Capítulo 41

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Caroline's POV

Abri os olhos lentamente e olhei á minha volta, percebendo que estava á beira de um rio e que já tinha anoitecido. A dor latejante na minha cabeça era horrível e eu apenas queria sair dali, mas as cordas que me prendiam ao enorme tronco da árvore, impediam-me.

- A princesa já acordou... Até que enfim- ouvi a voz grossa do Justin.

Ele estava sentado num penedo que ficava perto do lugar onde eu estava presa, a brincar com um ramo partido.

- Tira-me daqui, Justin. Eu prometo que não digo nada a ninguém.

A sua gargalhada ecoou pela floresta, o que fez com que um bando de pássaros levantasse voo.

- Há uma pessoa que te quer ver- o Justin apontou para uma gruta escura, que ficava do lado esquerdo do penedo.

Foquei o meu olhar naquele lugar e vi sair de lá um vulto. Quando a sua silhueta foi iluminada pela luz da Lua, o meu queixo caiu: aquele era o rapaz que tinha ido ao Centro, o Elliot.

- Elliot, o que é que estás aqui a fazer? E porque é que foste ao Centro? Já estavas a planear isto tudo?

O sorriso malvado que se estampou no seu rosto provocou-me arrepios. Eu estava certa quando achei que ele não era de confiança.

- Querida Caroline, permite-me a correção... O meu nome não é Elliot, mas sim Ermot.

- O que é que queres de mim?

- De ti, não quero nada. Tu apenas vais dar um empurrãozinho para que o Zayn me dê aquilo que quero.

A ligação de todos os factos fez-se na minha mente: aquele era o Ermot. O monstro que perseguia a família do Zayn e que tinha assassinado a Orianna.

- Tu és um monstro! Nunca terás aquilo que queres, o Zayn nunca te dará esse prazer!

- Vamos ver se não. O Zayn ama-te e essa é a fraqueza dele, portanto eu vou fazer-te sofrer, ele não vai aguentar e vai implorar-me para não te magoar. Ele vai abdicar do comando da região para te proteger.

- Isso não vai acontecer. Ele vai acabar contigo.

Ele riu-se e deu-me um estalo forte, fazendo com que a minha cara se virasse bruscamente. Voltei a focar o olhar na pessoa á minha frente e vi-o a materializar algo na sua mão direita, mais precisamente, uma barra de ferro em brasa.

Engoli em seco ao imaginar o que o Ermot iria fazer com aquilo.

- Se fosse a ti, preparava-me para gritar... Isto vai doer.

Ele empurrou a barra metálica a arder contra o meu pescoço, onde senti o cheiro a carne queimada e a queimadura, fazendo-me urrar de dor.

- Por favor, para... Por favor- a minha respiração estava acelerada e as lágrimas corriam pelo meu rosto.

- Não vou parar, querida. Tu estás aqui para sofrer, portanto podes implorar para eu parar quantas vezes quiseres, que eu não te vou ouvir.

Ele voltou a colocar a barra de ferro contra o meu corpo, só que desta vez, foi contra a minha mão direita. A dor era impossível de suportar e eu só queria morrer.

- P-Por favor... PARA!

- É tão bom ouvir os teus gritos de desespero. Quem me dera que o Zayn estivesse aqui para te ver... Mas eu vou deixar-lhe uma recordação. Considera um presente com muito amor da minha parte.

Sem eu estar á espera, o metal incandescente veio de encontro á minha face, arrancando um grito inumano da minha garganta. A barra deslizava pela minha maçã do rosto direita, queimando por onde passava.

A agonia foi tão grande que não aguentei e acabei por desmaiar. Só esperava que alguém me viesse salvar deste Inferno.


Under The Moonlight ||Z.M||Onde histórias criam vida. Descubra agora