Under The Moonlight ||Z.M||

Capítulo 8

Zayn's POV

Entrei em casa, fechando a porta com um estrondo atrás de mim. A Orianna e o Trevor vieram ver o que se passava:

- Passa-se alguma coisa, Zayn?- a minha irmã tentou aproximar-se de mim, mas eu afastei-a com violência.

As minhas presas estavam á mostra e os meus punhos fechados, eu estava a fazer de tudo para não me descontrolar:

- Porquê eu, Orianna? Porque é que me escolheram a mim para ser o maldito? Vou ter que viver a minha eternidade condenado, tudo graças a esta maldita tatuagem com que me marcaram...

Eu estava amaldiçoado.

Há cerca de dez mil anos, o primeiro lobisomem a habitar a terra apaixonou-se por uma feiticeira. Ele amava-a, mas ela nunca o amou, apenas estava a usá-lo para cumprir o seu verdadeiro objetivo: libertar a irmã do submundo.

Por isso, um dia, deixou o lobisomem inconsciente e usou-o no ritual de ressurreição da irmã, roubando-lhe a alma e condenando-o a ele e a todos os seus descendentes a serem Filhos do Lado Diabólico da Noite, marcando-os com uma tatuagem que devia identifica-los, como seres vazios e perigosos.

A tatuagem que eu tinha no braço.

Eu era um dos Filhos do Lado Diabólico da Noite, era um sem-alma.

- Tu és um dos descendentes do Melekaya, é natural que estejas exposto á maldição.

- Eu não posso amar ninguém com medo de que em noites de Lua Cheia ou de Lua Nova me possa descontrolar e possa magoar essa pessoa. Vocês sabem o que eu fiz á Pearl...- deixei-me cair no chão, completamente derrotado.

- A Pearl foi um acidente...- a minha irmã ajoelhou-se ao meu lado e acariciava o meu cabelo, numa tentativa de me acalmar.

- Não digas que foi um acidente, quando sabes muito bem que não foi. A culpa da Pearl estar morta é minha.

- Zayn, não digas isso... Sabes que não é verdade.

- Para, Orianna! Para!

Fui para o meu quarto e tranquei-me lá.

Fechei os olhos para me tentar acalmar, mas na minha mente só apareciam imagens da Caroline morta e eu transformado em lobo ao lado dela:

- Sai da minha cabeça!!

Eu não me poderia voltar a apaixonar, não queria que mais nenhum inocente morresse por causa. Mas quem é que consegue lutar contra o amor? Não somos nós que decidimos se voltamos a entregar-nos a alguém. A vida decide por nós. Mesmo que não queiramos, há sempre alguém que cruza o nosso caminho e nos faz sentir bem. Conhecia a Caroline há pouco tempo, mas ela fez o meu coração bater de uma maneira inexplicável.

Seria ela que me estava destinada?

Terá sido ela posta no meu caminho, para me fazer acreditar que posso amar outra vez?

- Não posso apaixonar-me pela Caroline, vou acabar por matá-la.