- Sophie Charlotte.O documentário realmente conseguiu segurar minha ansiedade e não pensei em absolutamente nada que tivesse ligação com a Seleção.
O ballet sempre fez parte da minha vida, desde que me entendo por gente. Eu deveria ter um pouco mais de três anos quando assisti uma peça de ballet e implorei para minha mãe me deixar participar daquilo. Desde então, em cada cômodo você acharia um pouco de grampo de cabelo.
A dança era como uma melhor amiga. Se eu estava feliz, eu ia dançar. Se eu estava triste, a dança era a melhor opção do que fazer. As sapatilhas só saiam do meu pé quando era realmente necessário. Mesmo na minha pior fase, a dança nunca me deixou na mão.
Disperso os pensamentos sobre a dança quando percebo a movimentação dentro do avião. Tínhamos pousado. Sinto o coração disparar e guardo o tablet na bolsa junto com os fones. Espero que todos saiam para enfim me levantar da poltrona. Ajeito o cabelo que estava preso e sigo em direção ao aeroporto para fazer o check-in na nova cidade.
Depois da longa burocracia, consigo pegar minha mala e ir para a saída. Não consigo deixar de observar a movimentação ao meu redor, abraços de despedidas e reencontros. Suspiro sentindo a saudade de casa já apertar.
Um simpático senhor acena quando vou para a parte externa do aeroporto e logo se identifica como Sr. Jones, um dos motoristas que ficara responsável de buscar as selecionadas. Deixo que ele coloque minha mala no carro e entro no veículo colocando o cinto de segurança em seguida.
Reclamava mentalmente por ter escolhido uma botinha com salto e não um tênis. Meu pé implorava para ser liberto daquele sapato.
— Vai estragar suas belas unhas se continuar com esse nervosismo mocinha. — me assusto ao escutar a adorável voz do senhor que dirigia ao meu lado. Desço o olhar para minhas mãos e percebo que não parava de mexer nas minhas unhas.
— Pelo visto meu nervosismo está claramente visível... — devolvo um sorriso gentil parando de mexer as mãos.
— Não se preocupe, o palácio é um lugar fantástico, a senhorita se sentirá em casa. — observo o quanto ele parecia feliz ao falar daquele lugar. — Além do mais, se apaixonar não é uma coisa ruim, pelo contrário, o amor é uma coisa única que todos merecemos viver.
Solto um breve suspiro ao ouvir aquilo. Eu já tinha vivido um amor, e realmente foi uma coisa única, da pior maneira possível. Volto a olhar para a estrada com um sorriso de canto quando uma pergunta surge em minha cabeça.
— Qual é a sua história de amor, senhor Jones? — pergunto com um sorriso voltando a olhar para o homem que esboçava um apaixonado sorriso.
— Ela era uma mulher incrível. — ele diz mas logo fica em silêncio por longos segundo enquanto eu absorvia o peso daquelas palavras. — Eu a conheci no castelo, eu era da guarda e ela trabalhava na cozinha. Nos esbarramos algumas vezes antes de nos conhecer de fato. — seu sorriso aumentava a cada frase sobre ela. — Chamei ela para sair e ela aceitou. Comprei flores e ela abriu o sorriso mais lindo que eu já vira na vida. Eu diria que foi amor a primeira vista.. ou a primeiro encontro! — ele completa rindo.
— Então amor a primeira vista existe realmente? Achei que era apenas uma ficção de filmes. — arqueio a sobrancelha rindo, amor a primeira vista definitivamente não existia mas não estragaria a história daquele senhor.
— É claro que sim! — ele balançava a cabeça animado. — Pode ser a primeira vista, ao primeiro olhar, ao primeiro encontro, ao primeiro beijo... Mas só funciona com o verdadeiro amor.
Sorri para ele com seu entusiasmo, mas falar de amor não era meu tema de debate preferido. Voltei a me concentrar na estrada vendo que as torres do castelo já estavam visíveis. A ansiedade novamente me abraçou e respirei fundo quando a porta do carro se abriu. Ajeitei o vestido azul marinho e passo o dedo sobre a pulseira que meus pais haviam me dado tentando me acalmar.
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california
Romance"Alguns dizem que se apaixonaram no primeiro encontro. Outros dizem que foi no primeiro beijo. Mas eu? Eu me apaixonei por você no primeiro olhar." Para ele, era como um céu azul claro. Para ela, era como um mar profundo. Olhares que se cruzaram e s...