➳ Capítulo Um

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Cidade de Busan, Coréia, 2015

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Cidade de Busan, Coréia, 2015

Ler romances, escrever cartas, ser cortejado, respeitado, e, acima de tudo, entendido, eram coisas que enchiam o peito de Jeon Jeongguk de harmonia e felicidade em demasia, principalmente por já ter encontrado alguém que, mesmo não aparentando, se encaixava perfeitamente em cada uma de suas fantasias românticas — e também sexuais.

O garoto era um romancista nato e adorava ser lembrado disso. Incrivelmente conseguia ver o mundo muito além de maldade e bondade. Via-o, simplesmente, como único, como um algoritmo. Orgulhava-se disso. Acreditava que assim poderia abordar em seus livros temas mais aprofundados que o amor, sempre enfatizando que a palavra "Romance" rendia muito mais que uma simples história com final feliz e, em sua maioria, previsível.

Ggukie gostava de escrever, de ler, pensar, apreciar, mas não havia nada melhor que passar a tarde deitado sobre uma velha toalha de mesa esticada na grama, comendo biscoitos caseiros e tomando soju tradicional com a pessoa a qual resolveu entregar seu fervoroso coração. Kim Taehyung era um homem tão belo quanto as flores de cerejeira na primavera, era o que Jeongguk dizia, e nem era exagero de um garoto apaixonado. O Kim era, de fato, tão belo quanto os romances que Jeon pretendia escrever, porém tão complexo quanto.

— Gosta daqui, não é? — a voz rouca soava cálida rente ao ouvido de Jeongguk, deixando uma respiração quente com cheiro de melão percorrer seu pescoço.

— Gosto mais quando você tá comigo — respondeu, olhando o céu alaranjado que estava acima de seus corpos, sentindo os braços do namorado passarem por seu abdômen, apertando-o.

— Sempre tão romântico — revirou os olhos, esticando o rosto para beijá-lo.

O beijo estalado deixado sobre a bochecha esquerda de Jeon o fazia corar, mas amava toda e qualquer demonstração de afeto que partia de Taehyung, principalmente por ela não ser tão direta, na maioria do tempo. Jeongguk virou-se para o mesmo lado em que ele estava e apreciou a vista do cabelo um tanto ondulado cor caramelo cair sobre aqueles olhos, deixando-o triplamente mais bonito. Delicado, afastou as madeixas rebeldes e o encarou profundamente, fazendo-o não se intimidar por nada, pelo contrário, mal sabia Gguk que aquilo deixava Taehyung fascinado — excitado também em momentos oportunos.

— Por que sempre me olha como se fosse a última vez? — perguntou, esperando uma resposta cheia de carinho e frases poéticas.

— Porque nunca sei quando vai ser a última vez que vou te olhar — respondeu Jeon, sério, sem qualquer rodeio.

A expressão de Taehyung mudou. Não esperava aquela resposta tão dura e melancólica.

— Você fala como se um de nós fosse embora, e não falo apenas de distância entre cidades — ele afastou-se, não gostando nada de ouvir aquelas palavras.

Jeongguk riu soprado, tentando fazê-lo dar um sorriso também, mas o humor do Kim era incrivelmente relativo. Bastava uma palavra, um acontecimento, ou até mesmo o clima para deixá-lo estressado, emburrado, chateado, ou alegre. Porém, havia apenas uma coisa, ou melhor, um ser que o deixava sempre contente e longe dos seus maus-humores diários, esse alguém era Binho, seu gato de estimação.

Até a Última Gota de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora