Coincidências

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Jade narrando.

Voltamos à empresa após almoçar e sorrio ao ver a copeira passar com o café que tanto aprecio.

— Aqui Jade, bem doce com açúcar como você gosta.

— Obrigada Rose —beijo sua bochecha pegando o copinho e me sento à minha mesa vendo mais papelada que chegou enquanto eu estava fora.

Espero conseguir terminar hoje, odeio deixar pro próximo dia já que sempre vem muito.

Talvez eu fique até mais tarde do meu horário para finalizar, não vejo a hora de ir para casa e tomar um banho quentinho podendo esvaziar meus seios que estão cheios, depois comer uma deliciosa bobeira e aproveitar meu descanso.

[...]

Envio a última documentação e me espreguiço vendo as horas, pela dor no pescoço já passei bastante do meu tempo.

Desligo o computador enquanto arrumo minha mesa e após tudo finalmente em ordem, pego minha bolsa saindo do andar.

O elevador demora mas quando chega está vazio graças a Deus, me apoio na parede após apertar o térreo e estranho ao ver a câmera do elevador mexer.

Nunca tinha visto antes, dou um passo pro lado para ver se ela segue e nada, tá bom, acho que estou exausta de mais e vendo coisas.

Chega no meu andar e uso o crachá para sair, dou boa noite aos últimos seguranças já que até as recepcionistas foram embora e pela primeira vez eles não respondem fingindo nem me ver, acho que estou paranoica.

Me sento no ponto de ônibus e fico com um leve medinho de ver três carros pretos do outro lado da rua mas relaxo ao reconhecer o carro que para a minha frente e buzina duas vezes.

— Está disponível gatinha? — a Julia pergunta rindo e levanto me apoiando na janela do carro.

— Depende da proposta.

— Pizza, hidromassagem com espuma e ver série de gente bonita — ela diz e entro no carro.

— Desde quando você tem hidromassagem?— pergunto enquanto ela fecha os vidros de insulfilm totalmente pretos e saí com alta velocidade.

— Não tenho, por isso vamos em um hotel, preciso relaxar.

—Eca criatura, fica os restos das últimas pessoas que usaram — falo e ela nega.

— Da nada já que eu comprei biquínis, demorou hoje em, fiquei umas três horas no shopping aqui na frente até que saísse.

— Por que não foi para casa doida? — pergunto tirando meus saltos e ela sorri animada para contar.

— Eu recebi hoje, amanhã vou pagar conta e ficar sem dinheiro então hoje eu aproveito como posso.

— E vai pagar o negócio do seu pai? — pergunto com calma por saber que é um assunto delicado para ela.

— Vou, fica tranquila.

— Qualquer coisa conta comigo Ju, sabe que eu estou aqui para tudo e te ajudo se precisar.

— Eu dou conta — ela fala séria e fico em silêncio sabendo que mesmo que ela precise de dinheiro não vai pedir emprestado, ela é orgulhosa demais para isso.

— Eu tô aqui amiga, para tudo — falo beijando seu braço e ela assente sem falar nada.

Fico em silêncio até chegar em um hotel com luzes néon coloridas e estranho.

— Julia — a chamo e ela pega o ticket com um rapaz que olha com tédio para gente e abre o portão branco para entrarmos com o carro — Que hotel é esse que estamos?

— Um hotel mais barato — ela fala e a olho chocada.

Vejo o pátio com várias garagens e entendo tudo, quando ela estaciona bato em seu braço e ela ri.

— Você me trouxe para um motel maluca?

— Trouxe ué, tem hidromassagem e pizza aqui.

— Julia !— bato minha bolsa nela que ri saindo do carro e fechando a garagem.

— Vamos entrar — ela diz rindo e a sigo ainda em choque com a maluquice dela.

Entramos no lugar com as luzes piscando, tem uma enorme cama redonda, um pole dance no meio do quarto e espelho no teto.

Ela tira as roupas colocando um biquíni e quando vou abrir minha blusa alguém esmurra a porta.

— Aí meu Deus, espera ai — ela fala vestindo a roupa por cima e indo olhar mas quando abre o moço do ticket entra apavorado com outro de terno ao seu lado.

— Desculpa mas vocês vão ter que sair — ele fala a todo momento olhando pro homem de terno que parece um guarda-roupa.

— Como é? Eu não vou sair não, nem usamos a hidro — ela fala e o atendente parece se apavorar mais.

— Saiam agora por favor, teve um... um... problema de barata, isso.. baratas nojentas e gigantes aqui saindo por todos os lugares e vamos detetizar agora — ele fala e dou um gritinho com medo olhando em volta.

— Eca vamos embora, e se vocês me cobrarem vão ver só — a Julia fala pegando suas coisas e saímos com pressa.

O armário ambulante entra em um carro preto e estranho a semelhança com aquele que estava de frente a empresa.

— Amiga quer ir para outro lugar?— ela pergunta e nego cansada.

— Melhor irmos para minha casa, quer dormir lá? A gente faz algo rápido e come, estou exausta —digo e ela assente dirigindo com calma.

[...]

Chegamos no meu prédio e ela estaciona na minha vaga vazia já que não tenho carro, reprovei várias vezes na autoescola então acabei desistindo de dirigir, em minha defesa eles que deixavam os cones mal colocados e eu acabava atropelando, tudo trapaça deles.

Subimos de elevador e no meu andar estranho ter mais uma câmera, ninguém do condomínio falou nada sobre.

Abro a porta e a Julia entra logo atrás de mim tirando os sapatos.

— Vou tomar banho, tem toalha no outro banheiro — falo para ela e ando para o meu quarto tirando minhas roupas no caminho totalmente em paz.

— Ooh que saudade de você — falo para o chuveiro e ligo na água mais quente entrando.

Não consigo evitar de pensar no dia de amanhã, espero que seja tranquilo e com menos papelada que hoje, não vejo a hora das minhas férias serem aprovadas, quero ficar trinta dias sem fazer nada, dormindo e comendo.

Aproveito o banho para apertar os meus seios e tirar uma parte do leite que já vazava.

[...]

Lavo meu prato e a Julia já pega secando, estamos ambas cansadas do trabalho e pelo menos eu, morrendo de sono.

— Jade — ela diz e a olho esperando falar — Se eu tiver que ir lá, ver meu pai sabe, você vem comigo?

— Claro que sim — falo pegando sua mão e beijando, ela assente e muda de assunto.

— Vamos ver o que?— ela pergunta ligando minha Netflix e dou de ombros deitando ao seu lado.

— Então vamos ver esse aqui — ela fala e não retruco aceitando qualquer coisa que ela coloca sem nem prestar atenção

Coloco uma almofada em seu colo e me deito mais confortável, pego sua mão a obrigando a fazer cafuné e assisto a tal série até dormir.

Crazy Boss- 1° RUSSOSOnde histórias criam vida. Descubra agora