Jade narrando.
Pego a prancheta com todos os documentos e começo a circular pelo escritório, entregando-os aos advogados.
— Obrigada, Jade — diz um deles, enquanto os outros agradecem também ou apenas assentem com a cabeça, concentrados demais.
Trabalho na empresa Russo desde que fazia estágios de secretariado executivo. Quando cheguei aqui, tudo estava uma bagunça, mas fui dando meu jeito e coloquei tudo em ordem.
Atuo em um andar específico com os advogados, onde os mais importantes e requisitados têm suas próprias secretárias, mas ainda assim gerencio a agenda de vários deles.
— Senhor González, sua mulher ligou e quer falar com o senhor urgentemente. Ela disse que é sobre suas férias — falo, e ele assente pegando suas pastas na minha mesa as quais organizei por cor e ordem de importância, assim como ele exige.
— Jade, pode arrumar essas planilhas? Muito obrigada — uma advogada fala, deixando-as em minhas mãos antes de sair para sua sala.
Meu telefone toca mais uma vez no dia, e eu o apoio com o ombro enquanto digito as pautas de uma reunião no computador.
Ligação onn:
— Alô, andar da advocacia, Jade David falando — digo e escuto uma risada animada.
— Oi, amiga, é a Julia. Só liguei para falar que vamos almoçar juntas — ela fala tranquila. — E nem adianta me dizer que está corrido, estou morrendo de fome e até deixo você decidir o que vamos comer.
— Tudo bem, Julia, te encontro depois no seu andar tá. Beijos.
— Beijos, minha gostosa — ela diz, e dou risada do seu jeito. — E não se atrase, porque faltam poucos minutos.
Ligação off
Vejo as horas e realmente faltam apenas quinze minutos. Vou ter que correr contra o tempo.
[...]
Envio o último anexo e sorrio por ter passado apenas cinco minutos do meu tempo. Me levanto, pegando minha bolsa, e sinto meu seio doer, pesado e quente, merda.
Preciso passar no banheiro para trocar os lencinhos de contenção para não vazar. Não é algo tão legal de se dizer, mas, vamos lá, eu tenho leite, bem, produzo sem querer em meus seios, sem ter filho, engravidado ou tomado algo, não propositalmente pelo menos.
Isso começou a acontecer a alguns anos, mais especificamente aos meus dezoito, quando sofri um acidente de carro com minha mãe, ao qual ela faleceu, me deixando sozinha no mundo, foi uma época bem difícil da minha vida, tomei muitas coisas, fui em muitos médicos, e em certo momento esse leite surgiu.
Como produzo leite involuntariamente, ele nunca para e meus seios ficam completamente cheios. Só tenho tempo de usar a bombinha à noite quando chego em casa.
Pego meu casaco e bolsa, ando até o elevador, já planejando usar o banheiro no andar da Ju. Se eu demorar mais, é capaz de ela me degolar viva.
Entro no elevador e uma moça loira, com café na mão e aparentemente nervosa, está lá dentro. Não aperto o andar, já que é o mesmo dela, deve ser colega da Ju.
A Julia minha amiga é secretária do antigo dono da empresa, que agora apenas participa das reuniões e faz alguns serviços. Ele passou tudo para os filhos, mas que eu saiba apenas um gerencia fisicamente, e ela deve estar indo ao seu encontro.
A menina ao meu lado começa a tremer, e conforme o elevador sobe mais, ela começa a chorar.
— Você está bem? Tem medo de elevador? — pergunto, e ela nega.
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Crazy Boss- 1° RUSSOS
General FictionDISPONÍVEL NA AMAZON E KINDLE UNLIMITED!!! Imagine trabalhar para um homem que tem tudo sob controle... menos o próprio coração. Antoni Russo não é apenas um chefe poderoso e implacável. Ele é o tipo de homem que vive no limite entre a obsessão e a...