Capítulo IV
1949 Words
Passei a madrugada toda acordado, a culpa e o arrependimento não me deixaram dormir mesmo que isso seja anormal para mim. Sinto-me um desgraçado por ter gritado com Jéssica e principalmente por pensar que poderia ficar com Isadora de novo. Eu sou um idiota que não merece ser amado.
Jéssica continua dormindo ao meu lado, não teve uma noite tranquila, estava agitada e tudo por culpa minha. Dou a ela um beijo nos seus lábios sedosos e as lembranças das nossas aventuras surgem em minha mente, fomos muito felizes nesses dois anos juntos.
─ Te amo minha linda criança. – sussurro olhando para ela linda como sempre. – Mesmo sendo brava quando você quer, eu te amo.
Levanto-me da cama sem fazer barulho e vou à cozinha, tenho que recompensá-la com alguma coisa, ela gosta de comer então preparo algo para ela. Coloco uma rosa junto com o seu pequeno-almoço como forma de pedido de desculpas. Minha namorada não merece ser trocada por um fantasma de quatro mil anos.
Não merece.
São quase dez da manhã, o dia está ensolarado e como de hábito faz bastante calor nesta cidade. Tete! Tão linda e insuportável ao mesmo tempo.
Levo o pequeno-almoço até o quarto, abro devagar a porta para não acordar minha mulher, mas quando entro não a vejo na cama, meu instinto protetor se ativa e minha preocupação nasce de repente. Deixo as coisas e vou a sua procura no banheiro, mas ela também não está.
─ Onde será que essa menina se meteu. – meus nervos se espalham em mim e começo a imaginar o pior. – Espero que nada lhe tenha acontecido, por favor.
Saio de dentro da casa e vou até o jardim procurá-la, não entendo por que ou como, mas meus poderes estão se tornando cada vez mais fracos. Isso me causa medo, se eu não os tiver de que adianta ser o que sou se não posso usá-los para proteger a mulher que amo. Não posso simplesmente saber onde ela está com quem ou o que faz. Meu dom de localização e até mesmo de teletransportar-me estão a diminuir cada vez mais, antes eu sabia onde ela estava naquela época Kesabel ainda tentava destruir Valentina, mas de algum tempo para cá eu sinto muita dor quando me teletransporto. E quando estou com Jéssica torna-se pior, ela não sabe, mas um dia acabará sabendo, é por isso que a mando fechar os olhos para que ela não me veja sentir dor, faço isso para protegê-la. Não gosto que ela me veja fraco.
O tempo de duração da minha invisibilidade reduziu, me sinto cada vez mais fraco e sinto que um dia se eu continuar assim, me tornarei fraco assim como os humanos só que eu não quero ser humano, não vou permitir.
─ Jéssica! Onde você está meu amor?
Ela não está em casa, por que isso me assusta?
─ Jéssica meu amor responde. – Vou para o lado de trás da casa, mas não a vejo. Espero que tenha saído, que tenha ido á casa de alguém.
Talvez Valentina tenha ligado para ela.
Ligarei para ela.
Sem demoras vou ao quarto e procuro pelo meu celular, está na cama e vejo seis chamadas perdidas de Lucas e duas mensagens.
Amigo preciso da Jéssica, minhas filhas já vão nascer estou a caminho do hospital.
Com essa mensagem sinto os meus sentidos se alterarem, meu medo desaparece e imagino para onde minha mulher tenha ido. Abro a outra mensagem e é de Jéssica.
O cheiro da comida está ótimo, mas nossas afilhadas estão para nascer estou a caminho do hospital central. Desculpa, mas estou muito ansiosa por isso não me despedi. Venha rápido. Nada de teletransporte.
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Guardiões - A Origem [Livro II]
Fantasi🥇 1° Lugar concurso corações apaixonados - Categoria Romance Sobrenatural. Para compreender esta história, eu como autora dessa e das outras publicadas aqui recomendo que leia [Guardiões - O Anjo de Valentina] e [Contos de amor eterno - A prisão d...