Capítulo 33

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— Tu disseste o quê? — Linden ganiu, quando Ethiena lhe fez um pedido

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— Tu disseste o quê? — Linden ganiu, quando Ethiena lhe fez um pedido.

Estavam parados de frente um para o outro, esperando serem anunciados no salão do trono. Era o terceiro dia dos festivais de verão, os feriados de Portuália, e era o Noite de Tunas de Oeiras. Dia de o Imperador realizar pedidos à alguns nobres e populares. Algo como uma ação de graça, onde os agraciados com as bênçãos do Estado, ofertava-lhe tunas de oeiras, lindos ornamentos florais que imitavam as jubas do Leão, o deus do Império.

— Ethiena, querida, estás a ferver de febre? — seu esposo deslizou a mão por sua testa. — Pedes-me a adotar três crianças de rua?

Deslizando uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha, Ethiena não entendeu sua reação.

— Não podemos? — ela perguntou, mordendo o lábio.

Linden estava lindo, substituindo os ternos de alta costura, pelas jaquetas militares de dragonas e fivelas. Uma coroa de louro se prendia em seu cabelo ondulado. Mas seu olhar, não era o dos melhores.

— Eles estão na rua, Linden — Ethiena tentou argumentar. — São três meninos, respectivamente de seis, sete e nove anos. Eles correm o risco de sofrerem todo o tipo de abuso que se possa imaginar. Estão passando fome e frio...

Observando o rosto da esposa, Linden prendeu o ar antes de tentar uma resposta civilizada. Levou as mãos leves até os ombros dela, alisando com cuidado.

— Minha querida — sua voz tinha um tom suave. — Reconheço seu bom coração. Se não fôssemos um Imperador e uma Imperatriz, não haveria de me opor. Não oficialmente. Contudo, tu sabes que haveríamos de enfurecer a Corte se colocássemos meninos de ruas na linha sucessória do trono...

— Então, por causa desses babacas preconceituosos da Corte, devemos deixar três crianças na rua? — ela ficou brava.

— Não disse isso — Linden ficou tenso, percebendo o péssimo fluxo sentimental dela. Andava fazendo aquilo de propósito, para intimidar.

— Pois é o que parece.

Antes de conseguir responder, todo o corpo de Linden esticou feito um pedaço de pau. Ethiena pôde escutar seu coração saltar, assustando-se com o anúncio de sua presença requerida no salão do trono.

Esfregando a testa, Linden agarrou a mão de Ethiena, puxando-a para o interior do salão. Ela continuou com a expressão terrível, mesmo quando caminharam pelo corredor. Não desdobrou a expressão ruim, mesmo que muitos sorriam para ela.

Muitas vezes, se esquecia daquele enorme salão. Ali, para piorar seu mau-humor, foi onde viu Rui I e Linden pela primeira vez. Continuava do mesmo jeito, imponente, cheio de gente mesquinha, cruéis e preconceituosas. Muitos, desejando um momentinho as sós com o Imperador ou Imperatriz para pedirem um favor, uma barganha ou talvez assassiná-los. Ethiena definitivamente detestava cada um deles.

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