Vingança

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 "1 ano do grande massacre das bruxas"

 Penélope leu em sua mente, fechou os olhos e respirou fundo sentindo seu coração pesar, soltou o ar de uma vez e tornou a abrir os olhos, pela janela pequena e toda ornamentada tinha uma linda vista, a charmosa Bélgica.

- Tudo bem, meu amor?- Josie saiu do banheiro, atrás de si uma nuvem de fumaça da água quente, uma toalha branca envolvia seu tronco e com a mão livre usava outra toalha para secar seu cabelo que ainda pingava.

- Faz 1 ano- Balbuciou ainda observando a vista, alguns carros passavam na rua, o tempo estava tão claro, era tão lindo.

- Não parece, né?- Aproximou-se e abraçou sua esposa por trás.

- Não...- Piscou lentamente, mais uma vez, só mais uma vez, então, virou o seu rosto aconchegando-se gentilmente nos ombros de sua amada, sim, lá era confortável.

 Há exatamente um ano terminava uma era muito escura para o mundo sobrenatural, escura como há muito tempo não era vista. A verdade é que depois que o clã conseguiu duas maneiras de burlar a fusão, foi uma decadência, o balance sumiu, já não existia mais equilíbrio e o mundo mágico estava enfraquecido.

 Primeiro, as gêmeas Saltzman, em seguida, como se não fosse suficiente, as filhas de Josette também burlaram a fusão e tiveram a coragem de se negarem a chefiar o clã, mesmo que por pouco tempo, isso foi o fim, mas essa família tinha a tríbrida ao seu lado, e ninguém se envolveria com eles, não sem saber no que estava se metendo.

 Dito e feito.

 Lembrou-se.

 Penélope estava fervendo água enquanto seus joelhos doíam e mostravam que a idade chegava para todos, então, um gelado lhe subiu a espinha, o telefone tocou, e como se ela soubesse que eram notícias ruins, andou a passos lentos até o telefone vermelho que Josie havia comprado em uma venda de garagem na cidade vizinha.

 A voz balbuciou algumas besteiras, Park estava alheia a tudo, então escutou as palavras chaves e elas foram suficientes, sua alma já sabia que não eram boas notícias.

 Um ataque.

 Um ataque ao colégio.

 Um ataque gigante ao colégio em busca de vingança.

 Vingança.

 Josie entrou correndo no cômodo pois a chaleira apitava há mais de 5 minutos e ela se preocupou, quando chegou desligou o fogo e tirou a panela fervente do fogão, enquanto perguntava o que estava acontecendo e rindo porque sua esposa era sempre assim, notou algo de errado, se aproximou e perguntou, dessa vez sério, o que estava acontecendo.

 Nada.

 Josie soube naquele momento que não era uma coisa boa.

 Não era nada bom.

 Retirou o telefone das mãos de sua esposa em choque e o levou até a orelha na expectativa de receber alguma informação mais concreta, mas a linha do outro lado já havia desligado, só escutou aquele barulho chato. Colocou o pedaço de plástico no gancho, respirou fundo e questionou Penélope mais uma vez, uma lágrima escorreu pela bochecha de Park, Josie a puxou para si em um abraço apertado e escutou o balbucio.

 Sophie.

 Ataque.

 Vingança.

 Sophie, ataque, vingança.

 Dizem que quando estamos em situações chocantes, existem dois tipos de pessoas, o tipo que trava, congela, como água, e o tipo que funciona como uma máquina, adrenalina a mil.

Casadas, apenasOnde histórias criam vida. Descubra agora