RETALHOS ALECRIM | YOONMIN

FIVE

notas:

cap um pouquinho mais longo porque (surpresa) temos mtas interações yoonmin e a premissa de um vandalismo!!

boa leitura e votem ⭐⭐ se vcs gostarem da estória pfvr!!

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Os dedos de Jimin grudavam pelo açúcar derretido do sorvete, a risada saia-lhe demasiado fácil do peito, e se sentia exatamente como em todas vezes que saia com Hoseok para bater perna e ter ventos da rua de encontro a sua face: como se certa monotonia fosse lhe retirada de seus ossos, empoleirados, e o coração acelerado saltava aos dizeres de que ainda era um menino que gostava de correr livremente sem ponto de partida nem chegada, que corria simplesmente pelo belo prazer de fazê-lo, numa autonomia pela liberdade, quase tácita.

O céu lhe parecia cansado, com muitas nuvens e o solar pouco a pouco se perdendo de vista quando decidiram voltar para casa, depois de comprarem garrafinhas de água quando sentiram sede, e — não muito surpreendente — jogarem um pouco no rosto um do outro, o que rendeu ainda mais correria e risadas, pés doendo e às vezes palavrões saindo embolados na língua.

Jimin estava ao mesmo tempo doido para se jogar no sofá, mas também, de um jeito, não queria que aquele final de semana acabasse e então se visse em mais dias interminaveis longe da risada contagiante do amigo, seus abraços quentes e suas frases de efeito tão aquarianas.

Porém, qual não foi sua surpresa quando viu o rosto de Min Yoongi no corredor da recepção, ainda vestindo a mesma camiseta xadrez vermelha com que o encontrara horas antes, carregando aqueles mesmos olhos doces — que, vale dizer, Jimin se sentiu imerso o caminho inteiro até chegarem perto o suficiente para se cumprimentarem, submergido naquela bolha que o fez se sentir enfeitiçado, lentamente sendo tragado por elementos fantasticos de uma quimera.

“Paixões?” ousou balbuciar em pensamento, desejando o invisível em puro breu de sentimentalidades, sentindo os vestigios, as consequências de quando aparentemente via Min Yoongi, seu vizinho do apartamento ao lado: sentia borboletas na barriga e parecia flutuar no espaço.

E não queria, mas tudo era ambíguo e incerto, como andar nos pedaços de pau onde pessoas eram obrigadas a se tirarem em alto mar em Peter Pan. O mar era confidenciar sem querer querendo o quer que se passasse dentro de si, as mares e os jacarés que diziam, poderiam comer suas mãos, era não saber de onde tudo aquilo vinha nem a causa, tampouco as consequências.

Por isso olhou incerto para o Min, mesmo assim o cumprimentando, dizendo olá e, então, apenas no último segundo de apercebimento perguntando-o o que fazia ali.

— Uma senhora de idade estava carregando sacolas do mercado que pareciam pesadas, como elas eram bastante eu ofereci ajuda até a porta dela. Foi coincidência, na verdade, nós morarmos na mesma rua.

Foi impossível não deixar de sorrir grande, soltando um “Ah!” como quem concordava ou recebia um presente de alguém querido. Estava obviamente em pura deleitação interior pelo comportamento alheio, juntando então seus olhos em si, Jimin se sentiu queimar.

— Vi Kira indo em direção a sua casa, quando sai. — comentou, ainda de certa forma achando tudo cômico e de espécie estrangeira.

O Min vagou os olhos por um instante, sorrindo grande também, as íris ainda mais cintilantes abruptamente.

— Foi! Ele me vem visitar toda a tarde, praticamente. Aliás, ele sempre cheira à um aroma específico, acho que de incenso?

Jimin anuiu com a cabeça, encostando na parede para se apoiar apenas por mania, ainda olhando para os olhos dele e se deleitando distraidamente, falando por falar e no fundo querendo estender a conversa ao infinito apenas por… vontade?