ℂ𝔸ℙ𝕀𝕋𝕌𝕃𝕆 𝔻𝕆ℤ𝔼

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Nyx

Batidas soam a porta me despertando do sono, mas antes mesmo que eu tenha tempo de pegar a adaga abaixo do travesseiro a porta se abre e Alya entra no quarto, a mão tampando seus olhos fechados, esperando minha permissão para olhar.

Resmungo enquanto me levanto pra pegar uma roupa, ela continua com os olhos bem fechados por saber que estou nu, não demoro muito pra me dirigir ao closet e pegar uma bermuda e camiseta qualquer, finalmente deixo Aly abrir os olhos, a pirralha ainda meio hesitante, abrindo um pouco os dedos e abrindo um olho, checando se realmente pode olhar e soltando um suspiro de alívio exagerado ao se dirigir a beira da cama.

Ela ainda está arrumada, deve ter chegado em casa agora, ela ainda veste a mesma roupa que usou depois do treino quando foi pra casa da cidade pra falar com Jany sobre os flertes do parceiro.

Mãe, juro que só não o mato porque Alya e Jany se juntariam pra me matar e as duas são poderosas o bastante pra conseguir, se não fosse por isso ele estaria morto no momento em que começou a provoca-la na cozinha.

Estou prestes a perguntar por que veio me incomodar quando noto a expressão em seu rosto, uma mistura de medo e hesitação, aposto a vida do invernal (sim, se eu ganhar ou perder vou estar no lucro, se ganhar continuo com meu amigo, se perder ele não fode minha irmã, lucro.) que aconteceu alguma merda, só posso torcer pra não ser nada relacionado a guerra.

—É relacionado a guerra— essas são as primeiras palavras da pequena pirralha, um soco no estomago praticamente.

Ela percebe, seus olhos brilham com arrependimento por me contar, mas ela continua ali, esperando pra ver se quero saber mais.

—O que?— pergunto em um suspiro, já temendo qual será sua resposta.

Ela hesita, mas mesmo assim começa a falar sobre oque escutou na casa da cidade..

✶⊶⊷⊶⊷❍⊶⊷⊶⊷✶

Alya

(Logo depois da conversa com Jany, no mesmo instante em que Navi bate na porta de Lis)

Me despeço de Jany enquanto saio do quarto dela, ficamos até altas horas conversando sobre Winther, mas ainda continuo pensando se devo ou não falar a verdade a ele.

Mas, independente de se vou ou não contar, sigo em direção ao quarto dele, pra me dispedir e avisar que já vou, já que ele me fez prometer que o avisaria.

Amigo superprotetor.

E é me dirigindo pra falar com ele que vejo Navi batendo na porta de Lis, o gesto em si não me chama a atenção, é algo normal entre irmãos, mas ele não parece fazer esse gesto com casualidade, ele parece tenso, hesitante, quase como se não desejasse que a Lis abrisse a porta.

Mas ela a abre, noto um pouco de confusão em seus olhos, como se não o esperasse ali, mas o deixa entrar, mesmo que um pouco duvidosa sobre oque ele faz ali.

Não Alya, você não vai escutar a conversa deles..

Ignoro minha própria razão e vou nas pontas dos pés até a porta, mesmo sabendo que isso é invasão de privacidade, mas Caldeirão, minha mãe deve ser uma das maiores fofoqueiras de Prythian, ninguém pode me culpar por querer ouvir a conversa alheia.

Tá, todos podem me culpar por isso, mas não é como se alguém precisasse saber que eu to ouvindo a conversa da minha amiga com o irmão dela atrás da porta.

“Precisamos conversar." é Navi quem fala, pelo tom coisa boa não é, só mais um motivo pra continuar a ouvir..

Uns instantes de silêncio, sobre oque eles poderiam precisar conversar?

Corte de Primavera e TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora