passou fiquei com Beomgyu apenas três vezes.

Não atendia suas ligações pedindo por algo ou até mesmo por mim. Eu colocava em minha mente que não era necessário - uma ótima verdade - e que eu não precisava dele. Quando suas mensagens chegavam no aplicativo, lia por cima sem visualizar e as arquivava. Me machucava - uma taxa menor do que um dia já foi maior - e eu logo pensava ma possibilidade de sair daquela cidade.

Já disse aquela música: mate o amor antes que ele lhe mate. E eu estava matando o que um dia poderia me matar e me deixar nos piores estados.

[...]

Kai não queria admitir para as demais pessoas mas eu vi ele chorar antes de me abraçar. Me abraçou apertado naquele instante, eu inalava o seu perfume meio adocicado e nada dizia. Eu só aproveitava aquela pequena cena que criamos.

- Promete que vai ligar sempre que der? - indagou baixinho perto do meu ouvido. Sinto uma lagrima tocar o tecido da roupa, Kamal chorava e eu não estava tão diferente assim.

O medo que ele nutria era evidente, achava que eu o deixaria e que novas pessoas seriam ele. Mas ninguém seria tão bom quanto Kai é para mim.

- Claro que sim, Ning. - o afastei brevemente para secar suas lágrimas. Ele fez o mesmo que eu, sorri minimamente e me abraça uma última vez. - Ning, tudo vai dar certo. Eu vou ligar sempre que der, mandar mensagem. Se for preciso até lhe mando cartas, mas, saiba que a taxa é meio grande.

- Seu bolo. Não precisa ser cartas, pode ser presentes mesmo. Sou um bebê e você deve me mimar. - ao ouvir tais palavras, rio amplamente. Ele sabia como deixar o clima mais leve mesmo que a cena fosse de adeus.

Escuto aquele vôo ser chamado e sei que aquele é o meu momento de dar adeus. Não para sempre, é claro, mas por algum tempo. Abraço os meus pais uma última vez, digo que os amo muito e que sempre materei contato.

Uma família me acolheria nessa transição entre Ásia e América - o que era bom em tantos aspectos -, dou um último abraço em Kai e deixo um beijo em sua testa, bochecha e nariz.

- Ei. - chama minha atenção e mostra o mindinho, rio baixo e junto o meu com o seu. - Não importa o que aconteça, não mudaremos.

- Não mudaremos. - repito a frase. Aceno para eles enquanto ia caminhando até a entrada para poder ir até o avião. As malas já foram colocadas nos locais certos e apenas uma mochila estava comigo. Seria uma longa viagem até aquele novo mundo que eu iria conhecer.

- E é aqui que eu termino uma fase e começo outra.

Falei a mim mesmo quando fui até o avião. Respiro fundo antes do ato final e sigo um novo caminho.

Your kisses addicted me ( taegyu ).Onde histórias criam vida. Descubra agora