"Duque, provavelmente o senhor não me conhece de rosto, sabe apenas alguns detalhes e meu nome, mas nas devidas circunstâncias, sou apenas a mulher com quem se casará no futuro. Conheço seu nome e sua idade, mas não conheço seu rosto - não me importo verdadeiramente com beleza - não conheço sua fortuna - item o qual não tenho o menor interesse também - e por último, não conheço seu coração e isso me aflige mais do que eu deveria confessar. Existem alguns detalhes sobre este casamento e sobre mim que eu acredito que não saiba e quero o deixar ciente. Meus pais não me amam, muito menos se importam sobre mim e o que eu deveria ser, parece inapropriado. Vivi muito diferente de uma mulher da nobreza que se vê em algum sarau ou baile. Não debutei na sociedade porque minha mãe me acha feia e incapaz de me casar, e esse casório foi arranjado pelo Visconde Meirey, meu pai, por conta da sua necessidade em arrumar uma esposa. Não uso roupas bonitas e provavelmente irá decepcionar-se com minha aparência. Mas eu apenas peço que, se formos nos juntar, que seja bom comigo. Não quero juras de amor, nem dinheiro. Só quero que seja melhor que os que vivem comigo..."
Eu lia aquela carta todos os três dias desde sua chegada, a mulher que me enviou me deixava intrigado, a filha do Visconde. Queria ver com meus próprios olhos as provas de tudo que ela me contou pelas palavras bonitas. "Seja bom comigo...", aquilo estava me intrigando e fazendo minha curiosidade aflorar, apesar de não fazer parte de mim. Ainda bem que o dia em que nos conheceríamos havia chegado, após quase uma eternidade de espera.
A sociedade inglesa nem ao menos me ajudava para que houvesse uma imagem da moça na minha cabeça. Não fora debutada, mal ia às compras com a mãe e a irmã, os visitantes dos jardins ouviam apenas seu piano e nada mais. Era como um fantasma e havia ainda as palavras dela, o que eu deveria esperar?
"Ally, arrume minha carruagem e a bagagem. Irei buscar minha esposa e partiremos para o ducado." - a pequena senhora arregalou os olhos quando eu mencionei que tinha uma mulher, antes de se curvar. - "Nós ainda não nos casamos, mas isso não vai demorar a acontecer."
"Sim senhor. É para já." - ela saiu e verifiquei meu relógio, confirmando que já era minha hora também. Fui em busca do meu casaco e do meu cavalo, e quando tudo estava pronto, comecei a cavalgada rumo a direção do Visconde.
Incrível como títulos poderiam abrir mais portas do que normalmente acontecem, o simples nome me tirou de uma posição nobre mais baixa, para ser a mais prestigiada dentro de todo território Inglês e europeu e me colocou como o principal pretendente para a filha de um rico influente. Quanta ironia. Um pedaço de papel que influencia em mais coisas ao meu redor do que poderíamos contar.
A fachada de pedra rústica da mansão Meirey junto com a entrada para seu jardim formal apareceram no meu horizonte e com poucos segundos apeei do alazão e o prendi no suporte específico. Antes que eu batesse na porta escura, o som tranquilo e animado de um piano me chamou atenção, me sentia inebriado pelas notas que saiam e meus pés me guiaram de maneira automática pelos arbustos bem cortados e em formas geométricas. Eu estava apenas seguindo a melodia, sem qualquer tipo de noção dentro daquele lugar, mas algo dentro de mim parecia saber perfeitamente para onde ir.
Aos poucos o som começou a se tornar mais alto e logo o coreto coberto apareceu e junto veio a figura de cabelos escuros e longos, o vestido era de uma cor estranha mas clara e os dedos trabalhavam com tanta calma. Me aproximei em silêncio enquanto ela ainda mantinha seus olhos fechados e pude observar o quão graciosa aquela criatura era.
Nunca fui de admirar mulheres o tempo inteiro, mas sabia assumir quando uma era extremamente bonita e se encaixava perfeitamente a dama a minha frente. A pele alva não possuía imperfeições, os lábios cheios estavam levemente rosados e os cabelos eram como ondas escuras caindo pelas costas até a cintura. Eu me sentia fascinado em observar cada mínimo detalhe, incluindo a expressão tranquila, que se transformou completamente quando ela errou uma nota e afastou a mão do piano.
Paixões à primeira vista... Eu não acreditava nisso, até ela virar-se para mim e tudo ao meu redor simplesmente sumir de vista. Os olhos mais belos do mundo estavam na minha frente, a combinação do castanho e do azul refletindo todo esplendor possível, a heterocromia a deixou estonteante ao meu ver. Meus pensamentos estavam todos embaralhados enquanto ela ainda mantinha seu olhar fixo em mim e antes que eu pudesse me aproximar mais, ela correu em direção a mansão e simplesmente ignorou meu pedido para que esperasse. Ao menos agora eu sabia que ela deveria ser uma das filhas do Visconde. Que seja ela minha noiva.
Um capítulo novinho dessa belezura para fecharmos com chave de ouro a semana!! Espero que estejam gostando desse começo e se sentindo cada vez mais interessados pelo decorrer que ela vai tomar. Prestem atenção nas capas de capítulos, elas muitas vezes serão referencias de locais que eu usei na história e muitas vezes haverá umas fotinhos lindas do Sakusa kkkk. Obg a todos que leram e votaram!
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Fragilidade - Sakusa Kiyoomi x Female OC
FanfictionSakusa Kiyoomi assumiu um posto maior do que deveria na sua idade. Estava se tornando um Duque, do ducado mais importante de toda Inglaterra e ninguém concordava com tal posição. A Rainha estava louca em por um homem como ele em tal cargo, e nem ao...