➳ Capítulo Seis

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Cidade de Busan, Coréia, 2015

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Cidade de Busan, Coréia, 2015

Dormente. Debruçado sobre sua cama e rodeado por muitas almofadas, era como Jeongguk sentia-se. 

Já passava das 5h da madrugada e o pequeno não conseguia pregar os olhos, ainda mais depois de chorar um rio quando chegou em casa e finalmente ficou sozinho no quarto escuro, apenas ouvindo os sons dos grilos  — talvez uma coruja também — do lado de fora da janela. O vento frio o fazia agarrar um dos travesseiros preferidos de Taehyung, onde, felizmente, possuía seu leve cheiro de melão misturado à erva-doce do sabonete líquido que usou na noite em que dormira ao seu lado. Gguk apertou o travesseiro com mais força, sentindo novamente uma lágrima dura e solitária escorrer. 

Depois de muito chorar, pensar, refletir a respeito de suas ações, chorar mais uma vez e, talvez, cogitar a possibilidade de comer todo o sorvete restante no pote, parou na cama e abraçou outro travesseiro, se perguntando o motivo de justamente agora tudo começar a dar errado. No fim das contas talvez a praga que o Sr. Kim tanto rogava devia ter funcionado, já que em dois anos de namoro, Jeongguk e Taehyung nunca brigaram tanto em apenas um mês. Seu relacionamento era tão bom e fácil de lidar que nada e nem ninguém poderia abalá-los facilmente, só que, agora, uma das estruturas que mantinha aquele edifício amoroso firme e forte estava danificado, o que compromete seriamente todo o restante da construção. 

Não estava sendo nada fácil para Jeon lidar com seus conflitos internos. Um lado seu dizia que tudo que vinha acontecendo durante o mês era um sinal de que sua boa vida de pombinho apaixonado tinha acabado; enquanto o outro insistia em tentar convencê-lo de que toda essa maré turbulenta era apenas uma de muitas provas que eles, juntos, iam precisar enfrentar. E queria acreditar nisso. Na verdade, acreditava nisso acima de tudo. O problema era Hoseok, um cara que chegou há pouco tempo e já havia conseguido ganhar a confiança do Kim de forma tão natural, que quem poderia garantir que também não iria ganhar outras coisas? Jeongguk ainda não era confiante o suficiente para disputar com o Jung, ainda mais achando-o tão bonito e reluzente quanto o sol da primavera numa tarde de segunda-feira, ou tão simplório e delicado quanto as pétalas de uma orquídea branca... Parecia difícil competir com um cara assim. Mas talvez não precisasse. Taehyung não seria capaz de substituí-lo por alguém que mal conhece... Certo? 

Tae se dizia apaixonado por todos os micro detalhes existentes em Jeongguk, e esperava que ele confiasse nisso. 

Gguk tinha que depositar toda sua confiança no poder da crença. Na crença que tudo isso ia passar e logo as coisas voltariam ao normal, mesmo que seu Taehyung fosse embora. 

Ao continuar refletindo, viu que os raios de sol começavam a adentrar pelas frestas das persianas, o que o obrigava a despertar. Infelizmente, tinha aula hoje, mas não estava disposto a ir. Yeonjun poderia fazer o mesmo de sempre e depois entregar o material que foi passado hoje, como um bom e dedicado amigo. Jeongguk não se importaria em virar duas noites com o rosto enfiado dentro do livro até se sentir satisfeito com seu aprendizado. Preferia isso a obrigar-se a assistir uma aula que apenas lhe traria estresse ao invés de conhecimento. 

Até a Última Gota de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora