festa na faculdade parte 2

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Soltamos as mãos, Anabelle arrasta Hoseok para longe de mim, deixando eu e a Mandy á sós.

— Ela sempre é assim... —  Ela sorri, ao afirmar isso. — Você é coreano? — me indaga Mandy.

— Sou, morei na Coreia do Sul até meus 18 anos e então vim para cá. Hoseok me contou dessa universidade e resolvi entrar aqui também. Você faz faculdade de quê? — indago.

— Biologia, amo estudar sobre todas as formas de vida, e você?

— Psicologia, gosto de estudar sobre a mente e ajudar as pessoas. Pretendo abrir um consultório futuramente, ou trabalhar em um. — digo.

— Quero muito trabalhar num zoológico, cuidar dos animais. — diz com um sorriso no rosto.

— Entendo.

— Quer alguma bebida? Percebi que não está bebendo. — me oferece.

— Obrigado, mas não precisa, estou bem assim. — respondo, melhor não provar algo que não sei bem o que é.

Os olhos de Mandy olham para o meu lado, atrás de mim. Olho para a direção que ela está olhando, e Will está bebendo cerveja de cabeça para baixo, com uma mangueira na boca, sem camisa.

— Ele sempre bebe e gosta de chamar atenção para si mesmo. — Ela bebe um gole de sua bebida.

Tem pessoas aglomeradas ao redor de Will, formando um círculo, gritando para ele beber mais.

— Seu namorado? — a questiono.

— Não é bem meu namorado, voltamos a sair após a morte de meu pai. Ainda amo ele, mas Will é muito popular na universidade, as garotas daqui se jogam em cima dele. Will não fica muito tempo com uma garota, apesar de saber disso, eu ainda o amo. Sou uma burra, não sou, por ainda ama-lo? — indaga, me encarando com seus olhos verdes.

— O amor não é burrice, burrice é ele não dar valor para esse amor que você sente. Ele te ama, não é? —indago, arqueando uma sobrancelha.

— Do jeito dele, mas sim. O problema de Will é que não fica muito tempo com a mesma mulher, como já disse para você. Namoramos por dois meses, fui a garota que namorou com ele por mais tempo, até terminar comigo para namorar outra. Após a morte de meu pai, nos reaproximamos e percebemos que ainda nos amamos. Will tem os defeitos dele, mas todos temos, estamos tentando ter um relacionamento novamente. — me explica.

— Entendi. Mas no seu ponto de vista, qual são os defeitos de Will, para você ter que os aturar? — indago, curioso.

Não entendo muito essa parte, das pessoas acharem defeitos uma na outra, digo, na personalidade e não no físico. Por isso decidi perguntar para ela.

— Olha só você, ainda nem virou um psicólogo, no entando se parece muito com um, me questionando sobre essas coisas. Eu aturo, apesar de não gostar. Os defeitos dele são... se achar de mais, achar que tudo funciona do jeito que ele quer, beber muito em festas. Bem, beber demais não é bem um defeito, mas é um lado dele que não gosto. — diz com uma sinceridade em seu olhar.

Anabelle e Hoseok voltam, atrás deles vem Will sem camisa, com seus músculos bem definidos á amostra. Ele abraça Mandy pela cintura, sinto um aperto em meu peito ao ver os dois juntos. Que tipo de sentimento é esse? Hoseok e Anabelle estão rindo de algo que não faço ideia do que possa ser.

— Você foi incrível, bebendo toda aquela cerveja. — diz Anabelle, sem parar de sorrir.

— Valeu, Anabelle. O que vocês dois tanto conversavam? — indaga Will, olhando para Mandy.

— Algumas coisas, amor. Ele é coreano, como meu pai era. —responde Mandy.

Ela deve estar escondendo a verdadeira natureza de seu pai. Humanos sabem sobre os anjos, só não sabem que alguns deles abandonam sua eternidade. Mas, pelo que me lembro, Mandy sabe muito bem.

— Você é coreano como o Hoseok? — me indaga Will, franzindo o cenho.

— Sim, na verdade sou primo dele.— respondo.

— Entendo... Amor acho que deu a festa para nós, vamos embora? — a convida.

— Está bem, bem, vamos indo então, tchau.

— Tchau. — respondemos em coro.

Eles se viram abraçados, indo em direção ao dormitório.

— Aproveitem bem a noite! — grita Anabelle, fazendo eles nos olharem uma última vez.

Eu e o Hoseok olhamos para Anabelle, sem entender o que ela quis dizer com isso.

— Esqueci que vocês dois são inocentes, anjinhos. Os dois querem transar, desculpa, Tae, mas é a verdade. — me diz, olhando para mim.

— Tudo bem, Anabelle, só estou sentindo um aperto no peito, imaginando os dois juntos. — Anabelle e Hoseok dão risadas ao me ouvir dizer isso. — Por que estão rindo? — questiono franzindo o cenho.

— Ciúmes, anjinho, é o que você está sentindo pela Mandy. — responde, sem parar de rir.

— Isso é ciúmes, essa sensação de meu coração se apertando e uma vontade louca de afasta-lo dela? — Olho para ambos.

— Sim, amigo, isso é ciúmes, um sentimento dos humanos. —  explica Hoseok.

— Anjinho, melhor você não voltar para seu dormitório tão cedo. — me alerta.

— E por quê? — pergunto, franzindo o cenho, sem entender.

— Quanta inocência... — diz Anabelle, revirando os olhos. — Eles já estão... bem, você já sabe fazendo o que.

— E onde vou dormir?

— Fica na festa, aproveite sua primeira festa, de muitas que ainda virão. Te aviso, se eu conseguir, quando estará livre para você voltar. — responde Anabelle.

— Está bem.

Sinto alguém tocar em meu ombro direito, olho para as mãos da pessoa, e olho para trás, vendo a ruiva atrás de mim com sua amiga morena.

— Oi, gato, te achei finalmente, te procurei por todo canto dessa festa. — diz sorrindo.

— Oi, Julie, não saí daqui. — digo.

— Tá explicado porque não te achei, vem, vamos dançar. — Me segura pelo pulso.

— M-mas... — tento argumentar em vão, Anabelle me corta.

— Nada de mas, anjinho, vá e aproveite. — diz Anabelle.

— Anjinho... gostei, também vou te chamar assim, eu posso? — indaga, sorrindo.

— P-pode. — respondo nervoso, Anabelle tem seus motivos para me chamar assim, mas e Julie?

— Lucy, vai ficar aí amiga? — indaga Julie.

— Vou, vá se divertir, vou ficar aqui conversando com os dois. — responde.

Julie simplesmente me arrasta, me puxando pela mão, para o meio das pessoas que estão dançando no meio do pátio. Ela para, se vira de frente para mim e me olha, a olho de volta. Julie começa a mexer seu corpo, dançando com muita energia, sorrindo para mim e mordendo seus lábios. Só consigo a olhar, não faço ideia de como dançar, ou como mexer meu corpo.

— Não sabe dançar, gato? Só mexer o corpo, assim... — diz ela, mexendo a cintura, e todo o corpo, tento imita-la. — Está indo bem, anjinho.

Ela pega em minhas mãos, e as coloca na sua cintura, afastada alguns centímetros de mim. Sinto o corpo dela se mexer, é impossível não pensar na Mandy. Como queria que fosse ela aqui na minha frente, sentindo meus toques e eu a sentindo. Mas Mandy não está aqui, está com o Will, tenho que me conformar com isso. O jeito é tentar me aproximar dela como amigo, e tentar conquistar seu coração.

Notas: missão difícil para nosso anjinho, tentar conquistar o coração da amada, se que ela está com o Will. Será que ele consiguirá mesmo assim conquistar Mandy?






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