Capítulo 19 - How i feel

229 36 15
                                    


"Onde esta Eleonor?" - perguntei quando não vi minha esposa sentada em seu lugar ao meu lado.

"A Duquesa não desceu para o jantar, Vossa Graça. Ela está comendo em seu quarto e pediu para avisar que está doente e não quer vê-lo." - Mikaella respondeu antes que mais alguém se pronunciasse e tive que suspirar para não conter meu mau humor.

Ótimo, me casei para continuar jantando sozinho.

"Tudo bem, obrigado pela informação, Mikaella. Podem se retirar, vou comer sozinho." - respondi e logo elas estavam fora.

Todo o alvorosso por conta de uma discussão idiota. Um casamento dos sonhos dela que será arruinado assim que as duas detestáveis parentes aparecerem. Não tenho ideia do que aquelas duas poderiam tentar contra Eleonor e isso me enfurece tanto quanto a carta despretensiosa que recebi da mãe dela está manhã.

Se antes mesmo de uma cerimônia, elas conseguiram plantar a semente da insegurança nela, não consigo me segurar pensando que podem fazer mais maldades com ela.

"Inferno." - resmunguei e tentei ao menos comer alguma coisa do prato que estava em minha frente.

A carta a qual me referia, tinha sido escrita pela Viscondessa Meirey e dizia:


"Vossa Graça, Duque de Sussex.

Como está passando com mjnha adorável flor do campo? Espero que ainda não tenha a deflorado, pois caso desista desse casamento por ver que ela não atende suas necessidades, Eleonor ainda precisa ter chances em encontrar um novo marido.
Mas pulando esses detalhes tão triviais, escrevo-te essa carta para informá-lo que ainda não recebi a data da cerimônia de ambos e por mais que estejam casados no papel, ainda não aceitei essa união. Então informo, Vossa Graça, que a data do casamento de vocês será em duas semanas a partir da chegada desta carta. Um padre de Londres irá comparecer a sua mansão junto conosco da família para podermos celebrar e espero que aceite minha intervenção.
É apenas a preocupação de mãe falando mais alto.
Agradeço sua atenção e sua hospitalidade futura, abaixo alguns itens necessário para nossa estadia:

[...]

Atenciosamente,
Viscondessa Meirey"


Eu queria tanto ter provas para poder prender essa mulher por insubordinação. Meu sangue ferve de ódio ao lembrar das exigências ou de como tratou minha mulher com tanto desrespeito.

Eleonor nunca se casará com outro homem, porque ela é minha esposa.

E agora minha raiva por conta daquela maldita tinha refletido na única pessoa que me importava. Eleonor está magoada comigo e não tenho ideia de como resolver essa picuinha.

Sabia que ela entenderia se eu explicasse e mostrasse a carta, talvez ficasse com raiva igual a mim. Mas acho que ela não estava interessada.

"Merda. Tirei a mesa e prepare meu banho." - ordenei e sai em direção ao segundo andar, subindo de dois em dois degraus e parando em frente a porta dela.  Suspirei para tentar acalmar meus ânimos e bati na porta.

"Mi Bella... Posso entrar?" - perguntei e não obtive nenhuma resposta nos segundos seguintes, então bati mais uma vez. - "Mi Bella."

" Vá embora." - a resposta veio cortante e insisti mais um pouco.

"Mi Bella, por favor. Abra a porta para mim." - escutei uma movimentação no quarto e logo o barulho da chave, destrancando a porta e abrindo.

Eleonor estava com as roupas de dormir, a camisola branca que ia até seus joelhos e valorizava todas as maravilhosas curvas que ela possuía. Os seios estavam bem marcados pelo tecido, uma distração carnal sobre o que eu precisava resolver.

"Mi Bella..." - tentei começar a falar, mas logo ela me cortou.

"Pronto. Me viu. Agora vá embora, quero dormir sozinha. Se me recordo, mandei o recado com Mikaella." - mesmo que a situação não fosse a melhor de todas entre nós dois, ver como ela tinha desenvolvido sua personalidade sem medo, e estava agora exigindo com toda segurança de si... Me deixou feliz.

"Vamos conversar, mi bella." - tentei mais uma vez e vi ela revirar os olhos bonitos. Ela não tem noção de como a heterocromia faz a beleza dela ser realçada em um milhão de maneiras diferentes.

"Estava disposta a conversar mais cedo, mas Vossa Graça decidiu ser rude e não me ouvir. Então neste momento não estou aberta a conversas, quero dormir." - sem esperar qualquer comentário meu, ela fechou a porta e passou a tranca e não duvido nada que tenha feito isso com a outra porta que dá acesso ao seu quarto pelo meu.

Suspirei vencido pela teimosia e me retirei, caminhando para meu quarto e indo em busca do banho quente que me esperava. Deixaria Eleonor ter seu tempo, ela não iria me ouvir mesmo.

Mikaella passou por mim informando que o banho estava pronto e informei que elas poderiam ir descansar, desejando uma boa noite e me fechando logo em seguida. Despi me enquanto caminhava em direção ao banheiro e me afundei na água quente, relaxando meus músculos e afundei a cabeça na água, molhando meus cabelos também.

Que dia infernal. Tudo que podia ter dado certo, deu errado. Era para eu dormir com o calor e o cheiro de flores da minha esposa, sendo aquecido pelas costas macias e o corpo curvilíneo, ter encomendado mais uma vez nosso filho, ter tomado banho com ela e trocado mais palavras que me fizessem saber mais sobre seus gostos e desgostos...

Agora toda aquela lamentação era inútil. Tentaria dormir para resolver amanhã. Ela já estaria mais disposta a conversar comigo.

Fragilidade - Sakusa Kiyoomi x Female OCOnde histórias criam vida. Descubra agora