ℂ𝔸ℙ𝕀𝕋𝕌𝕃𝕆 𝔻𝕆𝕀𝕊

801 78 19
                                    

Nyx

Eu vou morrer de tédio.

Não que o baile não esteja legal ou essas coisas, pelo contrário o baile está incrível, Helion se superou pelo que meus pais disseram.

O negócio é que não há ninguém interessante. Ok, ok, a maioria dos Grãos-senhores já está aqui, só falta Tamlin e Beron que não virão, e Kallias, a parceira dele e seus dois filhos, então logicamente deveria ter alguém interessante, mas não há.

Nos meros vinte e poucos minutos que estou aqui já bebi pelo menos três taças de vinho, na esperança de não morrer de tédio, mas pelo caldeirão, a única coisa que vai acontecer é eu morrer de tédio estando bêbado.

Bem, o mesmo não pode ser dito da minha irmã, Alya parece bem contente ao conversar com alguns membros da Corte Outonal, pela dádiva da Mãe ela não está conversando com os filhos do corno do Grão-senhor.

Observo o salão, para meu espanto ninguém parece morrer de tédio, meus pais estão juntos dos outros Grão-senhores, todos bebendo e rindo, um milagre, geralmente eles ficam a um fio de se matar, tia Mor parece flertar com uma fêmea da crepuscular, tio Cass está convencendo tia Nestha a largar a bebida e ir conversar com alguém, Amren está junto com Varian, e tio Az parece ter se enfiado nas sombras, nenhuma novidade, Lucien também sumiu.

Ou melhor, tinha sumido, ele entra por uma das portas dos criados, a roupa meio amarrotada, e um sorriso malicioso nos lábios... não quero pensar a respeito.

Suspiro, essa noite será longa.

Ou seria.

As portas do salão se abrem com tudo repentinamente, e em reação minha mão vai direto pra adaga no meu terno preto.

Mas para surpresa de todos, ou melhor quase todos, Helion e Lucien não parecem surpresos, uma fêmea entra no salão, todos encaram ela, mas ela parece alheia a isso.

A fêmea veste um vestido dourado deslumbrante, que exibe um pouco da pele perfeita demais, tem um decote nos seios que vai até pouco acima do umbigo, e as costas parecem ser abertas, o cabelo loiro da fêmea está meio solto, apenas a parte da frente está presa para trás.

Ela anda de forma confiante, e ao reparar um pouco mais percebo que ela é idêntica ao garoto em um dos cantos do salão, o filho do Tamlin.

Isso mesmo, ela é idêntica ao Tamlin.

Encaro seus olhos para ter alguma certeza, mas nossos olhares se encontram, e maldito seja o Caldeirão, ela é filha de Tamlin, e é a fêmea mais linda que já vi.

Que o caldeirão tenha piedade de mim.

Nossos olhos se encontram por menos de um segundo, mas parece ser por uma eternidade.

É ela quem desvia o olhar, mas continuo ali hipnotizado pelos seu olhos.

É Alya quem me chama a atenção de volta ao mundo, ela em algum momento abandonou os machos da outonal, e agora me encara com olhos provocadores, é claro que a pirralha intrometida percebeu meu olhar à fêmea.

"Uau, vai continuar encarando a loira mesmo? Logo mais alguém vai perceber, maninho" a voz dela é provocante, quase um cantarolar, a ignoro e começo a caminhar até nossos pais e os outros Grãos-senhores.

Alya não demora muito para me seguir, e logo noto muitos olhares de vários machos para ela, Lya não parece se incomodar com os machos a secando, e conheço-a bem o bastante para saber que foi por isso que escolhera o vestido que está usando, todo preto, com um longo decote exibindo os seios fartos, a saia do vestido era longa e possui duas fendas exibindo as pernas bronzeadas, o vestido na parte de cima é cheio de brilhos e a parte da saia possui uma espécie de tecido fino e transparente por cima da parte de baixo, um vestido tanto quanto ousado.

Corte de Primavera e TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora