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Han Jisung

Os exames demoraram uma eternidade, Jisung arriscaria até dizer duas. Mas felizmente a compainha do pai e de uma emfermeira bem simpática fizeram o tempo ser bem mais agradável. Apesar da idade a senhora aparentava uma jovialidade incrível, e já podia estar doente de saudades mas o Han podia jurar que algo na mulher o lembrava de Hyunjin. Podia ser o sorriso, ou os olhos, ou até mesmo os dois.

Estava agora tomando um banho, já tinha recebido alta. O pai tinha deixado uma muda de roupa pra poder trocar, foi Hyunjin que havia separado algumas roupas pra ele poder usar no dia anterior. Jisung tentou não pensar no loiro por uns instantes e se focou em terminar logo de se arrumar.

- Voltei! - a voz do pai soou do quarto.

- Oi pai, só tô dando um jeito no meu cabelo...

- Não tá na hora de cortar essa juba não?

- Respeita meu estilo pai!

- Já sei já sei, ser emo não é só uma fase. - Younghyun disse em tom brincalhão.

- Onde eu fui amarrar meu burro. - Jisung reclamou terminando de arrumar o cabelo no espelho.

- E aí, já decidiu? - Younghyun perguntou.

Jisung suspirou triste, mais cedo o pai havia lhe perguntado se ele voltaria para o apartamento e o Han não sabia responder. Tudo que mais queria era voltar pra casa e dormir agaradinho com Hyunjin de novo, mas ele sabia que as coisas não seriam assim e sinceramente não estava num estado bom para aguentar ser ignorado pelo mais velho. Passar uns dias na casa do pai não seria uma idéia ruim, iam fazem quase dois anos que não voltava para casa que havia crescido, mas sentia que de alguma forma estaria abandonando Hyunjin e pondo panos frios nos problemas dos dois. Enfim, não conseguia se decidir.

- Eu não sei. - disse tristemente assim que abriu a porta.

- Não querendo influenciar em nada mais acho que seria uma boa dar um tempinho, arejar as ideias. Tanto pra você quanto pro Jinnie!

- Parece ser a melhor opção mesmo.

- Sobre a casa... - Brian começou mas fez uma pausa cheia de suspense. - Eu tenho uma coisa pra te falar!

- Ah não pai! - Jisung protestou. - Não vai me dizer que o senhor transformou meu quarto antigo num expositor de baixos!

- Não fiz mas devia ter feito. Quando a gente chegar em casa você vê!

Jisung não gostava nada do suspense mas terminou de se aprontar e os dois sairam do hospital. Younghyun tinha vindo com o carro preferido de Jisung, um Audi de capô relusente e preto. O Han não pode deixar de sorrir, tinha que confessar que sentia falta de ser mimado pelo pai. Sentou no banco do carona e se permitiu ficar confortável, o pai pôs uma playlist de música clássica pra tocar e deu partida no carro. Foi impossível não se sentir viajando no tempo fazendo aquele trajeto familiar, naquela situação corriqueira de anos antes. Parecia que Jisung tinha treze anos de novo e o pai havia ido o buscar do treino de handebol. Jisung se sentiu renovado, vai ver aquele ditado popular que diz que guardar rancor só faz mal a você mesmo estava certo, ele podia se sentir leve quase como se pudesse voar. Quase, porque no seu peito seu coração pesava como uma bola de ferro preso ao seu corpo, precisava se resolver de uma vez por todas.

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